30 de novembro de 2011

Carências




Carência: falta do preciso; necessidade; provação. E quando nos referimos às carências psicológicas e emocionais entramos em um campo vasto de pesquisas e inferências. Pesquisas para descobri-las e inferências porque, em boa parte das vezes, as pessoas chegam às conclusões por dedução e não por fatos.

Muitos falam da carência como se ela fosse algo superficial e pudesse ser administrada pela simples percepção. "Estou carente de afeto". De verdade, esta afirmação tem muito mais a ver com a expressão da falta de alguém, de um parceiro ou parceira do que a identificação da carência afetiva que atua em nosso comportamento e de forma camuflada, ou seja, inconscientemente.

A carência não é gerada pela falta de "qualquer coisa", mas pela falta de sentimentos essenciais, necessidades não atendidas no momento e da forma adequada, deixando lacunas que, não identificadas, desencadeiam reações e comportamentos que muitas vezes nem a própria pessoa entende. Mas grande parte das pessoas sequer admite que possam estar ocorrendo influências desse tipo em seu comportamento.

E ela, a carência, ou as carências, são grandes responsáveis por relações conflitantes e desgastantes. Comum se dizer que o casal tinha tudo para ser feliz, mas não está conseguindo uma convivência harmoniosa. E o que era para ser lindo torna-se medonho. Uma pessoa que não se sentiu atendida em sua necessidade de ser amada, tem forte propensão a manifestar sua carência afetiva, não reconhecendo gestos de amor e de afeto que possam lhe ser dirigidos. Sem perceber, estipula como o outro deveria proceder para demonstrar seu bem-querer, a partir do que ela traçou para si sobre o que seria esse gesto de amor e de afeto. O desencontro está traçado e o desentendimento está plantado. Por mais que se manifeste carinho, ele não será sentido pelo outro como uma demonstração de amor. "Não sei mais o que fazer, ela(e) nunca está satisfeita(o)". "O que mais você quer de mim?", já ouviram estas frases? Por trás delas está uma carência enorme e impossibilidade de atendimento, pois a pessoa está fechada.

Isso não ocorre apenas nas relações afetivas, mas também nas profissionais. Excelentes e competentes executivos deixam de obter melhores resultados por não saber enxergar aqueles que estão consigo. Todos percebem que há condições para se ir além, mas a conduta do líder, infelizmente, impede. Ele ainda prega a todos a falta de colaboração e compromisso dos demais. Eles também não têm mais o que fazer ou tentar.

Todos temos carências, não há como escapar. Há, sim, a compreensão, a aceitação e a humildade de reconhecê-las e aí sim, saber lidar com elas de forma a que não interfiram em nossas condutas, nossas relações afetivas ou profissionais, sociais, enfim, onde estivermos nos interrelacionando.

Vícios, de todos os tipos, têm muito a ver com as carências. Inclusive e, principalmente, um vício muito pouco abordado, que é o ligado ao sexo, do qual estaremos falando futuramente.

Tudo o que se refere ao comportamento humano, passa pela auto-imagem e auto-estima. Se necessidades significativas não são atendidas ou sentidas como atendidas, elas estarão gerando comportamentos que buscam a compensação, como se fosse possível preencher citada lacuna através dela (da compensação). A auto-afirmação torna-se um mecanismo que, por não existir naturalmente, passa a ser imposta pela pessoa através da cobrança aos demais daquilo que se considera importante e que deva ocorrer para sentir-se firme e "bem". "Bem" entre aspas, pois nunca será suficiente e sempre se farão repetir e cada vez mais estas cobranças e exigências.

Parar para refletir sobre o que se está cobrando, exigindo do outro, é um dos caminhos para identificarmos do que estamos sentindo falta. Qual nossa real necessidade, por que estamos passando provações. Pode doer a resposta, porém nos levará a uma conduta mais natural e nos propiciará um relacionamento mais saudável, mais satisfatório, mais feliz. Sem a carência interferindo, passamos a identificar inúmeros gestos de amor, carinho e consideração por nós. Pensem nisso. 




Paulo Salvio Antolini









29 de novembro de 2011

Sonhos




Os sonhos são pensamentos, sensações, imagens e emoções que passam pela nossa mente enquanto estamos adormecidos. São parte de um estado alterado de consciência, no qual entramos a cada noite.

Em média, cerca de 20% do nosso sono é passado no estado de sonho. Para a maioria das pessoas, isso dura em torno de uma hora e meia a cada noite. Ninguém sabe exatamente por que o fazemos, mas a ciência pode atestar que durante os estágios mais profundos do sono, a fase REM (Rapid Eye Moviments, que em português significa Movimento Rápido dos Olhos) nosso cérebro permanece incrivelmente ativo.

O sonho é a linguagem das nossas almas: as visões, os sons e as sensações que nos atingem falam diretamente a nós e por nós enquanto estamos inconscientes. É como se a mente nos levasse a um mundo misterioso, onde tudo pode acontecer.

Embora seja misterioso, e algumas vezes assustador, esse mundo dos sonhos é intensamente pessoal e particular e nos proporciona um modo de compreender nossa vida consciente e desperta. Infelizmente, quando acordamos, com freqüência lembramos apenas uma fração do que sonhamos e, algumas vezes, não lembramos nada, achando que não sonhamos. Apesar dessa sensação, todo mundo sonha todas as noites. Sonhar é parte essencial de nossas vidas, na verdade, se não sonhássemos, adoeceríamos.

Muitas pessoas se perguntam: Por que sonhamos? O que são os sonhos, afinal? As teorias do sonho e do sonhar são talvez tão diversas e variadas quanto os próprios sonhos. A principal partiu de Sigmund Freud, o pai da psicanálise, que caracterizava os sonhos como a libertação de desejos reprimidos, ou seja, para Freud as coisas que desejamos e não nos encorajamos a fazer são liberadas pelo nosso inconsciente enquanto dormimos.

Carl Gustav Jung, discípulo de Freud, decidiu seguir seu próprio caminho: defender suas idéias, que eram diferentes das propostas por Freud. Jung concordava que os sonhos eram manifestações do inconsciente, só que de forma a buscar o equilíbrio do "eu", nossa percepção de nós mesmos e do mundo a nossa volta.

As explicações variam muito de acordo com nossos costumes, religiões e modo de vida. Para os religiosos, as imagens que nos visitam quase todas as noites são mensagens divinas ou demoníacas. Alguns acreditam que nossa alma, ou essência, pode deixar o corpo durante o sono e viajar para o plano astral. Já os paranormais, encaram os sonhos como a manifestação de poderes mentais que não dominamos quando estamos acordados, como a premonição, a telepatia, etc.

Sabe-se também que os sonhos nos revelam detalhes das nossas vidas passadas. Assim, além do "significado" que os sonhos possam ter, a maioria das pessoas concorda que por meio deles estamos solucionando problemas.

Cada um tem uma visão a respeito deste tema e ninguém é mais adequado para interpretar o significado de um sonho, o problema ou crise que ele representa, do que o sonhador. Todas essas perspectivas têm um lógica interna, por isso, esteja aberto e use sua intuição para descobrir o que o seu sonho diz.

Algumas dicas de como lembrar e entender os sonhos:

- Tenha sempre um caderno e uma caneta na sua mesa de cabeceira. Se possível, permaneça na cama alguns momentos após o despertar e pense no sonho. Registre-o em detalhes: concentre-se nas imagens, nas pessoas. Pense no que elas significam para você.

- Manter um diário de sonhos é um recurso extremamente útil. Ele pode fazer-lhe grandes revelações sobre sua vida inconsciente

- É importante que você escreva tudo o que conseguir lembrar. Não elabore nem censure nada.

- Muitos sonhos não são completos em si mesmo, e sim, se desdobram gradualmente num período de tempo. Se você censurar detalhes não muito claros, perderá informações importantes, que poderão ser esclarecedoras posteriormente.

- A medida que seu diário de sonhos evolui, você começará a perceber a ligação entre os sonhos.

- Não bloqueie as manifestações do seu inconsciente. Diga a você mesmo que está receptivo para saber seja lá o que for. Boa sorte e bons sonhos.

"Tudo o que vemos ou sentimos, nada mais é do que um sonho dentro de um sonho". Edgar Allan Poe





Myriam Durante 












27 de novembro de 2011

Ansiedade




Inúmeras são as razões pelas quais uma pessoa busca a psicoterapia, mas o número de pessoas que buscam tratamento para ansiedade-depressão cresce a cada dia mais.

Atualmente temos a sensação de que os dias ficaram mais curtos. Quando o dia termina, estamos exaustos e ainda ficaram coisas por fazer. Os constantes desafios a que somos submetidos, a violência, perdas afetivas, cobranças, as competições... Estes são, sem dúvida nenhuma, alguns dos fatores que podem provocar desordem de ansiedade e sentimentos de insegurança.

Dia após dia vivemos estas mesmas situações que nos levam a um cansaço físico e mental, nos deixando cada vez mais ansiosos. A ansiedade sempre fez parte do ser humano, esse sentimento funciona como um instinto de sobrevivência frente a situações difíceis. Ela é uma força extra para que possamos prosseguir.

Quem nunca se sentiu ansioso para fazer uma prova, uma entrevista de emprego ou ao se atrasar para um compromisso? Essas situações nos dão ansiedade e isso é natural, tanto é que depois conseguimos nos acalmar. A ansiedade atrapalha e começa a preocupar quando se torna persistente e passa a impedir a realização dos nossos objetivos, deixando-nos sem forças para cumprir nossas tarefas.

A preocupação com o que ainda não fizemos ou com o que temos de fazer nos tira do momento presente. O estado de ansiedade é caracterizado por não estar centrado no aqui e agora. O mecanismo da ansiedade está por trás de quadros como o perfeccionismo, em que a pessoa procura sempre a aprovação dos outros, não se sente amada e tende sempre a agradar os outros, com cobranças e exigências às vezes absurdas. Há uma tendência a não se preocupar consigo mesmo, muitas vezes surgindo o desleixo e a falta de preocupação com a aparência. Há em geral uma preocupação fixa com um determinado assunto em detrimento de tudo que há em volta. O pensamento fica difícil, há dificuldade de concentração, insônia e impaciência, além de perda de memória.

A ansiedade leva também ao adoecimento físico, como: hipertensão, gastrites, dores de cabeça, fadiga, cansaço e tensões musculares. A saída é descobrir o que deseja ser e aprender a amar a si mesmo em primeiro lugar, independente de ser o melhor ou não, pois ninguém é perfeito.

O importante é se conhecer e se respeitar, para isso é preciso relaxar, mas é muito difícil dizer isso para um ansioso. Respirar, meditar e ficar quieto só com seus pensamentos são tarefas quase impossíveis para uma pessoa ansiosa. Nestes casos a psicoterapia holística ajuda muito, e num prazo muito curto. Utilizo nesses casos a radiestesia, como desbloqueador dos centros energéticos (chakras), e a hipnose, que proporciona um relaxamento imediato. A técnica da hipnose proporciona mudanças de hábitos e comportamentos, tornando a pessoa mais tranqüila. Ela eleva a auto-estima e a disposição, trazendo novamente a vontade de viver e de ser feliz.

Algumas dicas eficazes no controle da ansiedade:

1- Escreva sobre o que estiver sentindo. Descreva suas sensações com detalhes, sem fugir ou negar. Fica mais fácil identificar e controlar suas emoções ao aceitar e assumir o sentimento.

2 - Aprenda a relaxar.

3 - Pratique exercícios relaxantes, como yoga.

4 - Realize tarefas agradáveis, como: leitura, pintura, dança...

5 - Caminhe

6 - Medite. Há inúmeras técnicas de meditação, com certeza você achará uma que lhe agrade.

7 - Tenha pensamentos mais otimistas.

8 - Pare com a necessidade de querer ter controle sobre tudo.

9 - Tire um dia para se cuidar, da cabeça aos pés.

10 - Olhe-se no espelho, comece a se gostar, cuide da sua autoestima, acredite que você é capaz de conseguir. Eu acredito que você seja, e você acredita?



Myriam Durante 



26 de novembro de 2011

Inflexibilidade





"Quando digo não é não.Quando digo sim, é sim.E ponto final”.

Coloquei-me aqui neste pedestal, E daqui não saio.Daqui de cima vejo todo mundo.

Muitos mudaram seus caminhos, são uns loucos, menos eu que continuo aqui. Muitos sorriram, outros choraram, alguns até cantaram, mas eu sou forte e continuo aqui.

Muitos deles até perdoaram e alteraram suas convicções, mas que fraqueza!!!!

Mas eu não....Eu continuo aqui!!!Alguns quiseram me levar também, mas daqui eu não saio.

Daqui eu controlo tudo e todos. Irredutível...( irracional, escravo, inseguro, imaturo).

Continuo aqui....apegado aos meus (pré) conceitos, meus dogmas, enraizado em mim mesmo, avesso às mudanças, ao aperfeiçoamento, ao desenvolvimento. Continuo aqui...Enquanto eles...Ah!!! Esses loucos....

Cantam, dançam, vivem, perdoam, mudam, choram, se encantam, contemplam, vivem... e olha...até sorriem!!!!!"

Quantas vezes adotamos uma postura inflexível diante dos problemas, diante das situações, diante da vida.

Será medo da mudança, de enfrentar o novo, medo dos desafios, medo de errar? Medo de mostrar para os outros que nem sempre sabemos tudo e mais ainda...medo de enfrentar nossas dificuldades e nossa real situação?

O que queremos esconder quando estamos sendo inflexíveis? As pessoas muito inflexíveis normalmente são tensas fisicamente, propensas a sentir dores musculares e têm grande dificuldade de alongar o seu corpo, de se soltar e se expor.

Quando tentamos a todo custo manter uma determinada posição ou situação, estamos talvez remando contra a maré, indo contra o que a vida nos reservou e essa luta constante nos causa dor e cansaço.

Podemos aprender a nos soltar mais, a pensar em novas possibilidades, a aceitar mais as posições das outras pessoas. Podemos nos colocar em uma postura de mais leveza e menos resistência e exercermos assim a humildade por saber que não somos nós os centros controladores do universo e sim, somos uma engrenagem que atua em conjunto com uma dinâmica maior de força e desenvolvimento.

Para Refletir:

1. Que atitudes eu costumo ter que demonstram minha inflexibilidade?

2. O que eu posso fazer para me tornar uma pessoa mais leve, mais flexível?

3. Adotando uma postura mais flexível, qual será o reflexo em meu dia a dia, meu trabalho e meus relacionamentos?

"Tirar o peso da rigidez de seus atos é permitir-se saborear cada minuto de sua existência.”




Cacilda Zeraik 

25 de novembro de 2011

O problema é você?




Por que as coisas não mudam na sua vida? Por que sempre acontecem transformações espetaculares na vida dos outros, enquanto a sua não sai do lugar, por mais movimentos que você faça? Os outros sempre são promovidos, sempre estão vivendo um momento especial, um romance de tirar o fôlego. Os casais que cruzam seu caminho parecem estar em pleno exercício do amor sublime, do sexo transcendental.

Aí você olha para sua vidinha e pensa: que bosta! Nada muda. Todo mundo está feliz, completo, amando, realizando, conquistando… e você correndo em círculos, atrás do rabo, sobrevivendo do jeito que dá. A mesma ladainha do amor não correspondido, da ralação no trabalho não reconhecido. Às vezes, aparece uma luz no fim do túnel e você pensa, agora vai! E não é que acontece alguma coisa justo na sua vez de ser feliz? Pronto, você se frustra, apaga seu brilho, chora, esperneia e, pior, não é como era antigamente, quando os seus dissabores e revezes eram amortecidos pelos pais, avós ou outras pessoas que tinham esse superpoder.

Acabou o colo. Acabou aquela crença “depois de um dia ruim vem um dia bom”, porque muitas vezes vem outro ruim. No fundo, no fundo, acabou a ilusão e isso dói, mas dói muito. Aí você se culpa, porque, afinal, tem emprego, saúde, amigos, pernas e braços, um teto para morar… enquanto tantas pessoas sofrem pela falta disso tudo. Resta arrumar forças não sei de onde para continuar sei lá o que, até que alguma chama reacenda e você volte a acreditar que, desta vez, a sua vez está próxima.

Como diz Goya, “os sonhos da razão produzem monstros”. Que cara sábio! Os sonhos da razão são as ilusões que criamos em relação ao brilho da vida alheia; os monstros são os fantasmas que nos põem para baixo assoprando nos nossos ouvidos o quanto somos infelizes em reação à pseudo-felicidade do outro. Na verdade, ninguém brilha 24 horas por dia, nem transa; nem ama; nem arrasa no trabalho. Mas, pelo jeito, você anda se iludindo 24 horas e perdendo energia e tempo preciosos que poderiam estar sendo usados para fazer sua vida brilhar por si só.


Fernanda Santos







24 de novembro de 2011

Recomeçar




Como psicoterapeuta, eu atendo muitos casais que tentam resgatar seu casamento. Procuro fazer primeiro uma terapia individual e só depois em conjunto.

Pude perceber que ambos precisam desabafar e colocar tudo para fora, mas que nem sempre conseguem fazer-los na frente do outro. O mais curioso é que as queixas são sempre muito parecidas: falta de carinho, atenção, desgaste na relação...

Com isso, você descobre que, no fundo, eles só não se enxergam mais. Na correria do dia a dia às vezes não sobra tempo para nada. Assim, acabamos passando por cima das pequenas coisas que mantém um relacionamento feliz.

Quantas vezes, ao se emocionar assistindo a um filme romântico, você não pensou: "antes ele(a) me mandava flores" ou "antes ele(a) fazia isso e não faz mais"...?

Quantas vezes nós olhamos para o(a) nosso(a) companheiro(a) e não falamos nada, mesmo querendo falar muito? Vamos engolindo e deixando pra lá.

Quantas vezes nós queremos dar um abraço ou fazer qualquer outro carinho e ficamos com receio de parecer bobos ou com medo da reação do outro?

Quantas vezes ficamos com vergonha de nossos filhos, como se andar de mãos dadas ou dar um beijo no(a) nosso(a) companheiro(a) fosse algo vergonhoso?

Com todas essas reservas, vamos nos fechando e levando a vida. Nos ocupamos com a casa, o trabalho, os filhos e nos esquecemos de nós mesmos: dos nossos sonhos e desejos, achando que o nosso tempo já passou.

Nós estamos sempre esperando o momento certo para falar ou fazer algo e, muitas vezes, quando nos damos conta já se passaram muitos anos e ganhamos muitas mágoas e ressentimentos - na maioria dos casos - sem muita razão.

Encontre um tempo só para você, um lugar só seu. Relaxe, respire fundo e pense na sua vida.

Você já reparou que o tempo passa muito rápido? Nós vivemos num mundo muito corrido, então não espere mais, o momento certo está ai, só depende de você deixar que ele aconteça.

Muitas pessoas acham que podem deixar para serem felizes amanhã, que hoje é muito difícil e sempre inventam uma desculpa. Mas quando resolverem tentar, pode ser que seja tarde demais.

Existem momentos que simplesmente não voltam. As pessoas mudam, envelhecem e, às vezes, engordam, mas no fundo continuam sendo as mesmas por quem nos apaixonamos. O que falta é abrir nosso coração e deixar o medo e o orgulho de lado, e, então, recomeçar. 
 
 


Myriam Durante
 
 
 
 

23 de novembro de 2011

Solidão nunca mais...




Recentemente, escrevi sobre o tema "solidão". Minha intenção era transmitir que, apesar das dores que esse sentimento causa, precisamos tentar assumir o controle, transmutando as angústias em boas energias e absorvendo somente o que de fato nos proporcionará alegria e bem-estar.

Quando comecei a escrever, nunca poderia imaginar que o universo seria tão poderoso e sábio, até mesmo comparecendo em momentos de inspiração...

Por mais que já tenhamos vivido uma situação difícil e, imaginando tê-la vencido, somos colocados à prova, ou melhor, à contraprova para uma certeza profunda de que aquele obstáculo, aquele teste foi, de repente, deixado para trás.

Em 30 anos, nunca havia me distanciado tanto da minha família, mesmo vivendo em outra cidade. Às vezes, sentia-me sozinha e inevitavelmente batia aquela sensação de vazio, de abandono. Pois bem, hoje me encontro em outro Estado do País, muito, muito longe de todas as pessoas queridas...

Escrevi que a solidão causa dor e que não é tão fácil conviver com ela, também comentei que podemos revertê-la em algo positivo, por mais difícil que seja, pois temos, em nossas mãos e mentes, o controle completo de nossa vida.

No entanto, existe uma questão, sobre a qual ainda não tenho resposta... mesmo sem querer, às vezes, as lágrimas descem pelo meu rosto só de lembrar o vulto da minha querida mãe... e, quando menos percebo, começo a rir e logo penso: "que sentimento bom"... e sinto algum tipo de ajuda, percebo que não estou só.

A mente com suas infinitas capacidades, como por encanto nos supre de doces e boas lembranças e isso me conforta, porque sei que está tudo bem, que todos estão com saúde e esperando com alegria um precioso encontro. E ainda, podemos nos falar a qualquer momento... basta pegar no telefone ou acessar a internet. É claro que não é a mesma coisa, mas conforta e permite boas risadas juntos...

Hoje, infelizmente, muitas pessoas se tornam feito zumbis diante da Internet, esquecendo de viver, mas não poderia deixar de comentar que a Net também proporciona muita satisfação e alegria pelo outrora inimaginável fato de podermos ver instantaneamente a outra pessoa em qualquer lugar do mundo... Uma boa imagem da webcam nos permite captar nos fundo dos outros aquele brilho que toca nossa alma, emociona e nos passa alegria e felicidade... assim como o timbre e a vibração que as palavras sinceras transmitem, amenizando a saudade de ambas as partes.

Por causa dessas condições, não há mais lugar para a solidão... as distâncias, como por encanto, encurtam-se e ao final cada contato sentimos que fomos revitalizados, que recebemos uma energia amorosa que nos nutre até o seguinte...

Para aqueles que ainda não conseguem utilizar a contento a ferramenta da internet, sempre podem dispor do telefone, dos Correios... Sim, mesmo tendo a internet disponível, também gosto de fazer uso dos Correios e enviar umas cartas-surpresa, algo que, afinal, durante centenas de anos foi o único meio de comunicação entre os seres humanos e, por mais demorado que seja, ajudou profundamente muitos corações distantes.

Agora, vivenciando por completo a experiência da mudança, acredito que possa fechar o tema. Estou a cada dia em um lugar diferente, de culturas e valores preciosos e ricos em diversidades, agregando à minha bagagem o melhor de tudo. Estou cada dia mais feliz e em crescimento profundo, porque consegui vencer, superar de vez um sentimento de dor tão temido por muitos, e que agora não faz mais parte da minha vida, porque... eu nunca estou só!

Não posso deixar de comentar que sei existirem muitas pessoas que lutam, mas não conseguem se libertar... para elas vai um recado, que sinceramente espero possa ajudar, motivar: "Procure seguir o coração mais do que a mente. Se sentir saudade de algo ou de alguém, reveja a estratégia, jogue pra bem longe o orgulho e... tente começar do zero, não importando o número de tentativas. Procure seguir outro caminho, procure fazer o que realmente lhe faz bem... faça algo novo, condicione sua mente a viver cada dia com muita intensidade e alegria. Não viemos por aqui para passarmos despercebidos, para vivermos acamados e depressivos. É preciso resgatarmos nossa forças e tomarmos as rédeas de nosso destino, escrevendo com coragem e determinação nossa história, sem sermos derrotados, mesmo que, ao final, fiquemos com o corpo todo marcado por profundas cicatrizes...
 
 

Lidiane de França 

18 de novembro de 2011

As nossas escolhas diante de uma encruzilhada




Nós sempre pensamos se tomamos a decisão certa. A resposta a esta questão é: sem dúvida alguma! Por que voltamos ao passado então? Deveríamos ter pensado, ter sonhado, ter feito... Nós nos esquecemos que somente podemos fazer aquilo para o qual já estamos preparados! Não podemos mudar a reação dos outros, somente a nossa!

Eu acredito que deve haver uma razão pela qual nós dizemos que deveríamos aceitar as situações na vida como elas simplesmente são. A realidade que vivenciamos todos os dias não contém somente o que é concreto e visível, aquilo que conseguimos ver, mas também o que está oculto de nossa visão. E os resultados, aquilo que colhemos, nos garantem exatamente isso.

Nós sempre estamos diante de uma escolha que deve ser feita apenas por nós mesmos. Esta constatação facilita a caminhada que devemos percorrer, não é mesmo? Não é maravilhoso saber que somos capazes de controlar nossos pensamentos, sentimentos e ações? Ninguém consegue este feito a não ser nós mesmos! As reações que apresentamos aos outros, sejam elas positivas ou negativas, dependem única e exclusivamente de nós. Ninguém é responsável por elas, a não ser nós mesmos!

Vivemos de ilusões que podemos criar uma outra realidade. Ah! Se tivéssemos uma outra profissão, se nossos relacionamentos fossem mais harmoniosos, se fôssemos mais jovens, tantos "se e mas"... Tudo é o que deve ser! Claro que nem sempre somos impotentes, contudo nem tudo pode ser mudado por nós...

Existe algo por trás de nossas ações, algo que nos conduz, que nos mostra a luz e o caminho certo a seguir. Se tentássemos, todos os dias, entrar e contato com esta realidade invisível, teríamos uma grande surpresa. E que surpresa!

Como podemos alcançar a harmonia que há tanto tempo procuramos e pela qual ansiamos? Confiança é a solução. Precisamos aprender a confiar na vida e reconhecer que não podemos nos envolver tão livremente em toda e qualquer situação. Por que pensamos ser onipotentes?

Uma vez que tenhamos tentado de tudo para mudar algo e apesar de nossos esforços ainda não termos alcançamos sucesso, não será melhor ficarmos tranquilos e aceitarmos o presente que o cosmo tem a nos oferecer? Talvez precisemos somente de paciência, certo?

Nós dizemos que toda escolha acarreta alguma dúvida, mas a nossa escolha-consciente ou não- já fizemos há muito tempo. Nós podemos expressá-la de outra maneira ou mesmo mudá-la completamente, pois tudo que escolhemos é um reflexo do que está em nosso interior. Por isso é necessário o autoconhecimento!

A única escolha que depende apenas de nós é a escolha de ser quem realmente somos. E para que esta afirmação se torne verdadeira, vivamos o momento presente e aproveitemos o que ele nos oferece. E sejamos gratos por isso!



Joseila Gerotto



 

16 de novembro de 2011

Mentirinhas na vida a dois... pode?




“Meu marido, sem perceber, conta pequenas mentiras pra não me ver brava. Só que acabo sempre descobrindo. Devo ignorar?”

Você já parou para pensar se existe em nossa sociedade alguém que não minta? Difícil, não é? Existem, porém, mentiras de todos os tipos desde as mais cruéis até as mais inofensivas. Muitas pessoas se vangloriam de serem verdadeiras, falarem tudo o que pensam, sem se preocupar com a reação dos outros mas... Será que essa postura as coloca realmente como mais corretas moralmente? Volta e meia aparecem nos filmes, novelas, literatura, personagens "desbocados", que falam tudo o que pensam e, geralmente são vistos como vilões, não como heróis.

Paradoxo: Pequenas mentiras ou omissões podem até fazer bem à relação. Falar sempre a verdade, embora faça parte de nosso código de ética, às vezes pode significar apenas descuido com o outro, preguiça de encontrar as melhores palavras para transmitir um recado sem ferir. Pequenas mentiras ou omissões com a finalidade de proteger a relação ou evitar constrangimentos e mágoas em geral são benvindas ou até... desejáveis, por mais paradoxal que pareça.

O número de mentiras atenuantes usadas pelas pessoas também depende de um código social que varia de país para país. Quem é o brasileiro que não ouviu dizer que o francês é grosseiro? Ou que os médicos americanos são insensíveis por dizerem claramente ao paciente que ele tem uma doença grave? Sim, sob nossa ótica de brasileiros onde ser gentil é quase mandatório, os franceses, que dizem o que pensam na cara, parecem muito grosseiros. Por outro lado, nós, os simpáticos e gentis para mantermos essa imagem mentimos ou omitimos nossos sentimentos muito mais frequentemente...

Portanto, sua reação depende do que para você é mais importante. Ao ouvir as mentirinhas de seu marido pense que, como você mesma diz, ele faz isso para proteger a relação, não para esconder de você fatos relevantes e fazer você de boba. Saber a verdade você sabe, portanto de que serviria a explicitude? Se você encontrar um motivo que a justifique, talvez valha a pena conversar com seu marido. Se, porém, a relação se mantém estável mesmo com essa linguagem entre vocês, deixe as discussões para assuntos que realmente precisem ser esclarecidos. Mesmo porque se vocês estabelecerem a explicitude como regra e forem discutir todas as "mentirinhas" ou omissões da relação não sobrará tempo para mais nada. E você precisará estar sempre de prontidão para esclarecer questões como, por exemplo, por que fez essa pergunta para nós e não diretamente para ele... 
 



Anette Lewin