21 de fevereiro de 2013

O que interfere na nossa melhora






Você já parou para pensar o quanto acontece de problemas e pequenas 'coisas' quando pensamos em melhorar? Parece que tudo começa a dar errado pelo simples fato de você ter decidido que não aceitaria mais passar por problemas e tristezas. É como se todo caminho de melhora fosse muito mais difícil do que se manter na mesma situação; estagnado.Estes acontecimentos geralmente são frutos de nossa resistência à mudança. Sempre que decidimos agir de uma forma diferente, acabamos entrando em um novo padrão mental e energético que pode trazer à tona, nossos medos e receios do que pode acontecer.

Os medos geralmente são baseados na possibilidade de termos que agir de uma forma que acabemos nos desconectando de pessoas que, teoricamente, são importantes. Também são frutos da percepção de sobrevivência básica, o que pode nos levar ao receio de não conseguirmos seguir adiante e que acabemos com as situações que nos sustentam, seja no sentido financeiro ou no sentido emocional.
Quando sabemos que temos mudanças pela frente, podemos criar um sistema inconsciente que nos faz escolher por todos os caminhos da dificuldade, do atraso, da desistência. Veja o quanto estamos acostumados a nos atrasar ou perder o metrô quando estamos nos direcionando a algum local ou consulta que podem nos mostrar o caminho da melhora.

É muito importante que nos perguntemos qual é o verdadeiro valor que damos às pessoas e situações que sabemos que irão deixar nosso cotidiano quando seguimos um novo caminho. Se você estiver apegado a estes fatores, definitivamente, acabará interrompendo o momento de mudança. Se somos emocionalmente apegados às pessoas, podemos não estar preparados para deixá-las seguir seu caminho e, desta forma, podemos entrar no processo de 'esquecimento' do que já nos fizeram, ou dos problemas que esta pessoa significa em nossa vida.
Também devemos aprender a não trabalhar com o medo como base de nossas escolhas e da nossa jornada. Nada adianta sair de um emprego se, no fundo, você sente o medo de que não vai encontrar um local melhor. O receio de não ter o sustento ou de ter que ficar sem fazer nada, certamente lhe fará se sentir arrependido assim que pedir para sair do trabalho.

As melhoras são baseadas nas atitudes e crenças voltadas para a realização do que queremos. Devemos planejar um caminho e segui-lo sem se preocupar com o que deixamos para trás. Se, em algum momento, duvidarmos de nossas escolhas, daremos chance para que todas as energias que interferem no coletivo, entrem em contato com nosso campo emocional. Com esta adição de energia inesperada, certamente acabaremos modificando os resultados do primeiro projeto de mudança.

É melhor fazer a mudança somente quando se sentir preparado. Se você tem você tem vontade de transformar alguma situação, deve ter a firmeza e a certeza de que poderá se manter no caminho. As modificações serão baseadas nos nossos pensamentos, atitudes e no que deixamos para trás. Se mantivermos algum tipo de vinculo com o que estava acontecendo, provavelmente entraremos na roda da programação repetida. Em primeiro momento melhora, depois volta tudo ao que era.

Também devemos lembrar que somos nós os nossos maiores sabotadores. Tendemos a nos manter estagnados por ter o medo do que pode acontecer de imprevisto. Este medo é a maior fonte de criação de empecilhos, pois é o gerador do sistema inconsciente de escolhas. Cada novo pensamento tem o intuito inconsciente de mantermos na mesma situação.

Se você quer sua vida correndo no fluxo da vida, deve abrir mão do que acha mais importante do que a melhora. Deve ver o que lhe causa medo de perder e deve insistir em todo obstáculo. Se você conseguir transpor qualquer uma desta alternativas, certamente modificará algum padrão interno.

É esta mudança que pode gerar um novo ciclo de escolhas e acontecimentos. Também é o ponto que começa a fazer as novas situações darem certo. E não tem jeito. Assim que começamos a ver os resultados, sentimos a segurança de que tudo dará certo. Este é o sentimento que pode nos motivar a continuar e nos dá a sensação de que realmente escolhemos certo.

Entre nesta jornada com a confiança no resultado positivo. Este é o primeiro grande gerador de acontecimentos favoráveis. Mantenha-se firme em suas decisões e evite 'olhar para trás'. Assim você poderá ter sua vida fluindo na melhor maré da vida.


Liliane Mattoso

20 de fevereiro de 2013

Fofo, querido, um amor!



 

Palavras são cruciais nas relações amorosas, assim como em tudo na vida. O que seria dos homens inteligentes se bastasse erguer as sobrancelhas e retesar os músculos do peito para seduzir as mulheres? Ainda bem que não funciona assim. Para atrair parceiras os homens ainda são obrigados a falar, escrever e mandar mensagens, até mesmo dançar - uma forma poderosa e afrodisíaca de linguagem corporal, me dizem. Como se empenham de todo coração, esperam alguma forma de recompensa, mas ela nem sempre vem. 

Dias atrás, um amigo mandou um torpedo cheio de suingue para uma moça que conhecera numa festa. Em pouco mais de 120 toques ele conseguiu transmitir humor, elogios e interesse carnal pela moça. A resposta, porém, foi devastadora. “Você é um fofo...”, ela escreveu. Poderia ter dito “engraçado”, poderia ter dito “cara de pau”, poderia ter dito “safado”, mas escolheu dizer “fofo”. Perceberam o tamanho do desastre? Foi o mesmo que chamá-lo de “bonitinho”, ou, ainda pior, “um querido”. Meu amigo percebeu que não vai sair com a moça. 

Fofo é o adjetivo que as garotas usam para o sobrinho delas de dois anos. Fofo elas dizem do gatinho da vizinha que mia para elas no corredor do prédio. Fofo é o amigo gay, aquele que liga à meia-noite e um minuto no dia do aniversário delas. Fofo é o cara gentil que a levou para jantar na semana em que ela havia brigado com o namorado. Ela nem lembra direito o nome daquele superfofo. Era Pablo, Diego ou Ramiro? Um nome espanhol, com certeza. 

Para resumir, fofo é uma palavra que parece não ter relação no cérebro feminino com sexo e paixão, e nenhuma proximidade com aventura. É um termo assexuado. Se ela acha você fofo, é certo que vai aceitá-lo como amigo no Facebook, mas tirar por cima aquele vestidinho de verão, desmanchando os cabelos dela no processo, isso você não vai conseguir. Muito menos um romance trepidante. Estou exagerando? Claro, mas apenas me esforço para deixar claro o meu ponto: fofo não é uma palavra que as mulheres usam para os homens que elas desejam. 

Como as relações humanas não são uma ciência exata há notáveis exceções a essa regra. Uma moça que eu conheço vive reclamando que o namorado dela demorou a se aproximar, embora ela tivesse emitido vários sinais de interesse. A explicação dele é muito simples. “Ela me chamava de fofo e de querido. Entendi que não queria nada comigo”, diz ele. Mulher que tenha urgência em levar um sujeito para o quarto talvez devesse usar com ele outro tipo de linguagem. Deixe fofo para o irmão adolescente da sua amiga, aquele que cora quando fala com você. 

Não se trata, entendam bem, de um mero problema de comunicação, aquele clássico em que a mulher diz uma coisa e o homem entende outra. Fofo é fofo para todo mundo: meigo, atencioso, delicado, um amor. A questão essencial é o efeito da palavra na autoestima masculina. Fofo tem uma conotação doce demais, inofensiva. Os homens não gostam de ser vistos assim. Mesmo os mais dóceis gostam de pensar em si mesmos como predadores perigosos e pegadores implacáveis, capazes de aturdir e dominar as mulheres - ainda que frequentemente aconteça o contrário. 

Ao chamar o sujeito de fofo, você não está apenas sugerindo que ele não faz amolecer os seus joelhos e nem acelera os seus batimentos cardíacos. Você está informando que o vê no diminutivo, café com leite, mirim. Para você ele é um gatinho, não um tigre. Do ponto de vista masculino é uma informação das mais broxantes. 

Isso não quer dizer, evidentemente, que não haja espaço para a doçura masculina nas relações entre homens e mulheres. Ela é absolutamente essencial, na verdade. As mulheres precisam recebê-la e os homens necessitam expressá-la, e vice-versa. Carinho físico e verbal são ingredientes essenciais do nosso metabolismo afetivo. Sem eles definharíamos emocionalmente, como macaquinhos tristes. 



A parte difícil está em fazer com que essa óbvia necessidade de afeto conviva com as nossas fantasias sexuais, nas quais o carinho parece não deter a primazia. Os homens têm prazer em sentirem-se másculos e dominantes na hora da sedução. E boa parte das mulheres parece encontrar satisfação em ser conduzida por um parceiro seguro. Esse teatro, por velho que seja, ainda é muito apreciado. O homem mais suave do mundo vestirá uma alma de Lobo para devorar a mulher que deseja. Ela, por mais altiva que seja, envergará o manto vermelho de Chapeuzinho para deixar-se levar, ansiosa e trêmula, para o abatedouro. Isso faz parte de um roteiro tão velho quanto os contos de fada, e funciona. Fazer diferente exige personalidade.

A moça teria que abrir mão das fantasias de princesa e anunciar, com toda clareza, que o sujeito é um fofo, e POR ISSO, ela é louca por ele. Sexualmente louca por ele, capiche? O rapaz agraciado com essa deferência poderia abrir mão das veleidades de príncipe e aceitar, sem complexos, o papel de macho doce que lhe cabe nesse arranjo. Ser chamado de fofo não é o sonho erótico dos homens, mas talvez a palavra possa ser subvertida. Quem diz que não pode haver fofo cafajeste, fofo descarado, fofo safado e feliz? Aliás, parece uma ideia fofa... 



Ivan Martins


 

19 de fevereiro de 2013

Seu silêncio pode adoecer o amor!



Somos os únicos seres vivos que se comunicam por meio das palavras, da linguagem falada. Isso deve ter alguma importância bastante relevante. Porém, infelizmente, muitas vezes temos praticado esse dom -o da fala- de modo extremamente negligente, exagerado, distorcido e equivocado. 

Ditos populares sobre esse tema, além do essencial equilíbrio entre falar e ouvir, existem vários: "Falar é prata, mas calar é ouro", "Quem muito fala dá bom dia a cavalo", "Quem muito fala, muito terá de se justificar", entre outros. Um pensamento de que gosto muito é de Antoine de Saint-Exupéry: "A linguagem é uma fonte de mal entendidos". 

Ou seja, parece que a sabedoria nos sugere mais silenciar do que falar. Como se o silêncio fosse a forma mais inteligente de solucionar os conflitos. É verdade que pode haver muita paz no silêncio, mas penso que é urgente aprendermos a gigantesca diferença entre o silêncio que apazigua e pacifica, do silêncio que ensurdece, grita, mente e perturba. Aliás, existem silêncios tão perturbadores que podem enlouquecer um ser humano. 

Acima de tudo, precisamos aprender a falar com um propósito. Não falar só para jogar sobre o outro as nossas frustrações ou falar só para ofender e impor razões e vontades. Não se trata de vociferar, mas de se expressar, de mostrar ao outro quem somos e o que queremos. E no exercício diário do amor, estou cada dia mais certa de que não pode haver modo mais eficiente de resolver conflitos, aplacar a ansiedade e desfazer mal entendidos do que por meio do uso de uma comunicação clara, direta e sem joguinhos. 

Mas, lamentavelmente, por não saberem ou por medo e até covardia, muitas pessoas adotam o silêncio como principal forma de comunicação. Calam-se para "deixar bem claro" que estão bravas, tristes ou insatisfeitas. Recusam-se a falar porque concluem que é óbvio o que está acontecendo e o que estão sentindo e que, além disso, o outro já deveria saber. Há ainda os que prolongam a mudez apostando que o tempo simplesmente resolverá as mágoas e as incertezas. Como se sentimentos não precisassem ser elaborados e digeridos. 

Não exagerei quando disse que o silêncio pode enlouquecer uma pessoa. Existimos a partir da linguagem. Descobrimos que somos únicos e separados do outro a partir do momento em que nascemos e por meio da linguagem, do que o outro diz sobre nós, sobre como estamos no mundo e o que provocamos nelas. É assim que nos constituímos, que nos reconhecemos e que nos criamos internamente. É assim que se forma nossa autoimagem. 

Claro que quanto mais amadurecemos, mais confiança ganha nossa própria voz, nossas percepções e capacidade de compreender o que acontece fora e dentro de nós. Mas o fato é que relacionar-se com alguém que não se mostra, que não revela o que pensa, sente e quer, é altamente frustrante, desgastante e deprimente. Não há troca verdadeira. Não há encontro de almas. Não há sintonia possível! 

Não falar é, muitas vezes, uma forma de torturar o outro, de fazê-lo padecer e sentir a dor do inexplicável, do incompreensível, do imponderável. Sei que a vida não nos dá garantias e que não existem certezas entre dois corações. Sei também que não temos todas as respostas, mas quando podemos olhar para a pessoa que amamos e sentir que no espaço, que separa uma alma da outra, existe uma voz que acolhe, demonstra, abraça, acaricia e confessa o que ali pulsa e vibra, aí sim, descobrimos o que é amor de verdade!


Rosana Braga

18 de fevereiro de 2013

Amar é...




Descobrir que a vida vale a pena.
Aceitar o outro com qualidades e defeitos.
Um sorriso carinhoso.
Sentir saudades quando ela viaja.
Cuidar dele.
Escutá-la.
Dividir o sorvete.
Um abraço cheio de vibração.
Oferecer calor humano.
Um olhar cheio de segundas intenções.
Respeitar as decisões do outro.
Levar o café-de-manhã para ela.
Adorar seu cheiro.
É a força maior do Universo.
Buscar seu autoconhecimento.
Confiar nele.
Sentir o coração disparar quando ela está chegando.
Fazer massagem.
Darem risadas juntos.
Comparar sua voz com a de um anjo.
Oferecer o agasalho.
Lavar louça.
Não deixar roupas espalhadas pela casa.
Fazer uma Serenata de Amor.
Mandar um e-mail cheio de corações.
Não sentir vontade de trair.
Olhos nos olhos.
Acampar juntos.
Levar o cachorro dela para passear.
Tratar sua sogra com carinho.
Estimular seus sonhos, mesmo que não faça parte deles.
Não reclamar do creme dental apertado no meio.
Não ter cobranças.
Praticar o desapego.
Assistir futebol com ele.
Controlar os ciúmes.
Não proibir, já que somos pessoas livres.
Não pensar em outras pessoas na hora H. 
Saber que a vida é feita de momentos.
Não sufocar.
Levar o relacionamento a sério.
Não agredir fisicamente ou verbalmente.
Respeitar se o outro não quer.
Não fazer chantagens.
Espontaneidade.
Não levar a vida tão a sésio.
Sentir-se leve.
Não mentir.
Dar chance ao destino para encontrar o grande amor.
Evitar magoar sem necessidade.
Tolerância.
Incentivar sua carreira.
Conhecer o outro.
Ajuda espiritual.
Ter um cobertor-de-orelha.
Dividir a cama de solteiro.
Fazer a faxina para ela.
Rir de bobagens.
Viver o presente.
Um beijo sincero.
Agradecer o que temos.
Encontrar nossa criança interior.
Sorrir para o mundo.
Ser feliz.


Mon Liu

17 de fevereiro de 2013

Carência




A metafísica explica os fatos e situações que estão ligados à teia universal e vão além do que os nossos olhos podem enxergar de uma forma racional e mecanicista.

A carência, na metafísica, nada mais é do que o afastamento do ser humano dele próprio. A incapacidade de se enxergar por completo, se auto conhecer e reconhecer os próprios potenciais, faz com que sintamos essa ausência de alguma coisa.

Somos seres humanos completos, íntegros, com habilidades e recursos que precisam ser descobertos em nós mesmos. Geralmente procuramos o que, supostamente acreditamos não possuir, em outra pessoa. Buscamos a nossa alma gêmea para nos agarrarmos e nos apoiar. Quantas pessoas se casaram por admirar no outro o que elas achavam não possuir nela própria e, quando ela percebe, que também possui aquela capacidade, o casamento perde a graça ou diz que o amor acabou. Na verdade, não havia amor, havia espelho do que a pessoa gostaria de ser.

Culpamos os outros por nossas carências. Buscamos relacionamentos falsos em busca de suprir o que entendemos que não possuímos.

Dizemos estar carentes de amor, mas até que ponto nos amamos? Se nos falta atenção, podemos nos questionar quão atentos estamos aos nossos desejos e vontades. Se o nosso problema é carência financeira, preste atenção a quantas anda a sua auto valorização.

Somos reflexo de como nos tratamos. Os nossos desafios, aqueles que chamamos de problemas no dia-a-dia, estão aí, na nossa vida, chamando a nossa atenção para desenvolvermos nossas habilidades intrínsecas.

Carência = falta de

Quando você se sentir carente, identifique que ponto de apoio está faltando em você mesmo. Tenha certeza que você já o possui e pode, sim, se auto suprir com ele. Eu sei que é mais fácil identificar no outro esse atributo e até procurar alguém para admirar ou "encostar", mas o universo é sábio e, mais cedo ou mais tarde, esse mesmo desafio aparecerá novamente e, se você continuar se escondendo, o desafio continuará te perseguindo.

Vou dar um exemplo muito simples para que fique muito claro como a carência pede para que você desenvolva um recurso, que você já possui.

Pessoas que nascem em famílias repressoras, tem o desafio de desenvolverem a sua afirmação como pessoa, seu livre arbítrio e se fazerem respeitar como seres humanos. Se ela não desenvolver esses recursos, encontrará sempre na vida dela pessoas repressoras: chefes, namorados, maridos, vizinhos, etc..

Portanto, acredite no poder que você tem de ser auto-suficiente. Isso não quer dizer que você não precise do outro, mas é diferente de depender do outro para se sentir bem ou completo.

O desafio da carência é você identificar e desenvolver em você o que aparece como falta. Lembre-se sempre: você é um ser completo e único, capaz de crescer e evoluir. Depende somente de você potencializar o que já está aí dentro.


Simone Arrojo


16 de fevereiro de 2013

Liberte-se das amarras do egoísmo



Algumas vezes o egoísmo aparece tão disfarçado que mal o percebemos agindo em nós e achamos que sofremos de algum outro mal.

Explico melhor, sabe quando ficamos compulsivamente pensando sobre algo que nos feriu? Ou quando estamos em crise de ciúmes e não conseguimos tirar nosso foco disso? Ou quando vivemos uma ansiedade gigante para que tudo esteja do jeito que queremos? Ou quando somos cortantes na forma de falar porque estamos apressados, atrasados? Ou quando achamos que os outros estão sempre querendo nos trair, ferir, machucar? 

Pois é, nessas horas é difícil enxergar o que há de verdade por trás desses aborrecimentos. Pensamos que pode ser a baixa autoestima a causar esses dissabores, ou ainda que alguém é culpado de nosso sofrimento. Ou que é só uma questão da mente que funciona como se tivesse vida própria: obsessivamente, de forma controladora ou criando medos. Mas se olharmos mais de perto, poderemos observar que a autoestima está sofrendo por conta de algo maior, e que ela foi diminuída, rebaixada, por conta da nascente do problema: o egoísmo.

Estranho, não é? Porém, real. A causa desses males é o egoísmo e a baixa autoestima é apenas o sintoma, bem como os medos e a mente compulsiva.

Autoestima é subproduto de um somatório de atitudes internas e é impossível criá-la a partir só do fortalecimento da autoimagem, ou de se buscar ser mais autoconfiante, ou tentando apenas fortalecer a mente que andava obsessiva. Cuidar assim de si mesmo é como usar um band-aid para tratar ferimentos profundos porque estamos focados só nos sintomas, na parte superficial da questão. A autoestima é dinâmica e assentada sobre pilares que permitem seu aparecimento e a sustentam.

Dr. Nathaniel Branden, em seu livro "Autoestima e os seus seis pilares" ensina que os pilares da autoestima são: viver conscientemente; autoaceitação; auto-responsabilidade; auto- afirmação; intencionalidade e integridade pessoal, e tendo como sua base o amor. Caso todos os pilares da autoestima não sejam trabalhados igualmente, não há força que a sustente. 

Ao ficarmos, por exemplo, muito focados apenas em nossa autoimagem, o que é muito comum hoje em dia, passamos a dar valor demais "a nós mesmos", às nossas vontades, desejos, queres, tornamo-nos ego centrados, ou em outras palavras "egoístas" e por não termos como suprir todas essas vontades, surgem mágoas, raivas, tristezas, decepções, muitas vezes transferidas para outras pessoas a quem julgamos culpados de nossos sofreres. Uma roda de amargura está assim instalada. 

Dar excesso de importância a si mesmo fere a base amorosa da autoestima bem como o princípio da integridade pessoal (descrito pelo Dr. Nathaniel Branden em seu livro), e esse é o princípio da ética para consigo e para com outro. Toda vez que sentimos que nossa vida é mais importante e melhor, ou mais valiosa que a de outra pessoa, entramos nesse círculo vicioso de criação e manutenção de uma autoestima rebaixada.

A pessoa com autoestima elevada tem sinais bem claros e aparentes: é bem-humorada, humilde, amorosa, altruísta, benevolente, tranquila, serena, mente aberta e flexível, adaptável, capacidade de se auto-afirmar com beleza, sem prepotência ou arrogância, costuma ser democrática, cuida de sua aparência sem excessos, reflete sobre sua vida sem obsessões ou compulsões.

Aquele que tem autoestima elevada costuma dar o devido valor a si e às suas ideias sem menosprezar o valor dos outros ou ideias alheias. Mantém sua mente e seus ouvidos abertos aos outros. Seu tempo tem valor, bem como o tempo do outro. Não vive em função apenas de si. Sabe que toda vida tem sua importância na Terra e, portanto, já compreendeu que servir é a chave de seu bem-estar.E a ciência comprova: fazer o bem faz bem! Segundo estudos do Prof. Dr. Jorge Moll Neto, PhD e pesquisador do Instituto Nacional de Saúde dos EUA. Ao praticarmos o bem desinteressadamente, ativamos partes dos nossos cérebros associados ao prazer e à capacidade de estabelecer laços de amor e amizade, gerando um bem-estar duradouro que é um grande aliado nos tratamentos antidepressivos, da ansiedade ou do estresse. Bem como na prevenção desses males.

Viver o egoísmo é mais do que apenas não querer compartilhar o pão e o agasalho. É viver em função só de sua própria vida, em busca de sua própria felicidade em detrimento do bem estar alheio. É ter a vida mental como um cárcere que aprisiona os pensamentos que passam a girar em torno de si (olha só, aqui aparece claramente um dos sintomas da depressão), de suas necessidades e de seus afazeres. É estar aprisionado pelo seu próprio bem estar e conforto pessoal, ou aficionado pelos mal estares (dores ou indisposições físicas, angustias, tristezas, decepções, inquietação). É estar repetindo a toda hora histórias mentais e fantasias que declama para si mesmo. É ter a si como o centro do universo e achar que se alguém esta triste ou feliz, zangado ou rindo é por sua causa.

O egoísmo nos aliena e faz com que enxerguemos o outro como inimigo pois o "outro" nos tira do conforto da ilusão de sermos o centro do universo e de nos olharmos narcisisticamente, obrigando-nos a sermos sensíveis ao que nos é alheio, agindo em função do seu bem-estar e não só do nosso. Isso mexe com toda nossa estrutura de personalidade, deslocando o centro do ego para o amor, transportando-nos da infância emocional para a maturidade espiritual.

E é a partir daí que a vida começa a ter poesia, encanto e beleza de verdade, porque só vive em estado de graça quem ama! 


Thais Accioly

15 de fevereiro de 2013

O amor pode sobreviver a uma traição?



Costumo dizer que quando se trata de comportamento humano, se a pergunta é "pode?", a resposta é "sim, sempre pode!", já que cada caso é um caso e, em última instância, somos um complexo conjunto de circunstâncias internas e externas que resultam em muitas possibilidades e algumas escolhas.

Além disso, todos nós já presenciamos e ouvimos histórias de casais famosos e nem tão famosos assim que, após uma traição, voltaram a ficar juntos. Do mesmo modo, também já ouvimos histórias em que, em situação semelhante, não houve conversa nem negociação: foi o fim!

Isso significa que a resposta certa é: depende! Para o amor sobreviver a uma traição ou a qualquer crise séria, é preciso considerar vários detalhes. O primeiro tem a ver com o que significa "traição" para cada um. Parto do princípio de que se refere, sobretudo, a mentir e enganar seu par. Ou seja, a deixá-lo acreditando que a relação está acontecendo de um jeito quando, na verdade, está acontecendo de outro.

Porque, convenhamos: se a pessoa chega e diz "olha, estou a fim de sair com fulano ou sicrana. O que podemos fazer com isso?" ou "me interessei por outra pessoa, estou a fim de ver qual é, quero romper e, se for o caso, reconversamos". Bem, então, deu-se a chance de o outro se manifestar ou participar de alguma forma. Não se trata de traição e, sim, de possibilidades humanas.

Bem, mas supondo que não houve colocações desse tipo, o que sobra ao traído são aquelas perguntas doloridas e sufocantes, aquela sensação de ter sido feito de idiota, de ter passado por bobo e, pior do que isso, a certeza de que a confiança e o respeito ficaram profundamente abalados. E é a partir disso que se trata a questão da sobrevivência do amor.

O fato é que se a traição aconteceu porque já não existe amor, então, não há o que ser dito ou feito ou tentado. Está tudo acabado e ponto final. Mas se ainda há amor, então, a questão é: quanto cada um está disposto a realmente ouvir o que o outro tem a dizer, a tentar compreender suas razões, a conversar sobre a própria relação e o que a deixou frágil a esse ponto?

Qual a disponibilidade de quem mentiu ou omitiu informações tão importantes de reconsiderar suas escolhas, de rever seu comportamento, de se comprometer com a verdade a partir dessa crise? Quais sentimentos restaram? São suficientes para arriscar um recomeço ou o mais honesto consigo mesmo e com o outro seria cada um seguir seu caminho?

É preciso considerar que, num momento como esse, em que uma traição se impõe entre duas pessoas que se amam, muitos sentimentos ignorados, negligenciados e empurrados "para baixo do tapete" vão emergir. O lado escuro e abandonado da relação vai gritar e exigir atenção! Talvez esteja aí a grande chance desse amor, desse encontro onde ainda existe vontade, desejo, motivação e vida!

Isso quer dizer que uma traição, por pior que seja, pode ter um lado bom! Será que o casal quer aproveitar esse lado? Talvez não seja possível num primeiro momento, quando dor e raiva estão latentes demais. Mas com o passar dos dias, quando os ânimos começam a retomar seus lugares, a consciência e a maturidade podem ganhar voz e vez.

Penso que, sobretudo, qualquer salvação tem a ver com diálogo. Muitas vezes falar, muitas vezes ouvir. Muitas vezes se colocar no lugar do outro e entender sua raiva, sua dor, seu jeito de concluir, seu jeito de escolher. E se depois de tudo isso, ainda puderem se olhar nos olhos e reconhecer que por trás de todos os rótulos, máscaras e medos, ainda existe uma sintonia de alma, então, ainda há amor pra recomeçar...


Rosana Braga

14 de fevereiro de 2013

Será que eu consigo?




O desejo e a vontade de escrever se revezam com a ansiedade e a insegurança de não conseguir. Quem já não sentiu isso no início de um novo projeto, novo emprego, ou antes de um encontro? As perguntas saltam na nossa cabeça: “Será que dará certo?” “Será que ficará bom?” Ou ainda pior: “Será que eu sou bom (boa) o suficiente?” Serei capaz?”

Nossa mente é bastante criativa e às vezes um pouco perversa e dura demais, chegando, inclusive, a afirmar essas frases ao invés de levantar dúvidas: “Tenho certeza que não vou conseguir!” “Não vai ficar bom. Está horrível!” “Eles nunca vão gostar de mim!”.

Temos por todas as terapias vários nomes para essas “vozes” que dizem coisas sobre nós: lado escuro; mente que mente; sombra, etc.

Prefiro pensar que se trata apenas de uma parte de mim que clama por aceitação e compreensão e que tem um recado pra dar. Uma parte que busca equilíbrio ou um diálogo amigo.

Eu ensino para minhas filhas e meus clientes que quando essa voz interna está gritando “eu não consigo” ela na verdade está pedindo pra você dizer “eu consigo sim! ”.

Aquilo que acreditamos é criado na nossa realidade. Somos criadores manifestando nossas crenças e pensamentos diariamente. Buscadores de experiências para moldar a vida em busca de crescimento e evolução.

Temos liberdade para escolher caminhos, porem devemos lembrar que concordamos e contratamos a maior parte (senão a totalidade) de vivências que passamos nesta vida. Nos comprometemos com algo maior que visa a evolução e o aprendizado.

Quando estamos no caminho certo sentimos leveza e movimento. Algo flui e nos leva para frente. As experiências e acontecimentos começam a se desenrolar sem esforço, de forma natural e sequencial. Damos a isso o nome de coincidências.

Eu prefiro chamar de fluxo. É como uma corrente que te leva diretamente para o seu caminho. Para onde você tem que ir. E você vai nesta direção sem esforço nenhum. As coisas fluem no fluxo.

Nossa habilidade maior deve ser a de perceber quando saímos do fluxo e fazermos algo para voltar para ele. A sua consciência ampliada vê o fluxo, a corrente e avisa você que é preciso voltar. E cada um volta do seu jeito preferido. Uns meditam, outros rezam e agradecem, outros fazem um esporte, dançam, pintam, escrevem...

Vale qualquer atividade na qual você realmente sinta-se bem e feliz, em paz e serena, alegre e disposta. É uma sensação sutil de bem estar que toma conta do seu corpo e algo se alinha internamente e externamente. Seu corpo, seus pensamentos, sua alma e sua missão. 

E você está de volta ao fluxo. Neste lugar interno, não há espaço nem voz para “eu não consigo”. Há apenas a certeza de que conseguiremos tudo o que for preciso. Tudo o que for essencial e alinhado com nossa missão e propósito.

O complexo se torna simples, o difícil fica mais fácil e o que parecia impossível acontece na sua frente. Nesta hora, podemos apenas fechar os olhos, sorrir e simplesmente agradecer! 



Nathalie Favaron

13 de fevereiro de 2013

Viver com autenticidade



A maioria dos seres humanos, em algum momento, vive o dilema entre ser autêntico, expor de modo claro e aberto seus sentimentos, ou incorporar uma persona, alguém que age de modo a ser aceito e respeitado pelo restante do mundo.

Esta é uma condição considerada natural, pois fomos treinados desde muito cedo a mascarar a verdade acerca de quem somos de fato, para garantir o amor dos demais.

Mas, ao longo da vida, quando muitos desafios se apresentam, continuar vivendo o falso eu pode se tornar um enorme fardo. Até que chega um ponto em que o real dentro de nós grita para ser reconhecido.

Esse grito pode tomar a forma de uma crise de pânico, uma forte depressão ou até mesmo um surto de loucura, quando todas as nossas defesas e as couraças, que armamos para ocultar a realidade de nosso ser, atingem uma dimensão insuportável.

Trazer de volta nosso ser autêntico, aquele que foi amorosamente criado pelo divino, é um trabalho árduo, que deve ser empreendido aos poucos, com paciência e dedicação.

Muitas vezes a mente nos levará a querer desistir e a acreditar que esta é uma tarefa impossível. Mas, se tivermos a coragem de seguir em frente, apesar do medo, a existência amorosamente nos trará a ajuda e o apoio de que necessitarmos.

Ela sempre responde ao chamado daqueles que buscam, acima de tudo, a verdade. O grande segredo é confiar e entregar-se sem resistência a este objetivo. 

Esta é a atitude que faz a diferença entre os que alcançaram a paz e a felicidade permanentes e os que ainda se encontram perdidos na escuridão de uma vida inconsciente.

"O MEDO DE SE EXPOR
Quem não fica? Expor-se cria um grande medo. É natural, porque expor-se significa expor todo o lixo que você carrega em sua mente, o lixo que tem sido amontoado por séculos, por muitas vidas. Expor a si mesma significa expor todas as suas fraquezas, limitações, falhas. Expor-se significa, por fim, expor sua vulnerabilidade. 

...Por trás de todo esse lixo e barulho da mente existe uma dimensão de completo vazio. Sem Deus a pessoa é oca, é um simples vazio e nada. Ela quer esconder essa nudez, esse vazio, essa fealdade. Então, ela cobre isso com belas flores e decora essa cobertura. Ela pelo menos finge que é alguma coisa, que é alguém. E isso não é algo pessoal para você. Isso é universal. Esse é o caso de todo mundo.

Ninguém consegue ser como um livro aberto. O medo toma conta: "O que as pessoas pensarão de mim?" Desde a sua infância lhe foi ensinado usar máscaras, belas máscaras. Não há necessidade de se ter uma bela face, só uma bela máscara é o bastante, e a máscara é barata. É árduo transformar a sua face, mas pintá-la é muito simples.

Agora, de repente, expor a sua face verdadeira lhe dá um arrepio no mais profundo centro do seu ser. Uma tremedeira surge: as pessoas gostarão disso? as pessoas irão aceitá-la, as pessoas continuarão a amá-la e respeitá-la? quem sabe?
Porque eles amavam a sua máscara, eles respeitavam o seu caráter, eles glorificavam o seu vestuário. Agora o medo aparece. "Se eu, de repente, ficar nu, eles irão continuar a me amar, a me respeitar, a me valorizar, ou todos eles irão fugir para longe de mim? Eles podem retornar para seus caminhos e eu posso ficar só".
As pessoas, então, seguem representando. Devido ao medo, há o fingimento, devido ao medo, todas as falsidades. Para ser autêntica, a pessoa precisa não ter medo.

...Se você conseguir expor-se religiosamente, não na privacidade, não com seu psicanalista, mas simplesmente em todos os seus relacionamentos... isso é autopsicanálise. Isso é vinte quatro horas de psicanálise, todos os dias. 
Isso é psicanálise em todo tipo de situação: com a esposa, com o amigo, com os parentes, com o inimigo, com o estranho, com o chefe, com o seu funcionário. Por vinte e quatro horas você está se relacionando. 

Se você continuar se expondo... No começo vai ser realmente muito assustador, mas logo você começará a ganhar força porque uma vez que a verdade é exposta, ela se torna mais forte e a não verdade morre. E com a verdade tornando-se mais forte, você se tornará mais enraizado e centrado. Você começa a se tornar um indivíduo. A personalidade desaparece e o indivíduo aparece.

A personalidade é falsa e a individualidade é substancial. A personalidade é simplesmente uma fachada e a individualidade é a sua verdade. A personalidade lhe é imposta de fora, é uma persona, uma máscara. A individualidade é a sua realidade, ela é como Deus o fez. A personalidade é uma sofisticação social, um polimento social. A individualidade é crua, selvagem, forte e com tremendo poder. 

Somente no começo, haverá medo. Por isso a necessidade de um Mestre, para que no começo ele possa segurar suas mãos, para que no começo ele possa lhe dar suporte, para que ele possa levar-lhe a dar alguns passos com ele. O Mestre não é um psicanalista. Ele é muito mais. O psicanalista é um profissional e o Mestre não é um profissional. Não é sua profissão ajudar as pessoas, é a sua vocação, é o seu amor, é a sua compaixão. E por causa dessa compaixão ele a conduz apenas o tanto que você precisa dele. No momento em que ele sente que você pode ir por si mesma, ele começa a soltar as suas mãos. Embora você quisesse continuar agarrada, ele não pode permitir isso. 

Uma vez que você esteja pronto, corajoso e desafiador; uma vez que você tenha experimentado a liberdade da verdade, a liberdade de expor a sua realidade, você poderá seguir por si mesmo. Você conseguirá ser uma luz para si mesmo.

Mas o medo é natural porque desde o início da infância, lhe foram ensinadas falsidades, e você se tornou tão identificado com o falso que abandoná-lo quase parece cometer suicídio. E o medo surge porque uma grande crise de identidade aparece.

...O medo é natural. Não o condene e não sinta que ele é algo errado. Ele é apenas parte de toda essa educação social. Nós temos que aceitá-lo e ir além dele. Sem condená-lo, nós temos que ir além dele. 

Exponha pouco a pouco, não há qualquer necessidade de você dar saltos que você não possa administrar. Vá passo a passo, gradualmente... Você nunca alcançará uma outra identidade. A sua velha identidade terá ido embora e, pela primeira vez, você começará a sentir-se como uma onda no oceano de Deus. Isso não será uma identidade porque você não estará ali. Você terá desaparecido. Deus terá se apoderado de você. 

Se você colocar em risco o falso, a verdade poderá ser sua. E ela vale isso, porque você coloca em risco apenas o falso e ganha a verdade. Você nada arrisca e ganha tudo.
...O inconsciente é uma criação da civilização. Quanto mais civilizado você for, mais inconsciente você será. Se você for absolutamente civilizado, você será um robô, você será absolutamente inconsciente. Isso é o que está acontecendo.

Se você colocar em risco o falso, a verdade poderá ser sua. E ela vale isso, porque você coloca em risco apenas o falso e ganha a verdade. Você nada arrisca e ganha tudo. O inconsciente é uma criação da civilização. Quanto mais civilizado você for, mais inconsciente você será. Se você for absolutamente civilizado, você será um robô, você será absolutamente inconsciente. Isso é o que está acontecendo. 

Esta calamidade está acontecendo em todo o mundo. Isso tem que parar. E a única maneira de parar isso é ajudando as pessoas a colocar para fora os seus inconscientes nas meditações". OSHO - THE GHEST.


Elisabeth Cavalcante


12 de fevereiro de 2013

O impacto das críticas na autoestima





Duas coisas que certamente influenciam bastante o comportamento das crianças são as críticas e elogios. Os exemplos dados pelos adultos também influenciam bastante as crianças, mas vamos focar nesse artigo nas críticas e elogios para entender como elas afetam o desenvolvimento do ser humano.

Tudo que é dito com emoção para uma criança tende a gerar nela uma emoção correspondente. Essas emoções, por sua vez, criam marcas e ficam armazenadas dentro da criança, de forma consciente ou inconsciente. Quando algo é dito com um sentimento bom, gera uma memória boa, mas, quando o que é dito vem com um sentimento negativo, a criança armazena aquela impressão. As emoções têm um poder de gravar dentro de nós sensações, pensamentos, imagens e sentimentos que podem nos acompanhar pelo resto da vida.

É fácil perceber a força com a qual as emoções ficam gravadas no nosso campo emocional. Uma lembrança específica da nossa infância de um momento onde recebemos carinho dos nossos avós nos trará um bom sentimento. Aquela emoção ficou gravada e até hoje provoca bem-estar; a lembrança será gostosa de ser revivida. Por sua vez, a lembrança de uma surra que levamos, quando criança, pode trazer sensações bem desagradáveis ao ser relembrada. Esse é o poder que as emoções têm de imprimir em nós sensações boas ou ruins.

A partir desse princípio, para criar um ser humano saudável emocionalmente, cheio de bons sentimentos, seria ideal gerar na criança muitos momentos repletos de boas emoções. Elogios feitos com ênfase, com sorrisos e afagos, são ótimos para impregnar a criança com bons sentimentos. Através desse amor que a criança recebe, ela vai se fortalecendo e aprende a amar a si mesma desenvolvendo uma excelente autoestima.

Já as críticas e repreensões deixam marcas emocionais negativas, pois elas vem carregadas de sentimentos negativos dos pais: raiva, frustração, decepção e medo, muitas vezes. Conforme já vimos, isso vai imprimir vários sentimentos negativos na criança, que vão se somando uns aos outros. O acúmulo dessas emoções vai gerar problemas mais complexos, baixando a autoconfiança e autoestima da criança.

O problema é que na maioria das famílias, o elogio costuma ser raro. E quando é feito, é com pouco entusiasmo, sem emoção, deixando poucas marcas positivas na criança. Já, quando se trata de críticas e repreensões, estas vem carregadas de sentimentos negativos. No final das contas, no balanço geral no histórico da vida da criança, vai haver muito mais marcas negativas do que positivas.

Existe ainda a crença de que os acertos e bons comportamentos da criança deveriam ser normais, por isso, não se vê razão para elogiá-los. Sendo assim, a criança tira uma boa nota e não ouve nada de positivo. Mas, se tirar uma nota baixa dentre as boas, é provável que ouça críticas ou comentários nos quais os pais demonstram sentir a frustração e decepção.

E assim somos bombardeados desde pequenininhos por nossos pais inconscientes, que por sua vez também foram criados desse forma. Aprendemos a valorizar e dar mais atenção as coisas negativas, gerando mais sentimentos negativos, e a ignorar as coisas positivas.

Criamos, então, um ser humano crítico consigo mesmo, que tem dificuldade em ver suas próprias qualidades, mas que consegue enxergar mil defeitos em si mesmo. Aumenta a autocobrança, a autodepreciação e os sentimentos de menos-valia. Toda essa negatividade se refletirá em problemas de relacionamento, dificuldades de crescimento profissional, insegurança sobre o caminho a seguir na vida e inúmeras questões que são afetadas pela nossa autoestima.

Será que é possível dar limite às crianças sem críticas e repreensões? Sim. Dar limites é saudável, ajuda a criança a se desenvolver e a respeitar os outros. Na verdade, é essencial; as crianças precisam de limites e respeitam pais que sabem dar a limitação na medida certa. Esse é um tema que exigiria mais explicações. O que é importante agora é apontar a diferença entre o que é dar um limite, e o que é criticar e repreender. As críticas e repreensões vem carregadas de julgamentos e sentimentos negativos dos pais: raiva, frustração, decepção, tristeza... Já o limite, esse vem de forma firme e clara, sem culpa ou qualquer outra emoção negativa. O programa de TV por assinatura da "Supernanny" dá aulas valiosas sobre como agir dessa forma. Aprendo muito sobre comportamento humano ao assistir o programa.

Para aqueles que têm filhos ou que pretendem ter, é importante ficar atento para não repetir a velha forma de criticar e destruir a autoestima dos filhos. E para aqueles que já perceberam os erros e ficam se culpando por isso, perdoem a si mesmos. Certamente, fizeram o melhor que sabiam fazer. Nunca é tarde para mudar e começar a elogiar. A culpa traz apenas consequências negativas e dificuldades em lidar com os filhos e colocar limites com firmeza.

Andre Lima