15 de outubro de 2010

Velho não, vintage

Vintage é uma palavra da moda. Deve-se interpretar o título do post em dois sentidos: a palavra tanto está em voga quanto pertence ao vocabulário do mundo dito fashion. Como estamos falando de uma subcultura em que ser não-jovem é hoje considerado algo de profundo mau gosto, mais até do que na sociedade em geral, o termo vintage (acento na primeira sílaba), importado do inglês sem nenhuma adaptação, cumpre a tarefa de qualificar algo capaz de ser ao mesmo tempo antigo e, por incrível que pareça, admirável.

Como um bom vinho – precisamente. O primeiro sentido de vintage é safra, ano em que foi colhida a uva de determinado vinho. Em última análise, a palavra é herdeira do latim vindemia (colheita), que deu no português “vindima”.


Mas vintage passou em inglês por uma expansão semântica: além do ano de fabricação de algo, quer dizer a própria qualidade do que é antigo.
Não velho, atenção. Charmosamente antigo. A distinção é mais ou menos equivalente à que existe entre diferente e diferenciado. Funciona assim: se uma Brasília 1974 é indiscutivelmente velha, um Cadillac do mesmo ano é vintage.

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