19 de janeiro de 2011

Recomeçar




Recomeçar do que restou de uma paixão / Voltar de novo à mesma dor sem razão / Guardar no peito a mágoa sem reclamar / Acreditar no Sol da nova manhã / Dizer adeus e renunciar... / Vestir a capa de cobrir solidão / Para poder chorar...

Casa, separa. A sentença do juiz tem custos emocionais, dizem psicólogos, que também garantem: é possível, sim, ser feliz sozinho. Tudo vai depender de como cada um encara os momentos de crise. Com mais ou menos disposição para sair dela e seguir adiante.

Atualmente, o ideal do “felizes para sempre” foi substituído por relações menos duradouras. São as mulheres, na maioria dos casos, que decidem se separar. Os custos emocionais, no entanto, sobram para ambos os lados. Cada um sofre a sua maneira. Homens e mulheres mais dependentes afetivamente são os que ficam mais atordoados quando se vêem sós, sem alguém a quem dedicar a própria vida. E isto pode até acarretar, inclusive, doenças.

Não é possível medir o peso do sofrimento. Mas a maneira como cada um vai enfrentar as perdas que a separação acarreta vai determinar o tamanho e o tempo da crise.

Apesar de ser uma experiência, em geral, negativa, a separação também tem seu lado positivo. Possibilita conhecer e vivenciar novas situações, proporciona o crescimento pessoal e o resgate da autoestima, quebra conceitos pré-estabelecidos e, principalmente, permite ao indivíduo a descoberta da força interna que cada um trás dentro de si, ponderam as especialistas.

Entender o fim é essencial. Quando as pessoas lidam com o divórcio de maneira enriquecedora, após a separação podem enfrentar melhor as mudanças no seu ciclo de vida. Mas, para isso, é preciso uma boa elaboração de sua história passada. Ou essas mudanças podem ser desastrosas.

Seguem alguns conselhos para quem deseja enfrentar melhor a vida e estar mais bem preparado para os dias que virão.

- Entender o divórcio e pensar com cautela na condição de separado e os motivos que determinaram esta condição;

- Distanciar-se do conflito conjugal, minimizando as brigas;

- Lidar com a perda e se abrir para novos relacionamentos sociais;

- Livrar-se da culpa;

- Aceitar o divórcio como permanente e sem retorno;

- Arriscar-se a amar;

- Livrar-se da tristeza e da 
raiva em relação à intimidade e a relacionamentos;

- Investir, mas também saber a hora de prosseguir, lutar ou desistir;

- Entender o amor como uma coisa positiva;

- Saber que união não é uma prisão, e que nem sempre é a morte de um cônjuge que separa o casal.

Por fim, resta terminar o samba do Paulinho Viola, que iniciou esse texto. Todo o mal reprimido pode, afinal, nos deixar. A vida tem seu renascer de uma dor. Toda ferida um dia tem que fechar. E quem secou esse pranto pode novamente amar.

Alguém duvida disso?

Maria Fernanda Schardong 

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