24 de novembro de 2010

Perdeu, carioca, perdeu!



Perdeu! Essa é a palavra predileta dos bandidos quando tomam de nós o que não é deles. Poderiam interromper a novela das 20h para um pronunciamento do governador e do prefeito, quem sabe até da nossa presidente. Eles poderiam abrir o programa dizendo isso a todos os cariocas: Perdeu carioca, perdeu!

Sim, todos nós, moradores do Rio, perdemos. E estamos perdendo há muito tempo. Era meio óbvio que incidentes como esses, e até piores, iriam acontecer. Se eu desmato uma floresta onde só há leões e jacarés para construir uma cidade, mas não elimino os animais, só o habitat, para aonde será que os animais irão?

O que farão esses bichos? Será que subitamente refletirão e chegarão à conclusão de que não são bichos mais, que agora comem de garfo e faca comida cozida, e escovam os dentes? Será que a história teria esse desfecho? Acho que não.

Era claro que os traficantes não iriam aceitar pacificamente a ocupação das favelas. E por que não temos o Exército nas ruas? Isso é uma guerra. E será assim até o dia em que não tivermos mais essa quantidade enorme de traficantes. Até o interior do estado já está sofrendo as consequências da migração dos bandidos. Eu vejo o que o Rudolph Giuliani fez em Nova York e o que a Itália fez contra a máfia, e me pergunto por que o Rio não consegue resolver esse problema.

Dizem alguns que a culpa é dos viciados, ou que a culpa é da corrupção, ou ainda que a culpa é dos políticos, do voto errado entre outros motivos. Mas como resolvemos, cobrando de quem? Quando tentamos jogar a culpa em alguém é porque não temos a solução. Procurar por culpados é ridículo, quando os principais culpados são os bandidos.

O que os traficantes fariam se não existissem os viciados? Iriam se converter ao cristianismo, e virarem trabalhadores honestos? Ou os viciados são os culpados pela pobreza, má distribuição de renda e favelização da cidade? E o que aconteceria então, se não houvesse corrupção? É essa a causa dos problemas? As pessoas acham que não tem corrupção em países desenvolvidos? Minha gente, meu povo, meus amigos, meus irmãos, os culpados somos todos, o que temos que descobrir é a solução.

João Marcelo de Oliveira Antunes

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