17 de junho de 2010

Um mal desnecessário


Em mulher mal-humorada, nada funciona: a única coisa que aparece é o mau humor. Mulheres de bico, de cara amarrada, ríspidas, amargas, azedas... alguém merece?!



Elas reclamam o tempo todo: adoram fazer papel de vítima, repetem 15 vezes por dia que estão exaustas, põem defeito em tudo e em todos e adoram fazer profecias negativas.

Além de conjugar o futuro sempre no imperfeito, as mal-humoradas adoram orações adversativas: 'O prato está bom, mas...', 'Eu trabalho aqui, mas...'. Há sempre um 'porém', um 'contudo' ou um 'todavia' no caminho dessas almas emburradas. Às vezes, expressos em silêncio.

É aquela colega que chega, não dá 'bom dia', não abre a boca -e nem precisa: o rosto dela diz tudo. Se você perguntar se ela está com algum problema, a mal-humorada só responde: 'Nada, não...'. E aí a presença dela vai crescendo, porque não há nada tão contagiante, ou contagioso, quanto o mau humor. Ele intoxica quem está perto, contamina o ambiente.

Momentos de mau humor? Todas nós temos. Nada mais humano e mais digno de perdão. Mas há uma diferença enorme entre estar e ser mal-humorada. E não vale dizer que a vida anda difícil. A vida está difícil, sim, e não faltam razões para sentirmos tristeza, angústia, ansiedade.

Mau humor, não: é um outro departamento. Tristeza e angústia, a gente processa internamente. Mau humor é quando você apresenta para o outro a fatura da sua infelicidade. Ele é obrigado a pagar a conta do que você consumiu (ou deixou de consumir) sozinha. Quem é que quer conviver com alguém assim?

Ainda dá tempo: pegue de volta aquela sua lista de resoluções para o Ano Novo e inclua: "Vou adotar uma postura bem-humorada diante da vida". Ou então, melhor ainda: resolva já o que está causando seu mau humor. É o casamento, ou o namoro, ou o emprego? Se for o emprego, tente mudar. Se for a cidade, também. O que não dá é para puxar o freio de mão na infelicidade e depois apresentar a conta para os outros.



Fonte: Leila Ferreira

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