Há milhares de anos, o ser
humano tenta decifrar o tal "segredo" para realizar seus desejos e
alcançar suas metas. De tempos em tempos, uma nova teoria é formulada e cria-se
uma nova tentativa de explicar, de forma mais simples e detalhada, o
"caminho das pedras".
Este mais recente, de
Ronda Byrne - resumido em três passos: "peça, acredite e receba" -
foi muito bem interpretado por Aldo Novak, ao substituir essas palavras-chaves
por "pense, sinta e aja". Afinal, foram certamente nossos
pensamentos, sentimentos e ações que nos conduziram ao lugar onde estamos neste
exato momento. Então, por que não moldá-los - na medida do possível - a fim de
que nos conduzam até onde, conscientemente, queremos chegar?
Dadas as devidas proporções,
acredito realmente que podemos escolher o que vamos viver. Entretanto, também
acredito que, para isso, alguns detalhes são extremamente importantes. O
primeiro é conhecer a si mesmo. Reconhecer suas habilidades e seus potenciais
tão bem quanto suas limitações e dificuldades. Isso é essencial para a noção de
equilíbrio que precisamos ter entre trabalho (a nossa parte, o que deve ser
feito) e merecimento (o que cabe ao Universo)!
Dito isto, fico imaginando
o que faríamos se fosse criada uma fórmula eficiente e infalível para atrair e
conquistar um grande amor. Que dados inseriríamos nesta fórmula para atrair a
"pessoa certa"? Quem seria ela? Quem seria o grande amor no qual você
apostaria a partir deste novo segredo da felicidade?
Pois se sua resposta incluiu
algo como nome, sobrenome ou endereço, pode apostar que está redondamente
enganado! Não vai dar certo! Isso tem mais a ver com capricho ou egoísmo,
imaturidade ou ansiedade do que com amor de verdade, com consciência real.
Ou seja, enquanto você continuar
desejando uma pessoa específica, com número de documento conhecido, as chances
do tiro sair pela culatra serão imensas! Sabe por quê? Porque não sabemos tudo.
Não conseguimos enxergar o futuro, o amanhã. Existe uma sabedoria que não
alcançamos, que não dominamos. É o campo da fé, do inexplicável (pelo menos até
então), da confiança na vida ou numa instância superior.
Sobretudo, é preciso
aceitar que não existe algo como uma forma de bolo, onde você possa colocar
ingredientes efêmeros e instáveis como cor, raça, tamanho, conta bancária,
idade, cargo, entre outros. Isso não funciona! Pode mudar a qualquer momento.
Então, não adianta bater o pé e gritar que você só vai ser feliz se estiver ao
lado de fulano ou sicrano. Pare com esse pedido infantil e incrédulo.
Peça maior! Peça a partir
de características que sejam compatíveis com sua alma. É disso que tratam os
que falam sobre "almas gêmeas". Não de corpos, tão insustentáveis,
mas de almas. E o que sustenta uma alma tem a ver com caráter, valores, crenças,
verdades interiores, escolhas, ações, coração, energia, luz e características
afins. Tem a ver, sobretudo, com o que não tocamos, mas sentimos!
Pode parecer mero enredo
de música ou poesia, mas é fato. É muito mais funcional e constatável do que
temos percebido. E além de tudo isso, existe outro detalhe ainda mais
fundamental. Trata-se do que VOCÊ é.
De nada vai adiantar
investir toda a sua energia na tentativa de viver uma linda história de amor se
você nem sabe o que isso significa, se você nem imagina como se comporta quem
está comprometido com beleza e entrega. Amor não tem a ver com saber conquistar
alguém que te faça feliz, mas sim, com saber SER alguém capaz de fazer o outro
feliz.
Fácil? Posso te garantir
que não! Aprendizado para a vida toda! Mas só assim pode valer a pena! Então,
em vez de "moreno, algo, bonito e bem-sucedido" ou "loira, olhos
verdes, magra e inteligente", comece a pedir uma alma que se encaixe com a
sua: não perfeitamente, porque o perfeito não existe, mas de forma fluida, leve
e harmoniosa. Porque isso sim - fluidez, leveza e harmonia - indica que estamos
no caminho certo. No caminho do amor...
Rosana Braga