6 de dezembro de 2010

Que preguiça!



Há dia, sabes, em que gostava de ser como o gato
e que me tocasses sem desejar encontrar quaisquer sentimentos
a não ser o que se exprime num espreguiçar muito lento
– um vago agradecimento? –
e que depois me deixasses deitado no sofá
sem que nada pudesses levar da minha alma,
pois nem saberias o que dela roubar.

Pedro Paixão

Do conto "Assinar a pele"

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