31 de maio de 2013

Sem medo de envelhecer



Muitas pessoas têm medo de envelhecer talvez pela proximidade da morte que isto representa. A maioria delas é apegada à ideia da finitude da matéria e se esquece ou não acredita na eternidade do espírito. A morte para elas é um mistério insolúvel, o fim da vida, dor e até mesmo castigo. Considerada um Tabu, muitos evitam até falar o seu nome, tamanho é o medo que têm dela. 

Outra coisa que contribui para a rejeição da velhice é que a humanidade está vivendo uma época em que os valores espirituais foram sendo substituídos pelos valores materiais e as pessoas iludidas passaram a cultuar somente a juventude e a beleza exterior. Infelizmente, a maior parte das pessoas veem os idosos apenas como seres decadentes, feios e senis.

Aqueles que são ligados exclusivamente às exterioridades veem os indivíduos em processo de envelhecimento como uma derrota da natureza. Preferem isolar ou excluir os idosos da sua convivência para não precisarem se defrontar com a realidade, pois é muito difícil para essas pessoas assumirem a sua própria fragilidade e efemeridade.

Já os povos do oriente, que pertencem a uma cultura mais ligada à espiritualidade e que aceitam a morte com naturalidade, veem os mais velhos com reverência e respeito. É costume pedir conselhos e opiniões aos anciões pois a sua experiência e sabedoria são reconhecidas e acatadas. As pessoas acreditam ser um privilégio viver em sua companhia e uma honra poder ajudá-los a atravessar os seus últimos anos de vida.

Na verdade, não se deve ter medo de envelhecer, pois essa é mais uma etapa natural e gratificante da vida. É importante saber que a natureza segue os seus padrões cíclicos objetivando sempre a elevação do espírito; portanto, a velhice deve ser vista como mais uma oportunidade de aprendizado. Como tudo na vida, é preciso ver a velhice como uma bênção, pois nessa fase tem-se a oportunidade de compartilhar a sabedoria adquirida, servindo aos mais jovens para que eles às vezes nem precisem passar pelas experiências mais duras, abreviando e suavizando o seu caminho.

De fato, só o corpo envelhece, pois a nossa essência é imutável e eterna e, portanto, não deve ser identificada com o corpo. Este é apenas o veículo utilizado por nós na estrada da vida. Mas é imprescindível saber que ele é o templo da nossa alma aqui e, portanto, sagrado como tudo no Universo, por isso devemos respeitá-lo e cuidar para que ele cumpra com dignidade a sua missão de receptáculo e instrumento da nossa Consciência neste plano. A espiritualidade frisa sempre que a evolução e a libertação humana só acontecem por aqui.

A velhice não deve ser rejeitada, pois ela é natural e essencial para colocarmos em prática algumas virtudes divinas como a paciência, a humildade, a aceitação e o serviço abnegado. As rugas tão temidas por algumas pessoas devem ser vistas como cicatrizes de batalhas vencidas, marcas de superações e conquistas.

Para atravessarmos bem essa fase da vida podemos nos preparar alimentando-nos corretamente, fazendo exercícios físicos leves e praticando a meditação. Outro ponto importante é manter a mente sempre livre de preconceitos e anseios, e ocupada positivamente para que tenhamos mais condições de alcançar uma idade avançada produtiva e feliz. Produtiva sim, feliz sim. Produtividade não quer dizer resultado de trabalho duro, mas a decorrência da realização interna que tem também a felicidade como consequência.

Concluindo, se pensarmos e agirmos sempre com equilíbrio, envelheceremos com mais serenidade, alegria e compaixão, e mesmo que as rugas se espalhem por nossa face, e ainda, se nos faltar a saúde em algum momento, estaremos seguros do caminho e da vitória neste plano. Estaremos em paz com nós mesmos e com o Universo, cientes que demos o melhor de nós mesmos.



Marián Marta Magalhães

28 de maio de 2013

Você ama demais?



Estou certo de que todos, ao lerem o título, dirão que sim. Que amam, que se entregam de corpo e alma. E é disso que falo: o cuidado que devemos ter no amor. 

Amar, decerto, é compromisso, entrega, mas não podemos ultrapassar os limites do ser amado, nem deixar que ele ultrapasse os nossos. No relacionamento saudável, há uma troca, um compartilhamento, uma cumplicidade feliz. Cada um é cada um. Não existe "metade da laranja", nem "alma gêmea". 

No amor maduro e real, não há duas metades se relacionando, mas duas pessoas, com suas próprias idéias, gostos e personalidades. Dois seres distintos que se unem por prazer e escolha. Não há sofrimento. 

Para saber se você está vivendo um amor de verdade, basta sentir seu coração, sua alma. Você está feliz? Não? Então, não está amando nem sendo amado. Você vive os dias pensando no ser amado? Espera com, ansiedade o telefone tocar? Conta os minutos para o próximo encontro? Isso não é amor. É dependência, e faz sofrer muito. 

O amor de verdade é sereno, faz bem à alma. Quando você ama de fato, não esquece seus amigos, seus hobbies ou o seu trabalho. Tudo é compartimentado, tem seu lugar na sua vida. Você se nutre um pouco de tudo e seu companheiro ou companheira vem acrescentar. Você o(a) escolheu, mas não precisa dele(a). 

Precisar não é amar. Canções nos incutiram por décadas a idéia de que amar é sofrer, chorar, sentir saudades e ciúmes. Essa visão não condiz com o verdadeiro amor e sim, com a falsa idéia do que é amor. Traduzindo, trata-se de dependência, e esta é um vício, uma doença a ser devidamente tratada. 

Há que se atentar para outro detalhe muito importante: você é correspondida(o)? Recebe carinho, atenção, respeito, admiração na mesma intensidade? Ou seu amor é do tipo desligado, sempre ocupado para você? Se for assim, cuidado. Você está entrando em terreno perigoso e devastador. Querer quem não nos quer é sofrimento certo, perda de um tempo precioso. E nem pense em mudar seu amado(a) se tem esta intenção, vai sofrer uma grande frustração. Provavelmente você vem de uma família na qual cresceu uma criança ávida pelo amor do pai ou da mãe. Ou ainda, sofreu abusos ou repressão, trazendo dentro de si uma criança assustada e triste. 

Portanto, preste muita atenção: se amar para você é uma escolha, está no caminho certo. Mas se você precisa de alguém para amar, alguma coisa está fora do lugar. O melhor "norte" para seu caminho é o autoconhecimento. Entretanto, se você está confusa(o) e já não sabe mais se ama ou se precisa, se está apaixonada(o) ou dependente, misturando tudo no caldeirão de suas emoções, é hora de procurar ajuda, pois você tem o direito e o dever de ser feliz. Não dependa. 



Paulo Plaisant

27 de maio de 2013

Um pouco de solidão não faz mal a ninguém!




‘Ai, eu não aguento mais ficar sozinha!’

‘Não me apaixono há um tempão! Isso me deixa com uma sensação de vazio’... 

Escutei essas duas frases, de dois amigos - uma mulher e um homem, respectivamente - na mesma semana... e fiquei refletindo: quanto tempo se leva pra amar novamente? Será que tem tempo limite? Será que tem necessariamente algo de errado com quem está só há algum tempo? Onde estão escritas as regras e os prazos de cada coração? 

Bem, a amiga que reclamou porque não aguenta mais ficar sozinha me contou que está sem namorado faz praticamente um ano e que tem se sentido extremamente carente. Todos os encontros que teve depois deste namoro terminaram em duas ou três saídas, no máximo. ‘Ninguém se interessa por mim!’, reclamou ela num tom de tristeza e lamentação. 

O amigo, por sua vez, me contou que se sente chateado porque não consegue se apaixonar por ninguém há uns três anos. Confessou que as relações que vêm tendo durante este tempo, embora sejam afetuosas, não lhe trazem aquela sensação inexplicável de estar envolvido, entregue, com aquele sorriso fácil nos lábios... 

Eu sei que o que todos nós desejamos, no final das contas, é sentir exatamente o que canta Zeca Baleiro, na música ‘Telegrama’: 

... hoje eu acordei 
Com uma vontade danada de mandar flores ao delegado 
De bater na porta do vizinho e desejar bom dia 
De beijar o português da padaria... 

Mas o fato é que isso não acontece todos os dias... E se pensarmos um pouco, não poderia ser diferente. Se fosse banal, corriqueiro, cotidiano, não seria tão transformador, não seria tão especial... 

Só que não queremos esperar. Não queremos aprender a lidar com a tristeza, com o vazio, com a solidão. Não queremos, sobretudo, aprender com todos os sentimentos que esse tempo em que ficamos sós nos traz. Aliás, sequer nos permitimos descobrir o quanto pode ser bom ficar sozinho de vez em quando. 

Muitas vezes, entramos numa ansiedade exagerada, destrutiva, que mina nossa auto-estima; e, assim, somos esmagados por uma cobrança interna que nos rouba o bom senso e a capacidade de fazer escolhas. 

Começa a valer o ditado ‘o que vier, é lucro’, mas em pouco tempo, percebemos que o preço a pagar por escolhas mal-feitas é alto demais. Relações que não nos acrescentam; pelo contrário, servem para bagunçar ainda mais os nossos dias e aumentar a sensação de frustração e de incompetência emocional. 

Claro, ‘engolimos sem mastigar’, numa tentativa desesperada de acabar com a solidão... E aí eu pergunto: por que é que resolvemos acreditar que a solidão é algo tão ruim? Será? Será mesmo que não há nada de proveitoso, de bom e prazeroso que podemos fazer enquanto estamos descomprometidos? 

E mais: será que é possível se apaixonar a cada 15 dias ou assim que acaba uma relação? Será que é produtivo emendar uma relação na outra sem ter tempo sequer de se questionar quais são seus verdadeiros desejos? 

E, por fim, será mesmo que estar com alguém é remédio para todas as nossas dores, solução para todos os nossos problemas e o fim de todas as nossas angústias? 

Penso que é somente quando relaxamos e entendemos que estar com alguém e, principalmente, apaixonar-se e sentir-se feliz são consequências de uma harmonia interna, que compreendemos que somos seres genuinamente sós e que o outro é um presente a ser compartilhado e não uma necessidade dolorida, desesperada, insana... 

Aí sim poderemos experimentar relações mais leves, mais gostosas e mais maduras ou... ficaremos sós e nos sentiremos bem. Em fase de espera, sim, mas sem tanta tristeza; apenas respeitando o ritmo dos corações e sabendo que uma relação gostosa e apaixonada acontece quando a gente realmente tem espaço para ela...



Rosana Braga

26 de maio de 2013

Sua relação afetiva está doente?




Muitas vezes nos encontramos sofrendo e ignoramos os sinais evidentes que o relacionamento que estamos mantendo não está bem e, mesmo assim, continuamos a investir nosso tempo, damos nosso amor e ignoramos os sinais e nossos sentimentos. Chegamos a ter sintomas físicos e sequer associamos com a relação afetiva que mantemos. Geralmente fazemos isso por motivações inconscientes. Recriamos situações do passado, com o intuito inconsciente, de resolvermos essas mesmas situações. E assim, mantemos os conflitos originais e perdemos a oportunidade de criarmos relações saudáveis ao permitir que nos façam sofrer e ainda lamentamos se essa mesma pessoa for embora de nossa vida. Choramos desesperadamente, e nos esquecemos completamente do quanto estávamos, ou ainda estamos, sofrendo.

Ignoramos nosso valor enquanto pessoa e fazemos de tudo para que essa relação doentia se estabeleça novamente, caso ela tenha terminado. Dificilmente, percebemos que estamos tão doentes quanto nossa relação. Para identificar como está sua relação afetiva, responda sinceramente às perguntas que estão abaixo:

Ouve constantemente o outro dizer que não teve tempo de te ligar? As palavras raramente são coerentes com as atitudes? Ou seja, o outro diz uma coisa e demonstra outra? A realidade está muito distante do que gostaria que fosse? Está sempre suportando demais, tornando seus próprios limites acima do suportável? Tem tido alguns sintomas físicos, como dores musculares constantes, enjoos  vontade de vomitar, dores de estômago, febre, urticária ou algum outro sintoma? Não há mais objetivos em comum, não querem e nem lutam pelas mesmas coisas? Sente-se inseguro constantemente? Tem feito a maioria dos programas sozinho, porque o outro nem sempre quer acompanhar? Você se sente sempre triste? Tem chorado praticamente todos os dias? Deseja controlar o outro com o intuito de ter mais controle na relação? Os beijos estão ficando escassos? A relação sexual não tem mais o mesmo calor e tesão de tempos atrás? O diálogo passou a ser uma troca de cobranças, críticas, acusações e agressões? Acontecimento do passado tem sido lembrado com freqüência, principalmente durante as brigas? Tem se sentido sem energia, cansado? Não se sente muito importante para o outro, que sempre tem outras coisas para fazer e que você não está incluído? Sua autoestima está baixa? Tem feito muito mais coisas para o outro, esquecendo-se muitas vezes de si mesmo? Está sempre esperando que o outro mude, ou ao menos, volte a ser como era antes? Vocês tem tido mais brigas que momentos de tranqüilidade, harmonia e paz? Está sempre esperando ou pedindo mais atenção, carinho, demonstração de amor? Sente falta de ter alguém para ouvir como foi seu dia, suas dificuldades? O diálogo, onde cada um fala de seus próprios sentimentos está cada vez mais escasso ou nunca existiu? Sente-se sozinho mesmo quando acompanhado?

Infelizmente esses são apenas alguns sinais de uma relação afetiva doente, pois ainda há situações de traições, mentiras, que sequer foram incluídas. Mas se suas respostas às questões acima foram mais sim do que não, provavelmente seu relacionamento afetivo está com problemas, para não dizer doente. Geralmente quando nos permitimos manter uma relação doentia, ela pode estar refletindo a doença de ambos e nesse caso é preciso muita disposição interna para enfrentar a situação da maneira que se apresenta, se desejamos que a relação, ou nós mesmos, sejamos curados.

O assunto é tão sério que muitas pessoas chegam a desenvolver algumas doenças ou têm sintomas e ignoram que isso seja a somatização daquilo que estão vivenciando. Por exemplo, a febre pode representar a raiva de determinada situação; a vontade de vomitar pode manifestar uma dificuldade em digerir alguma situação; as dores musculares podem indicar a tensão interna pelo qual está passando. Esses são apenas alguns dos sintomas mais comuns quando algo não vai bem não apenas no aspecto físico, mas principalmente no emocional. Caso esteja tendo algum desses sintomas, relacione com suas dificuldades atuais e pense se o seu corpo não está apenas refletindo seus sentimentos mais profundos.

Mas é possível se curar, buscando uma relação saudável, ou refletir se vale à pena continuar mantendo esse relacionamento. Analise como está sua relação, caso ainda a tenha, ou como foi sua última relação. É isso que deseja para você? Se pensar em como gostaria que fosse um relacionamento, o que você está tendo está próximo disso? O primeiro passo para a cura é identificar os sinais, refletir sobre as dificuldades pessoais e o quanto seu próprio histórico de vida pode estar refletindo na relação. Depois é imprescindível uma conversa franca com o outro, sem acusações ou busca por culpados, mas com o desejo sincero de tornar a relação saudável. Durante essa conversa é importante perceber se há disposição do outro em aceitar também a responsabilidade da relação estar como se mostra e se deseja tanto quanto você se comprometer com a melhora. Se isso não acontecer dependerá de você saber o que é melhor.

Há pessoas que chegam a se sentir culpadas em querer que a outra pessoa demonstre o amor que sente. Claro que cada um tem seu próprio jeito de demonstrar amor, mas algumas coisas são básicas em um relacionamento. Como alguém pode se sentir importante e valorizado tendo constantemente que pedir atenção e amor? Como se sentir seguro quando nos relacionamos com alguém que age como se tudo é mais importante que nós?

Claro que é inevitável ter expectativas quando nos relacionamos com alguém, mas isso é muito diferente de ignorar a realidade só para manter a relação, principalmente, quando os sinais são evidentes e insistimos em ignorá-los, perpetuando assim, nosso sofrimento. Muitas vezes a realidade está muito distante da verdade que gostaríamos e insistimos em acreditar. Mas lidar com a realidade, respeitando os sinais, ainda que nos cause muito sofrimento, talvez seja a maneira mais saudável para criarmos um caminho muito mais iluminado que a escuridão em que algumas vezes nos encontramos e que, infelizmente, ignoramos.


Rosemeire Zago



25 de maio de 2013

Equilibre-se




Todo pensamento tem sua imagem mental. A essência de várias imagens mentais formadas nessa vida constitui a base para a próxima vida física. 

Se nossa mente gira constantemente sobre um tipo de pensamento, forma-se um sulco, chamado vrtti (em sânscrito), para o qual escorre automaticamente a força do pensamento. Isso cria um hábito de pensamento que continua depois da morte, pois pertence ao ego, e é levado para a nova encarnação como tendência de pensamento. 

Assim como um novo corpo físico é formada em cada nascimento, também são formados uma nova mente e um novo intelecto. A pessoa cria as circunstâncias de sua futura vida pelo efeito de suas ações sobre os outros. 

Uma ação vem de um desejo que a causou e de um pensamento que a formulou. Cada ação tem um passado que a levou a ela e um futuro que se segue a ela. Cada pensamento tem uma causa que gera um efeito. Um desejo gera um pensamento. O pensamento se transforma em ação. Uma ação forma a trama de nosso destino. Cada elo na corrente ilimitada de causas e efeitos é produzido por esses três componentes: desejo, pensamento e ação. 

Você semeia uma ação e colhe um hábito. Semeia um hábito e isso resulta em um caráter. Semeia um caráter e colherá um destino. Então não se entregue ao fatalismo, pois isso lhe trará preguiça, inércia e depressão. Pratique o poder do pensamento positivo e assim poderá criar seu próprio destino. 

Compreenda que em você estão latentes todas as qualidades, energias e poderes. Desenvolva-as e torne-se mais livre, confiante e saudável. Nossa expressão facial mostra o estado interior da mente ou o conteúdo dos nossos pensamentos. O que pensamos fica escrito em nosso rosto. Ele é o molde da mente. Os pensamentos negativos marcam sulcos no rosto. Pensamentos de inveja, cobiça, raiva, preocupação produzem fundas impressões em nossa face. 

Se deseja ficar com uma aparência mais jovem, tenha vigilância sobre seus pensamentos. Escolha pensamentos bons e positivos e mantenha seu rosto mais descansado e agradável. 

Nossos olhos também revelam a condição e o estado da mente. Através dos olhos transmitimos pensamentos de tristeza, raiva, depressão, alegria, harmonia, força, saúde. Se formos sensíveis e intuitivos podemos compreender as mensagens dos outros através dos olhos. 

As doenças psicossomáticas são produzidas pelos pensamentos negativos porque os pensamentos têm influência sobre o corpo. A depressão e a tristeza enfraquecem o corpo. Mas o corpo também influencia a mente. Quando o corpo está doente a mente também adoece. “Um corpo são torna a mente sã.” Se nosso corpo é saudável e forte, nossa mente também será mais calma e forte. 

Você sabia que ataques de raiva, mau humor causam sérios prejuízos nas células do cérebro? Eles espalham produtos químicos venenosos no sangue. Suprimem a secreção dos sucos gástricos e da bílis, causando doenças. Esgotam a vitalidade, provocando velhice prematura e diminuindo os anos de vida. O sistema nervoso se agita quando ficamos zangados, ansiosos e preocupados. Precisamos nos conscientizar da importância de fazermos treinamentos para conseguir a mente pacífica e mais serena. 

Podemos transcender a raiva pela sabedoria e compreensão. Podemos melhorar a ansiedade e preocupação estando mais focados no momento presente. Precisamos diminuir as expectativas pelo futuro e não remoer as lembranças passadas. 

Para desenvolver esse hábito de estar presente as práticas da hatha yoga, da meditação e do relaxamento nos ajudam muito, pois acalmam a mente e o corpo. Pratique yoga e transforme-se para melhor. Fique em paz!


Emilce Shrividya Starling 



24 de maio de 2013

A lógica do vazio




Quando o comichão do vazio rasga, surgem os questionamentos sobre o sentido da vida. Como se neste ainda infantil planeta tivéssemos condições de compreender o real significado da nossa existência. Mesmo assim, questionamos. Mas uma coisa é certa e com um nível bem fácil de compreensão: vida é energia em movimento. Quanto mais gasta, mais recebe. É a lei, "ação e reação". Não tem como escapar. 

Então, se aderir ao vazio, apenas questionar e estagnar, certamente pifará. Por uma razão lógica: 

1. A vida é energia em movimento. 


2. Você estaciona em meio ao giro de todo o universo. 


Logo: você pára de mover energia e a vida "murcha", ficando, por mais irônico que seja, vazia... 

Resumindo: o vazio tende a gerar vazio. 

Então, meu amigo, se o vazio incomoda, é porque, de alguma forma, você estacionou. Mesmo que se viva na incessante correria de compromissos "terrenos" e o dia precise de 27 horas, ainda assim, se o vazio incomoda, é porque você estacionou. Só que no universo não há vagas. É como um carro que pára no meio da rua em plena hora do rush: pode não provocar batidas, mas com certeza sofrerá a pressão infernal de todos aqueles que precisam trafegar. Não há outra maneira: ele tem de sair dali, não importa como. 

Porém, acredite, o vazio pode ser bom. Quando bem encarado, ele é uma forma, quiçá a única, de nos "empurrar". Se para frente ou para trás, depende da escolha de cada um. 

Nesses dias, em meio a uma crise existencial tipicamente terrena, disseram-me que a única coisa que eu deveria fazer seria mover energia a meu favor. As peças ainda ausentes - e que geram o vazio, pois, no fundo, sabemos da existência de todas elas - se encaixariam naturalmente, cada qual a seu tempo. Portanto, no lugar do vazio, há de entrar o movimento. No lugar do desespero, a paciência. E no lugar da frustração, a perseverança. 

Se for muito difícil, acrescente a força, a fé, a confiança e um chocolatezinho, para não abandonar o caminho. Porque mesmo se abandonar, o universo não vai parar...


Raquel de Vechi





Cultivando o alto astral







A sociedade pressiona as pessoas para que sejam sérias, contraídas. Parece até que essa conduta tem o poder de garantir que as coisas sejam bem-feitas, os relacionamentos honestos e que educação e ética sejam qualidades pessoais irreversíveis. 

Outro dia, li numa placa: "Não leve a vida a sério. Você não vai sair vivo dela". A seriedade limita a criatividade. É como um pântano que o alto astral consegue transformar em jardim. 

Muitas vezes, a pretexto de ser realista, o indivíduo acaba transformando-se em um pessimista. "Preciso examinar todos os problemas, analisar todas as dificuldades porque, do contrário, as coisas não funcionam", diz. É importante ter alto astral . O psicólogo Martin Seligman, autor do livro Otimismo Aprendido, traçou um quadro muito interessante da diferença entre o otimista e o pessimista. 

O pessimista acredita que os eventos negativos têm origem em condições definitivas. Por exemplo: "Perdi o horário do vôo porque sempre dou azar com avião". Para ele, os eventos positivos provêm de circunstâncias temporariamente positivas: "Meu chefe me elogiou porque queria que eu fizesse hora extra". 

O otimista, ao contrário, atribui uma falha a um motivo circunstancial: "Perdi a partida porque estava exausto". E, para ele, as situações favoráveis são causadas por fatos permanentes: "Meu marido trouxe flores para mim porque me ama". 

Quando as coisas dão errado para um pessimista, ele logo faz a decepção invadir todas as esferas de sua vida e se culpa, ainda que o erro não tenha sido seu. O otimista, ao contrário, reage com tranquilidade e pensa: "Bem, todo mundo tem seu dia de azar". Em seguida, procura uma solução para livrar-se logo do problema. Diante de uma dificuldade, o pessimista acha que ela nunca será superada e que aparecerão muitas outras, enquanto o otimista tem a capacidade de analisar qualquer tipo de questão, organizá-la e solucioná-la rapidamente. 

Muitos conseguem vencer na vida mesmo sendo pessimistas. Mas por que pagar tão caro por suas vitórias? Por que se desgastar tanto para ter êxito? Comece a cultivar o alto astral dentro de você, a brincar com os reveses da vida, a enfrentar com bom humor até as situações mais complicadas. 

O alto astral é uma forma de ver a vida. Portanto, é diferente do prazer. Quando falamos de prazer, inevitavelmente pensamos em sexo, comida, lazer. O alto astral é bem mais do que isso. É um gesto de generosidade com a vida, com os erros, com as dificuldades. A seriedade leva ao julgamento; o alto astral , à compreensão. Uma boa maneira de saber como anda seu astral é observar se está julgando os outros. 

Quando alguém está feliz não perde tempo nem energia com isso. O alto astral tem origem na bondade, que, por sua vez, começa no amor. O amor cria a verdadeira alegria de viver. Ame todas as pessoas e brinque com elas, especialmente com você mesmo.


Roberto Shinyashiki



22 de maio de 2013

O que é ser gentil?



Gentileza é um modo de agir, um jeito de ser, uma maneira de enxergar o mundo. Ser gentil, portanto, é um atributo muito mais sofisticado e profundo que ser educado ou meramente cumprir regras de etiqueta, porque embora possamos ser educados, a gentileza se trata de uma característica diretamente relacionada com caráter, valores e ética; sobretudo, tem a ver com o desejo de contribuir com um mundo mais humano e eficiente para todos. Ou seja, para se tornar uma pessoa mais gentil, é preciso que cada um reflita sobre o modo como tem se relacionado consigo mesmo, com as pessoas e com o mundo.

A rotina nos cega, costumo dizer. Pressionados por idéias equivocadas, que nos pressionam a ter sempre mais, a cumprir prazos sem nos respeitarmos, a atingir metas que, muitas vezes, não fazem parte de nossa missão de vida e daquilo em que acreditamos, nos tornamos mais e mais insensíveis. E nesta insensibilidade, vamos agindo e nos relacionando com as pessoas - mesmo com aquelas que amamos - de forma menos gentil, mais apressada e mais automatizada, sem nem nos darmos conta disso. É por isso que, a meu ver, ser gentil não pode depender do outro, não pode ser uma moeda de troca, tem de ser uma escolha pessoal, um entendimento de que podemos fazer a nossa parte e contribuir sim para um mundo melhor.

Ser gentil nada tem a ver com ser bobo e fazer o que todos querem que a gente faça. Muito pelo contrário: quanto mais gentil somos com as pessoas, mais gentil somos também com nossa verdade, com nossos valores. Assim, dificilmente nos aviltaremos em nome de algo que não esteja de acordo com nosso coração. Pessoas que dizem sim a todos estão, na realidade, reforçando uma imagem de ‘vítimas da vida’, alimentando um argumento de ‘coitadinhas’, de extremamente boas e injustiçadas. Isso não é ser gentil e demonstra mais uma dificuldade em lidar com sua própria carência do que a força ou o poder contido na gentileza.
Aprender a dizer não nem sempre é uma tarefa simples. A gente aprende que tem de corresponder às expectativas de quem amamos, desde pequeninos; daí, quando crescemos, não sabemos dizer não sem nos sentirmos culpados. Daí para justificar nosso medo de dizer não, é um pulo; afinal, é bem mais fácil transferirmos a responsabilidade de nossas limitações para o outro.

Muitas vezes, a gente associa a palavra não à raiva ou à falta de gentileza, quando na verdade ela é apenas uma resposta, tão cabível quanto o sim. Desde que seja dito com sinceridade e respeito, sabendo por que motivo você está dizendo não, a gentileza é absolutamente coerente. O problema é que a gente já diz com culpa e, para não demonstrar, altera o tom de voz, tenta se justificar acusando o outro ou inventando pequenas mentiras que tornam a relação pesada, tensa. Basta que sejamos honestos, que nos permitamos respeitar nossos limites, que aprendamos a nos dar o direito de dizer não. 
Além disso, vale um questionamento: será que é tão difícil dizer não porque, na verdade, você não consegue ouvir o não do outro? Será que esta dificuldade em negar ao outro não está a serviço de poder lhe cobrar sempre o sim? Enfim, lance mão de um tom de voz compreensivo e afetuoso e o seu não será muito mais humano e aceitável do que aquele que a gente costuma dizer gritando, acompanhado de gestos agressivos.

Ser gentil é extremamente benéfico quando se entende que a gentileza abre portas, muda o rumo dos conflitos, facilita negociações, transforma humores, melhora as relações, enfim, propicia inúmeras vantagens tanto na vida de quem é gentil quanto na de quem se permite receber gentilezas.

No ambiente de trabalho, por exemplo, é fato que as empresas têm preferido, cada vez mais, profissionais dispostos a solucionar problemas e favorecer as conciliações. Afinal de contas, competência técnica é oferecida em universidades de todo o país, mas habilidades humanas como a gentileza são características escassas e muito bem quistas no mundo atual.

Reproduzo aqui 10 dicas para facilitar a prática da gentileza. Creio que se conseguirmos incorporar pelo menos algumas dessas ações, nossa vida já se tornará bem mais leve e gostosa.

1. Tente se colocar no lugar do outro. Isso o ajuda a entender melhor as pessoas, seu modo de pensar e agir.

2. Aprenda a escutar. Ouvir é muito importante para solucionar qualquer desavença ou problema.

3. Pratique a arte da paciência. Evite julgamentos e ações precipitadas.

4. Peça desculpas. Isso pode prevenir a violência e salvar relacionamentos.

5. Pense positivo. Procure valorizar o que a situação e o outro têm de bom e perceba que este hábito pode promover verdadeiros milagres.

6. Respeite as pessoas quando elas pensarem e agirem de modo diferente de você. As diferenças são uma verdadeira riqueza para todos.

7. Seja solidário e companheiro. Demonstre interesse pelo outro, por seus sentimentos e por sua realidade de vida.

8. Analise a situação. Alcançar soluções pacíficas depende de se descobrir a raiz do problema.

9. Faça justiça. Esforce-se para compreender as diferenças e não para ganhar, como se as eventuais desavenças fossem jogos ou guerras.

10. Mude a sua maneira de ver os conflitos. A gentileza nos mostra que o conflito pode ter resultados positivos e ainda tornar a convivência mais íntima e confiável.



Rosana Braga 



21 de maio de 2013

Como é para você falar sobre o que sente?






Todos nós temos um pouco de dificuldade em lidar com nossos sentimentos. Tudo começa quando ainda somos crianças. Naquela época, raramente tínhamos alguém que nos desse apoio para que pudéssemos demonstrar sentimentos como raiva, ciúme, inveja, vergonha. Em muitos casos, nem chorar era permitido. E com isso, muitas pessoas aprenderam logo cedo a engolir suas lágrimas e sentimentos. Nos ensinavam, com raríssimas exceções, que nada devíamos demonstrar, e aos poucos aprendemos a reprimir o que sentimos. Quando não tivemos quem nos ajudasse a lamentar nossos momentos de dor, solidão, tristeza, acabamos por bloquear, reprimir para outras pessoas e para nós mesmos, tudo aquilo que sentimos. Queremos ser fortes e conseguimos, mas só nós sabemos qual o preço que pagamos. 

Com o tempo, começamos a perceber que tudo aquilo que por anos ficou muito bem guardado, começa de alguma forma a pedir, para não dizer gritar, que precisa sair. É neste momento que inconscientemente criamos situações nas quais estes sentimentos possam ser experimentados novamente. Quando vivemos situações de desprezo, rejeição, abandono, solidão, maus-tratos, quando criança e não havia quem pudesse suportá-los ao nosso lado, passamos a recriar situações e relacionamentos para podermos expressá-los aqueles mesmos sentimentos que foram reprimidos, com a fantasia inconsciente de resolver o trauma original. Nem sempre recriamos as mesmas situações, mas sim qualquer situação que nos faça sentir os mesmos sentimentos. 

Sentimentos de rejeição, abandono e abusos vividos durante a infância são os mais difíceis de serem superados. É como se registrássemos que não somos dignos de sermos amados, nem aceitos por aquilo que somos. Isso pode gerar muitas dificuldades nos relacionamentos, seja em forma de boicotes ou repetição de padrões, pela necessidade constante de aprovação e reconhecimento. Por exemplo, uma pessoa que viveu situações de rejeição e abandono durante sua infância, pode buscar, é isso mesmo, buscar inconscientemente, situações que a façam se sentir abandonada e rejeitada. Se teve um pai e/ou mãe que a rejeitaram, foram ausentes, distantes, poderá fazê-la recriar relacionamentos com pessoas que a faça se sentir igualmente rejeitada e abandonada. Isso pode parecer absurdo, mas nosso inconsciente faz exatamente isso mesmo, mas há uma intenção, que é nos libertar daqueles sentimentos que tanto machucaram e continuam a machucar, mesmo depois de muitos anos.

Mas, para isso, é importante ter alguém com quem possa contar o que sentiu, lamentar, e receber todo apoio que não recebeu na época que aconteceu. Há pessoas que perderam pessoas significativas quando crianças e até hoje, já adultas, não choraram, nem elaboraram, e muito menos superaram essa dor. Ser capaz de falar sobre a dor que sentimos significa que inconscientemente estamos dispostos a aceitar e superar o que nos aconteceu. O que nem sempre é fácil, pois assusta, causa medo de sentir mais dor, o que faz com que as pessoas evitem tocar nestes assuntos, o que só causa mais dor. O fato de não falar sobre o que sentimos, não nos isenta de senti-los. 

Quando passamos uma vida sendo machucados e passamos por cima, ignorando como se nada tivesse acontecido, pois do contrário ficaríamos completamente sós, acabamos por permitir que outras pessoas nos machuquem mais e mais. Assim, perdemos o foco em nossa própria vida, deixando de nos ouvir para ouvir aos outros, deixamos de ser nós mesmos para sermos quem gostariam que fôssemos, e é assim que nos perdemos de nossa essência, de quem somos verdadeiramente. 

É preciso lembrar e ter consciência que se um dia alguém não o aceitou, o abandonou, muitas outras lhe deram valor, gostam de você e estão ao seu lado. É preciso parar com essa busca incessante de aprovação, seja de quem for, geralmente dos genitores, e que pode se estender por toda uma vida. Do contrário, de vítima poderá se tornar em algoz de si mesmo. Se a rejeição ainda está viva como se existisse no momento presente é porque de alguma forma você assim permite. Interrompa esse círculo vicioso de dor. Libere este sentimento para que ele se dissolva e pare de te torturar. Hoje você não precisa mais passar pelas mesmas agressões, indiferença, desprezo, vergonha, humilhação, entre tantas outras situações que já vivenciou. Hoje você pode viver na harmonia, paz, tranqüilidade, pois essa condição só depende de você. Enquanto criança não temos muitos recursos para nos defender, mas hoje adultos, podemos, e temos todo direito de sermos pessoas inteiras, felizes, sem implorar por carinho, apoio, compreensão, amor. 

Com certeza, você deve ter muitos momentos agradáveis registrados em sua mente. Muitas palavras e atitudes de carinho. Traga isso para o momento presente. Por que se sentir desvalorizado, diminuído, inferior, rejeitado, por que uma pessoa não o aceitou ou demonstrou aquilo que você precisava? Por que não permitir que o amor de outras pessoas, que com certeza há ao seu redor, chegue até seu coração? Quais são as pessoas que lhe demonstram amor, carinho, atenção, que lhe tratam com respeito, dignidade e consideração? Valorize essas pessoas, deixe que o amor que sentem por você seja muito maior que a rejeição e o desprezo que recebeu um dia. Você pode reagir, portanto, reaja! 

A vida não pode ser contabilizada apenas de dor, mágoas, tristezas, mesmo que um dia existiram, elas podem ser substituídas por alegria, paz, harmonia. Saber valorizar o que recebemos de bom e partilhar com quem nos faz sentir vivos, alegres, pode ser um antídoto contra a dor que nos fizeram um dia sentir. Solte essa dor, chore o que não chorou, procure quem possa ouvi-lo, só assim irá conseguir se libertar daquilo, que por mais que negue, ainda dói dentro de você.


Rosemeire Zago