O tabagismo é a maior causa de morte evitável. Quem fuma tem dez vezes mais chances de desenvolver câncer de pulmão, cinco vezes mais chances de sofrer infarto, bronquite crônica e enfisema pulmonar e duas vezes mais chances de ter um derrame cerebral. Mas não é fácil parar de fumar: 80% dos ex-fumantes só conseguiram largar o cigarro após a quinta tentativa. Para se livrar do vício, não basta força de vontade. É preciso encará-lo como uma doença.
Atualmente existem inúmeros tratamentos para quem quer parar de fumar. O mais recomendado é que se faça um tratamento multidisciplinar, com o acompanhamento de médico, psicólogo e prática de atividade física. A acupuntura é também bem-vinda nesse processo. Procure um especialista e veja a melhor opção para seu caso.
As pessoas que param de fumar podem engordam. Isso pode acontecer logo no início, porque o cigarro acelera um pouco o metabolismo. Mas está longe de ser um motivo para não largar o vício. Por isso, a atividade física é ainda mais importante: não apenas para evitar o ganho de peso e acelerar o metabolismo, mas também para diminuir a ansiedade, o estresse, a irritabilidade. Principalmente as atividades aeróbicas (de intensidade leve e moderada), como a corrida, por exemplo, que provocam liberação de endorfina, conhecida como o hormônio do prazer, do bem-estar. Essa mesma endorfina tem sua produção comprometida com o cigarro, deixando o fumante ainda mais dependente, e volta a ser produzida novamente pelo corpo com os exercícios físicos.
As pessoas que param de fumar depois de o terem feito por muito tempo, com certeza vão sentir uma grande e rápida diferença. A capacidade cardiovascular e respiratória vai melhorar bastante. Além disso, a aparência vai ficar mais jovem e saudável, já que o cigarro causa envelhecimento precoce dos dentes e da pele. Vai melhorar a auto-estima e diminuir o risco de doenças graves.
A nicotina, ao mesmo tempo que diminui a produção de neurotransmissores como a serotonina (um dos responsáveis pela sensação de prazer), estimula a liberação de outros, como o glutamato, que causa sensação de euforia. Quando o organismo sente falta desse estimulante, o fumante recorre ao cigarro para suprir essa carência. É a dependência química. Há ainda a dependência psicológica. Por isso, na grande maioria dos casos, apenas estar consciente do mal que o cigarro causa não basta para abandoná-lo. Daí a importância de medicamentos e terapias.
Marcio Atalla
Texto adaptado do original por Lena Simões
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