4 de agosto de 2010

Hummmmm!!!



Está registrado no livro sagrado dos maias que a primeira bebida à base de cacau tem origem divina. Achocolatados existem pelo menos desde o século 4 a.C. Naquela época, no entanto, tinham pouca semelhança com a bebida que conhecemos hoje: cremosa, rica, suave. Era amarga, gordurosa e fria, reservada somente aos nobres e guerreiros. Daquela semente de cacau rara, preciosa e usada como moeda, fazia-se uma bebida despejada do alto em cabaças para obter espuma.

O chocolate quente, que já no século 17 era coqueluche da aristocracia europeia, virou moda hoje nas chocolaterias de São Paulo em versões mais sofisticadas. Essas lojas especializadas no "ouro negro" passaram a se dedicar também ao chocolate quente, brincando com suas porcentagens de cacau e combinações de ingredientes.

Ao deixar o chocolate em pó de lado para ser feita com a própria barra de chocolate, de melhor qualidade, a bebida fica mais cara e seu preparo, mais lento. Para quem gosta, compensa: a bebida é muito mais aromática e cremosa por conta da gordura da manteiga de cacau dos tabletes, presente em menor porcentagem no cacau ou chocolate em pó, este, industrializado e misturado ao açúcar.

Quanto maior alto o teor de cacau, mais cremoso ele fica. Há chocolates de origem, de Madagascar, com 62% de cacau, ácido e frutado, para combinar com geleia de framboesa e leite quente. O copo é outra atração: deve vir bem decorado, com chantilly, pistache, grão de cacau, folhinha de hortelã e outros adereços. Com certeza, o chocolate quente feito com a própria barra tem mais sabor do que o feito com pó em casa.

Outra versão, por exemplo, mistura chocolate belga (53% cacau) com uma calda de cerejas importadas da Itália. As especiarias que incrementam outra opção vêm do Marrocos. A base do achocolatado é quase sempre a mesma. Pode-se acrescentar creme de leite, para ficar mais cremoso. Com leite puro, fica ralo e dilui-se o sabor do chocolate. Essa tendência de preparo demonstra que a sofisticação e o contraste de sabores típicos da alta gastronomia têm alcançado a vertente das bebidas.

A novidade agora é a degustação de chocolate quente, com cerca de cinco receitas, servidas em copinhos de vidro. Todas são bem espessas e cumprem a função de uma sobremesa. Mas, existem opções mais leves, preparadas com leite vaporizado e barras de chocolate de origem (jivara, de Equador, e manjari, de Madagascar). Também há uma versão, mais rala e amarga, mas aromática, feita com pó 100% cacau, sem adição de açúcar, resultado de um "blend" que combina cacau da Venezuela, Equador e República Dominicana.

Por enquanto, só não sairam ainda versões transadas na linha "diet/light"...


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