11 de outubro de 2010

A magia do perfume

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Assim como os bons conhecedores de vinho, o francês Gérard Delcour é capaz de identificar aromas como poucos. No caso dele, o líquido idolatrado é o perfume. Gérard é uma das maiores autoridades na área e ocupa o cargo de presidente do Comitê Francês do Perfume. O especialista falou recentemente no Brasil sobre as tendências e deu dicas às brasileiras de como combinar perfume com o clima quente daqui.

Primeiramente, falou sobre o Comitê que foi criado em 1967 para cuidar da imagem do perfume francês e também para experimentar cerca de 500 novas fragrâncias criadas por ano. Elaborou, também, a classificação das famílias olfativas: cítricos, florais, filifolhas, chipre, amadeirados, âmbar e couro. E reconstituiu os que não existem mais, como a colônia usada por Napoleão Bonaparte em Saint Helène (ilha britânica onde ele foi exilado).

O mercado de cosméticos de luxo na França movimenta dois bilhões de euros, e o perfume representa 60% desse volume. Cresce entre 2% e 3% por ano e é o segundo maior do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
O Brasil está entre os dez primeiros consumidores mundiais e que, juntamente com a China, será responsável por 60% do crescimento do mercado de perfumes. O país é, por exemplo, o terceiro consumidor mundial de Azzaro Pour Homme. É a fragrância importada mais vendida entre os brasileiros.
 
Os perfumes franceses mais vendidos no mundo são os emblemáticos Chanel Nº 5, Opium, de Yves Saint Laurent, J'Adore, da Dior, e Angel, de Thierry Mugler.


Existe uma família ideal para os países onde faz muito calor que é a de fragrâncias "frescas", menos pesadas, como bergamota, limão, toranja. Com a multiplicação do vaporizador é preciso cuidado para não exagerar na dose. Uma "apertada" representa quatro doses. Duas "apertadas" são o ideal para um dia ou uma noitada.

Assim, o vaporizador é uma tendência. É mais prático, e o perfume fica mais bem conservado. Nos Estados Unidos, há uma onda de celebridades, como Jennifer Lopez e Beyoncé, lançando seus produtos, mas a França não aderiu. Os únicos que já lançaram foram Alain Delon e Catherine Deneuve, e nunca funcionaram na França.
 
Em termos de aromas, há dez anos, a moda era perfumes mais pesados, meio orientais, com fundos de baunilha e patchouli. Hoje, o vaporizador tende a acalmar um pouco os perfumistas, e os aromas estão florais, mais leves. Ninguém quer mais um perfume que ocupe o ambiente inteiro.

Para se escolher um bom perfume, Gérard Delcour afirma que, no máximo, deve-se cheirar cinco perfumes na loja. Primeiro, vaporize em um papel e sinta à distância. Se gostar, passe na sua pele, porque os perfumes reagem de forma diferente em cada um.

E a única pergunta que você deve fazer é: me sinto bem com esse perfume? Voilà.



Isabela Caban

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