26 de setembro de 2010

Frida Kahlo: a vida em fotos

 
A trajetória conturbada de uma das artistas mais importantes da América Latina ganhou tratamento de luxo em livro biográfico com 400 fotos, a maioria delas nunca vistas anteriormente, as quais retratam o universo pessoal e cotidiano de Frida Kahlo. A edição intitulada “Frida Kahlo: suas fotos” (Ed. Cosac Naify, R$120) – tem tiragem única no Brasil (portanto, – e lançamento simultâneo ocorrido em outros seis países (México, França, Alemanha, Estados Unidos, Canadá e Espanha). Nas mais de 500 páginas estão imagens guardadas desde a morte da pintora, em 1954, na casa onde morava com Diego Rivera em Coyoacán, nos arredores da Cidade do México, e que é atualmente um museu em homenagem a ela.

As fotos mostram diversos autorretratos de Frida – desde a época em que era menina, além de imagens de seu pai, Guillermo Kahlo, que era fotógrafo, registros do trabalho que fazia em seu estúdio, bem como a intimidade da artista com nomes importantíssimos da cena cultural, como o poeta e escritor André Breton (um de seus melhores amigos), o pintor Marcel Duchamp e a poetisa brasileira Adalgisa Nery. O difícil relacionamento de Frida com Rivera, também pintor e entusiasta ativista político, marcado por traições de ambos os lados e conflitos envolvendo a auto-estima da artista, é um capítulo a parte com inúmeras fotografias somente sobre esse encontro.

Foi Diego quem guardou as fotos após a morta da mexicana. Já viúvo, deixou o material (em torno de 6 mil imagens) sob os cuidados da amiga Dolores Olmedo, para quem pediu que o mantivesse escondido por outros quinze anos após a morte dele. Essa temporada durou praticamente cinqüenta anos, sendo revelada apenas recentemente.

No livro é possível perceber a influência que o trabalho do pai teve na carreira de Frida, bem como a forma que sua figura foi construída, retrato após retrato, por ela mesma, de maneira a conter os momentos mais marcantes de sua vida pessoal – como o acidente que sofreu aos 18 anos, quando uma barra de ferro atravessou seu corpo após o acidente entre um ônibus e o bonde onde estava.

Sua existência esteve sempre ligada ao sofrimento pessoal, desde  a poliomielite que contraiu na infância, quando tinha seis anos de idade, até os abortos que acabou tendo por conta do acidente sofrido na adolescência. Entremeando essa verdadeira fotobiografia há textos de especialistas discutindo exatamente a influência desses acontecimentos na carreira da artista.

Com curadoria do mexicano Pablo Ortiz Monastério, o livro é dividido em sete temas – “Origens”, “Papai”, “A Casa Azul”, “O Corpo Dilacerado”, “Amores”, “A Fotografia” e “Luta Política”. Imperdível para conhecer melhor a vida dessa artista, dona de admiradores por todo o mundo e cujo talento se mostra cada vez mais precioso.


Por Luciana Borges

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