31 de janeiro de 2013

Escolha o que você quer encontrar, mas não quem...





Há milhares de anos, o ser humano tenta decifrar o tal "segredo" para realizar seus desejos e alcançar suas metas. De tempos em tempos, uma nova teoria é formulada e cria-se uma nova tentativa de explicar, de forma mais simples e detalhada, o "caminho das pedras".

Este mais recente, de Ronda Byrne - resumido em três passos: "peça, acredite e receba" - foi muito bem interpretado por Aldo Novak, ao substituir essas palavras-chaves por "pense, sinta e aja". Afinal, foram certamente nossos pensamentos, sentimentos e ações que nos conduziram ao lugar onde estamos neste exato momento. Então, por que não moldá-los - na medida do possível - a fim de que nos conduzam até onde, conscientemente, queremos chegar?

Dadas as devidas proporções, acredito realmente que podemos escolher o que vamos viver. Entretanto, também acredito que, para isso, alguns detalhes são extremamente importantes. O primeiro é conhecer a si mesmo. Reconhecer suas habilidades e seus potenciais tão bem quanto suas limitações e dificuldades. Isso é essencial para a noção de equilíbrio que precisamos ter entre trabalho (a nossa parte, o que deve ser feito) e merecimento (o que cabe ao Universo)!

Dito isto, fico imaginando o que faríamos se fosse criada uma fórmula eficiente e infalível para atrair e conquistar um grande amor. Que dados inseriríamos nesta fórmula para atrair a "pessoa certa"? Quem seria ela? Quem seria o grande amor no qual você apostaria a partir deste novo segredo da felicidade?

Pois se sua resposta incluiu algo como nome, sobrenome ou endereço, pode apostar que está redondamente enganado! Não vai dar certo! Isso tem mais a ver com capricho ou egoísmo, imaturidade ou ansiedade do que com amor de verdade, com consciência real.

Ou seja, enquanto você continuar desejando uma pessoa específica, com número de documento conhecido, as chances do tiro sair pela culatra serão imensas! Sabe por quê? Porque não sabemos tudo. Não conseguimos enxergar o futuro, o amanhã. Existe uma sabedoria que não alcançamos, que não dominamos. É o campo da fé, do inexplicável (pelo menos até então), da confiança na vida ou numa instância superior.

Sobretudo, é preciso aceitar que não existe algo como uma forma de bolo, onde você possa colocar ingredientes efêmeros e instáveis como cor, raça, tamanho, conta bancária, idade, cargo, entre outros. Isso não funciona! Pode mudar a qualquer momento. Então, não adianta bater o pé e gritar que você só vai ser feliz se estiver ao lado de fulano ou sicrano. Pare com esse pedido infantil e incrédulo.

Peça maior! Peça a partir de características que sejam compatíveis com sua alma. É disso que tratam os que falam sobre "almas gêmeas". Não de corpos, tão insustentáveis, mas de almas. E o que sustenta uma alma tem a ver com caráter, valores, crenças, verdades interiores, escolhas, ações, coração, energia, luz e características afins. Tem a ver, sobretudo, com o que não tocamos, mas sentimos!

Pode parecer mero enredo de música ou poesia, mas é fato. É muito mais funcional e constatável do que temos percebido. E além de tudo isso, existe outro detalhe ainda mais fundamental. Trata-se do que VOCÊ é.

De nada vai adiantar investir toda a sua energia na tentativa de viver uma linda história de amor se você nem sabe o que isso significa, se você nem imagina como se comporta quem está comprometido com beleza e entrega. Amor não tem a ver com saber conquistar alguém que te faça feliz, mas sim, com saber SER alguém capaz de fazer o outro feliz.

Fácil? Posso te garantir que não! Aprendizado para a vida toda! Mas só assim pode valer a pena! Então, em vez de "moreno, algo, bonito e bem-sucedido" ou "loira, olhos verdes, magra e inteligente", comece a pedir uma alma que se encaixe com a sua: não perfeitamente, porque o perfeito não existe, mas de forma fluida, leve e harmoniosa. Porque isso sim - fluidez, leveza e harmonia - indica que estamos no caminho certo. No caminho do amor...



Rosana Braga






30 de janeiro de 2013

É preciso coragem






É preciso coragem, já dizia um amigo meu... Mas coragem para o quê? Eu retruquei. Para tudo...

Hoje fico pensando nesta verdade. Realmente é preciso coragem para se exercer o que se escreve. Para se fazer o que se ensina e para entendermos os revezes da vida.

Sem coragem tudo fica sem sentido porque é muito mais cômodo desistir. É mais tranquilo buscarmos culpados para as nossas falhas e para os nossos insucessos.

Sim, é preciso coragem.

Sem ela a vida deixa de ser vida, porque não enfrentamos as adversidades de frente. E é com ela, só com ela, nossa amiga adversidade que aprendemos a entender o que fazemos nesta vida e como conseguimos evoluir.

Sim, é preciso coragem.

Sem ela não conseguimos enfrentar a escuridão dos desafios do nosso dia-a-dia. Sem ela não temos forças para abandonar a negritude de nossos pensamentos odiosos. Sem ela jamais iremos desembainhar nossa espada e nem compreender o porquê das mãos que ontem nos aplaudiram e hoje nos atiram pedras.

Sim, é preciso coragem.

Coragem que na realidade é a mãe do desafio e a senhora de nosso sucesso. Coragem que dá vida à vida. Coragem que se antecipa às nossas mudanças e dá "cor" às nossas vitórias.

Sim, é preciso coragem para se dizer não quando se quer dizer não e sim quando nosso coração grita por isso. Só assim conseguiremos ser mais fortes. Únicos e independentes. Ninguém pode nos possuir... É livre arbítrio a nossa entrega. A posse é matéria, a entrega é o amor.

Sim, é preciso, é necessário coragem para conseguirmos derrotar o nosso maior inimigo - Nós mesmos. E mais ainda, é preciso, é vital muita coragem para vivermos o perdão e aí, somente aí conseguiremos entender o verdadeiro amor.

Finalmente, é preciso coragem para SONHAR, para acreditar que a vida é construída por nós e só nós decretamos o nosso sucesso. Sim, acredite, é assim mesmo.

Sabe por que escolhi escrever isso? Porque preciso de coragem... Só por isso.
Um dia, sei que será assim. Nos veremos.

Saul Brandalise Jr.



24 de janeiro de 2013

Em quanto tempo vou curar isso na minha vida?





Quem não já se perguntou algo assim quando o assunto é sofrimento, dor, angústia, solidão, vazio ou inconformidade na vida? É muito comum querer encontrar a saída em apenas 10 passos, como se isso fosse possível. Acredito que poucas pessoas se perguntam em quantos séculos aquele comportamento que causou a dor foi cultivado e o quanto está enraizado no psiquismo.

Por isso mesmo, é preciso boa dose de autoobservação, paciência, entrega, esforço e boa vontade para mudar. E pagar o preço da mudança nem sempre faz parte do plano de vida da maioria das pessoas que estão muito focadas nas conquistas materiais e nos seus desejos de realização.

Mas a vida continua e lá na frente algo surge para relembrar que nem tudo está tão bem assim e que algo precisa ser feito. E logo vem a primeira pergunta: em quanto tempo? Não sabemos, depende de tanta coisa: da facilidade em superar eventos marcantes e traumáticos, do momento, da verdade de cada um, da necessidade de aprendizado, do quanto está disposto a mudar, a se ver...

É bonito contemplar a natureza e perceber quanta beleza e perfeição existem. Nada fora do lugar, nem mesmo um galho ou folha está em desarmonia. Conosco não é diferente, pois somos parte da natureza também. Se o momento parece o pior deles, o mais difícil e duradouro, é bom lembrar que também é o mais adequado para o crescimento e aprendizado. Muitas vezes é com a maior dor que vem a maior força de mudança. O lado sombra carrega uma energia incrível para isso, pois esconde seu potencial correspondente.

Então, ao invés de se preocupar em “quanto tempo isso vai durar?”, abram os olhos e vejam o momento em que isso chegou. O momento é o agora, o poder da mudança, da decisão, da escolha pelo outro caminho, a outra rua que deseja caminhar. Chega de cair no mesmo buraco, esperando uma saída mágica para problemas que carrega por muitas vidas. Só de estar vivo de novo já vale à pena. A oportunidade de encarnar e aprender com os erros do passado é algo precioso e deve ser bem aproveitado.

Pouco importa quanto tempo isso ainda vai durar. O que importa é como você encara isso e o quanto resiste. Àquilo que resiste, persiste. E o coração precisa estar aberto para receber o que o universo tem a oferecer. Olhe à sua volta e veja se há escassez em alguma criação de Deus, se existem pássaros deprimidos ou árvores com crise de identidade! Nada é escasso na criação, nada está em crise ou coisa assim. Tudo flui em perfeita harmonia e beleza. Por que seria diferente conosco? Porque evitamos e não aceitamos nossa natureza essencial, divina, harmônica. Criamos o caos e queremos viver o caos. Esquecemos que podemos criar harmonia e viver a paz, a leveza, o amor. Se usarmos a inteligência para fazer escolhas mais conscientes em nossas vidas, mudaremos nossa realidade e tudo à nossa volta.

A natureza não dá saltos e não seria diferente conosco. Uma planta sabe do que precisa para nascer forte e suportar as intempéries. Sabe quanto tempo em cada fase de crescimento deve passar para isso e quão fundo deverá ter suas raízes para alcançar seu propósito. E nós, quanto de raízes e profundidade temos. Quanto foi investido nisso? Quanto tempo dedicamos para criar profundas raízes dentro de nós mesmos, ir fundo no nosso universo interior, ouvir profundamente nossos anseios mais elevados? Ah, mas quem tem tempo para isso, para essas coisas de reflexão, autoconhecimento ou meditação? Poucos se preocupam em arar sua terra interior para receber boas sementes e dar belos e saborosos frutos. Querem tudo pronto, fast food, express, em poucos passos. E sabemos que não é bem assim. Uma árvore frondosa tem bom solo que a alimenta e muitas chuvas já passaram. Uma vida representa apenas um sopro disso e ninguém consegue se tornar outra pessoa da noite para o dia. Nossa alma já vem buscando há muito tempo, pacientemente, por uma oportunidade de unificação das várias frações, dos pequenos “eus” separados. Seria bom que nos dedicássemos a buscar esses pequenos pedaços de alma, que fugiram de nós por alguma razão, trazê-los de volta para que possamos nos sentir mais inteiros.

Em quanto tempo? Sei lá, mas comece já! O que não dá é perder tempo, pois o agora é um presente maravilhoso e só podemos contar com isso, enquanto estamos respirando, ouvindo, sentindo. Do lado de lá, do “céu” que cada um puder alcançar, vamos esperar muito para ter outra oportunidade. E em quanto tempo será a outra oportunidade? Essa eu sei: vai demorar!



Valéria Bastos

23 de janeiro de 2013

Você está ajudando ou atrapalhando com sua opinião?





Muitas pessoas na ânsia de ajudar o outro acabam espantosamente atrapalhando. Por que isso acontece? Como em vez de atrapalhar, ajudar ao outro?

Quando gostamos muito de alguém queremos a todo o custo evitar que a pessoa sofra, queremos ajudar, queremos fazer as coisas por ela e impedir que se machuque. Este é um sentimento natural de proteção e é valido, mas o que acontece é que muitas vezes quando a outra pessoa conta algo para você, na verdade, vem à procura de apoio e não de opinião. E você querendo ajudar, muitas vezes pega pesado no sermão de tudo o que a pessoa deveria ou não fazer e essa "dureza" toda é interpretada por aquele que foi em busca de apoio como um sentimento de rejeição.

Principalmente entre casais deve ser dada a devida atenção a isso. Pois aquele que vem buscar apoio quer naquele momento somente ouvir que você o apoia, que está do lado dele. Esta hora não é a hora de você apontar nenhuma possibilidade, pois se o fizer o que conseguirá será afastar a pessoa de você.

Por que isso acontece desta forma? Porque uma opinião neste momento é entendida emocionalmente e não intelectualmente. Quando alguém vem contá-lo algo importante, algo que provavelmente está contando somente a você, deve dar sua opinião somente se a pessoa solicitar, do contrário deve ouvir e apoiar.

Pense em você quando teve que tomar decisões delicadas e quis compartilhar isso e em vez de apoio recebeu opinião. Provavelmente, sentiu-se mal, né? Isso acontece porque a pessoa que está compartilhando algo tem motivos e valores internos a respeito do que está compartilhando e quando num momento desses o outro diz algo, e quando essa opinião vem de alguém importante na vida dessa pessoa, é entendido como rejeição.

E o que fazer nesta hora se você realmente está enxergando que a outra pessoa está equivocada? Você deve ouvir passivamente e com atenção. Depois deve fazer perguntas para que a pessoa perceba exatamente o porquê de tudo. Mas deixe a pessoa responder, não responda por ela. Os motivos que fazem alguém tomar uma decisão são tão pessoais que dificilmente alguém que não está na pele da pessoa conseguirá entender verdadeiramente. 

Então, cuidado com a sua opinião!


Cristina Longhi