2 de janeiro de 2011

Levando a sério essa tal sustentabilidade


Estive em Copacabana, assistindo ao belíssimo espetáculo da queima de fogos na passagem do ano. Fui, acompanhada por um grupo de amigos, e em nenhum momento me senti insegura, nem tive aquela sensação desagradável de estar sendo comprimida por uma multidão. Estava todo mundo ali a fim de se divertir, de celebrar. Quem tem crença, foi à água para o último pedido a Iemanjá. Quem não tem, ficou por ali mesmo na areia, se deixando invadir por aquele show de luzes... e estrondos. 

Foi num desses estrondos, que pareceu vir bem de perto, ou abaixo de mim, que pude fazer contato com uma sensação de desconforto tremenda. São milhares de toneladas de fogos que estouram e, como tomam o devido cuidado para não atingir ninguém, o estouro é lá no mar, longe o suficiente. Mas, como eu consegui sentir várias vezes, fiquei imaginando o impacto absurdo daquilo nas espécies vivas que ainda sobrevivem à poluição. Com o barulho ensurdecedor, acrescido dos resíduos que certamente caem no mar, imagino que perdemos mais uma boa quantidade de peixes, algas e outros seres. E este evento, diferentemente de alguns que, por marketing oportunista ou não, se dizem conscientes e plantam árvores para diminuir o impacto, nem isso faz. 

Á constatação de que o ser humano vive aqui na Terra como se fosse o único ser vivo e submete todos os outros às suas vontades e caprichos, quer seja para se alimentar ou não, adicionemos nesse caso o real impacto que este belo espetáculo pode causar em termos econômicos para nosso estado. A perda da biodiversidade, como se sabe, é algo tremendamente danoso. Ano passado houve até mesmo um encontro no Japão que discutiu isso, no qual o Brasil teve um importante papel na hora de puxar um acordo. 

Se vamos levar a sério acordos como este, ou se vamos preservar o meio ambiente sem precisar de acordos com terceiros, é preciso levar a sério até mesmo a possibilidade de transferirmos o show de fogos para outro lugar - por que não a Avenida Rio Branco? E fazer dessa iniciativa uma espécie de bandeira, mostrando ao mundo que o Brasil realmente está preocupado e não quer causar mais impactos negativos do que o necessário no planeta. Aposto que teria um grande impacto, poderia replicar exemplos. E, finalmente, estaríamos começando a encarar seriamente essa tal sustentabilidade.

Feliz 2011 para todos! 

Amelia Gonzalez 

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