24 de fevereiro de 2011

Amores modernos



Que tempo é esse de tantas máquinas e pouco amor? Na internet, você se oferece num classificado. Pesos e medidas que nunca vão definir quem você é. Que tempo é esse que anestesia o coração?

O sexo corre solto, ninguém é de ninguém. Vale tudo no jogo da sedução. Corpos e formas nas prateleiras da noite. Quantidade versus qualidade. Como é mesmo ser íntimo? Conversa em volta da mesa, troca de idéias, papo furado. Abrir a guarda, ficar vulnerável, de carne e osso como todo mundo é.

Nos tempos modernos você não conhece o vizinho, esquece dos amigos. O trabalho, o sucesso, o congestionamento e a fumaça embotam os sentidos.

Desfile de tragédias e cenas chocantes invadem sua casa, de onde você vê o que acontece no mundo. Acostuma com a desgraça e nem lembra que pode mudar o canal. Toneladas de informações para se manter no mercado. Para não perder o seu posto, defender a posição.

Mas se você parar para pensar no que está fazendo, se consultar a alma para saber o que ela quer, pode ser que você leve um susto ao perceber que esse dia-a-dia não o leva a lugar algum.

Afinal, o que você espera da vida? Será que não é mais um boi na boiada? Como andam suas relações?

A música bem alta, a melodia que falta. O divertimento que tenciona mais do que relaxa. Tudo para disfarçar o desgosto, a falta de entusiasmo. Tudo para esconder o quanto você está só.

Mas existe outro jeito de ser, que não depende desses tempos, e que pode ser muito mais interessante. E você o descobre quando experimenta os caminhos que foram apontados por sábios homens, em um tempo de menos tecnologia e muito mais compaixão.




Sergio Savian

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