10 de janeiro de 2011

Entre ser uma diva e encarnar o diabo



 
Você sabe que ela não é uma boa pessoa. Ela já disse que é problema. E, nesse mês ela está aqui no Brasil, mais perto de você. Amy Winehouse chegou com uma agenda de quatro shows e muita expectativa dos fãs, que não sabem qual Amy eles verão no palco.

Há muito amada pelos tabloides ingleses devido aos seus excessos e sua excentricidade, recordista de escândalos – historiadores hão de apurar quem deu mais entradas em clínicas de reabilitação: Amy ou Lindsay Lohan –, Amy tem evitado dar vexames e se jogado no trabalho: jura que está gravando um álbum, a ser lançado neste ano, e acaba de ver um novo single vazar na internet – It’s My Party, lançado originalmente em 1963 por Lesley Gore e gravado por Amy para um disco em homenagem ao produtor Quincy Jones.

Nasceu em uma área suburbana de Londres, numa família judia, com tradição musical ligada ao jazz. Seu pai, Mitchell Winehouse, era motorista de táxi e sua mãe, Janis, farmacêutica. Passou a infância e adolescência presenciando os abusos de seu pai perante sua mãe. Amy e seu irmão presenciaram todo o sofrimento da mãe. Tais abusos refletiram no consumo de drogas desde os seus 18 anos.

Segundo seus pais, ela não demonstrava muito talento e cantava tudo timidamente. Eles acreditavam que ela não tinha muitas expectativas. Antes de assinar o primeiro contrato, Amy cantava e tocava em pubs de Londres.

O seu álbum de estréia, "Frank", lançado em 2003, somente no Reino Unido, contempla diversas canções com influências do jazz e, todas escritas por Winehouse. O álbum foi bem recebido pela crítica e sua voz foi comparada à de Sarah Vaughan, Macy Gray, Etta James e Mary J. Blige, entre outras. A cantora, então com apenas 19 anos, apareceu como algo antigo – cantava como uma negra acostumada aos inferninhos de jazz dos anos 1960 – e inovador – pois o meio musical estava infestado de Britneys e Avrils. Trouxe uma mistura de bom jazz, batidas lentas de hip hop e letras cuidadosamente curiosas – como Stronger Than Me, em que Amy é o homem da relação, e Fuck Me Pumps, sobre uma mulher que zanza de bar em bar vestida como vagabunda em busca da atenção dos machos.

O seu segundo álbum, "Back to Black", recebeu seis indicações para o Grammy 2008, das quais venceu cinco e atingiu grande sucesso comercial. Bem mais íntimo que o álbum anterior, Back to Black é o retrato fidedigno de uma Amy Winehouse autodestrutiva. Lançado em 2006, ele traz temáticas sombrias, como abuso de álcool e reabilitação (Rehab), dores de cotovelo (Love is a Losing Game, Tears Dry on Their Own) e comportamento duvidoso (You Know I’m No Good). Ao se mostrar uma mulher forte além daquela menininha talentosa do primeiro álbum, e seguindo a fórmula do velho jazz com ritmos mais contemporâneos, Amy arrebatou cinco prêmios Grammy em 2008.

Amy Winehouse possui algumas tatuagens pelo corpo. No braço direito está desenhado um pássaro com as palavras Never clip my wings(nunca amarres as minhas asas). No braço esquerdo tem uma pin-up e uma ferradura (sorte), misturadas com a expressão daddy's girl (menina do papai). Já no antebraço esquerdo tem uma pena. Além de uma ancora na barriga, escrito "Hello, Saylor" (Olá, Marinheiro). Finalmente, tem tatuado sobre o seio esquerdo um bolso, e logo escrito a cima Blake's, que significa, do Blake.

Amy Winehouse é um ícone de estilo, trazendo em seu "look" uma mistura diversificada de estilos: os olhos são cobertos por um forte delineador, que lembra o visual de cantores de rock; o cabelo (característica mais marcante no seu visual) é inspirado nos penteados das divas dos anos 1960, passando assim, um pouco de charme e imponência; as roupas são modernas, como ela mesma diz "Eu vivo de jeans e camiseta, não me preocupo muito com as roupas, mas para me apresentar meu cabelo precisa estar ótimo". Suas roupas são simples, além das sapatilhas de balé, que estão quase sempre com a cantora.


Rodolfo Viana 
 
Texto editado por Lena Simões

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