25 de julho de 2010

Books, books, books...



Já disseram que os escritores são os tradutores do mundo. Aqueles que, através das palavras, conseguem objetivar sentimentos tão etéreos e unânimes que o próprio vocabulário linguístico é incapaz de exprimir em sua totalidade. Livros bons são aqueles em que você reconhece a si mesmo, descrevendo sensações íntimas tão fielmente que nos despe a alma. É como um assalto de consciência: "mas é exatamente assim que me sinto, eu bem poderia ter escrito isso" - pensa o leitor.

No caso da literatura, a obra supera, invariavelmente, o criador. Na maioria das vezes, pouco se sabe sobre a vida e intimidade dos escritores. Essa áurea de mistério criada em torno de literatos famosos é decorrente, na maioria das vezes, de uma vida atormentada e solitária. Até porque, um dos componentes mais intrínsecos na concepção de um livro, é a necessidade de uma boa cota de isolamento reflexivo. Para celebrar, hoje, o Dia do Escritor, nada melhor do que lembrar quatro nomes da grande literatura contemporânea e algumas de suas obras:

Ian McEwan
 Apesar de não ser muito conhecido, o inglês transporta para sua obra problemas do mundo atual, como o terrorismo, sem deixar de dar espaço aos sentimentos básicos da vida humana, como a culpa e o amor. Um de seus livros que merece destaque é "Na Praia", em que narra o casamento de dois jovens por volta dos anos 1960. Eles se veem confusos entre seguir seus instintos ou fazer o que se espera deles.
Gabriel García Márquez
O colombiano não poderia faltar nesta lista. Além de seu estilo versátil, afeito a narrativas longas e curtas, crônicas e críticas, o escritor deu novas dimensões ao estilo do realismo fantástico. Em "Cem Anos de Solidão", por exemplo, encanta com a história da família Buendía, cheia de encontros e desencontros amorosos e fatos sobrenaturais.
Jorge Luis Borges
O escritor argentino não apenas inventou histórias e personagens. Ele também inventou trajetórias para personalidades que realmente existiram. Em sua obra, marcada por contos e textos curtos, Borges se apropriou de nomes da literatura, da história e da religião para lhes inventar outra versão de vida, muito mais encantadora, claro. Dá para ler esse tipo de história em "O Aleph".
J. M. Coetzee
 
O sul-africano prêmio Nobel consagra-se não só por desvelar o delicado tema do apartheid. Coetzee, mais do que desenvolver narrativas intrigantes, impressiona pela domínio da escrita e pela linguagem precisa que desenvolve. Em "Desonra", o autor atesta esse domínio, e comove com a história de um professor cuja vida é marcada por episódios devastadores.

Autoria:Martha Lopes

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