24 de outubro de 2010

O e-mail vai acabar?



A diretora de operações do Facebook, Sheryl Sandberg, afirma que sim. Ela afirmou que apenas 11% dos jovens usam e-mail e que, como eles são um bom indicativo dos hábitos no futuro, é provável que a gente deixe de se comunicar dessa forma. É mais um capítulo em uma polêmica, velha e com questões muito mais complicadas. Veja abaixo algumas delas:

1 – O uso de e-mail cresce, mas menos do que o de rede sociais

Um relatório do grupo Radicati mostrou que o número de contas de e-mail deve crescer de 2,9 bilhões em 2010 para 3,8 bilhões em 2014. Entretanto, o número de contas em redes sociais deve crescer ainda mais: de 2,1 para 3,6 bilhões no mesmo período. O estudo também mostrou que o número de e-mails enviados por pessoa por dia está em queda desde meados de 2007.

2 – Ninguém sabe a relação entre redes sociais e e-mail


Há quem diga que o Orkut e o Facebook concorrem com o e-mail e estão contribuindo para que ele acabe. Compartilhar vídeos e textos ou ter conversas rápidas podem ser feitos com mais eficiência por redes sociais ou por mensagens instantâneas. Por outro lado, há evidência de que os maiores usuários de redes sociais usam também o e-mail mais do que a média. Talvez porque um grande número de contatos nessas redes se estenda para outros meios de comunicação, ou porque o Orkut ou o Facebook usem e-mails para dar alertas sobre o que acontece nelas. Por via das dúvidas, o próprio Facebook investe em ferramentas como responder mensagens pelo próprio e-mail e há até especulações de que esteja investindo em um serviço de webmail como Gmail ou Hotmail.

3 – E-mails não são só e-mails

Ferramentas de e-mail hoje misturam lista de contatos, mensagens instantâneas, calendários e até ferramentas de microblogging como o Blogger. Por outro lado, qualquer rede social tem serviço de mensagens que não são lá tão diferentes de um e-mail. Mesmo que os endereços com @ no meio caiam em desuso, ferramentas muito parecidas vão continuar existindo misturadas a várias outros serviços.

4 – Jovens não usam e-mail enquanto são jovens


As editoras de uma revista teen, como a Capricho, têm várias histórias sobre como é mais fácil contatar leitoras por redes sociais ou mensagens instantâneas do que por e-mail. Mas ninguém sabe até quando vai essa regra, e é possível que os jovens sejam forçados a mudar esses hábitos ao começarem a trabalhar. Afinal, enviar um relatório em Excel via Orkut não é das coisas mais fáceis.

5 – Jovens fazem um uso diferente de e-mail


Além de usarem pouco, é provável que os jovens usem de maneira diferente. Há indicações de que eles dedicam o e-mail a colecionar promoções, por exemplo. Uma pesquisa mostrou que jovens entre 18 e 25 anos têm maior probabilidade de assinar listas de e-mail marketing do que pessoas mais velhas. Outra indicou que, quando estão em busca de promoções, eles usam mais o e-mail do que o Facebook. Ninguém sabe o motivo disso, mas dá para arriscar uns palpites: já que os jovens não usam e-mail mesmo, não os incomoda registrar o endereço em milhões de newsletters. O e-mail passa a ser apenas um arquivo de cupons, para ser aberto quando der vontade de comprar alguma coisa.

Rafael Kenski 


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