16 de outubro de 2010

"Tropa de Elite 2": cinco razões para você surfar nesta onda




É impossível ficar alheio ao fenômeno “Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro”. O filme dirigido por José Padilha, que estreou na última sexta-feira (8), é assunto certo tanto por sua trama polêmica quanto pelas medidas para evitar o surgimento de cópias pirata antes do lançamento. A popularidade da produção é tamanha que, segundo o presidente da RioFilme, Sérgio Sá Leitão,  apenas no primeiro dia de exibição 370 mil espectadores assistiram ao longa em 683 salas espalhadas pelo país.

Se o mistério pré-estreia, as notícias e os números expressivos não foram suficientes para aguçar a sua curiosidade,seguemalguns motivos pelos quais "Tropa" merece ser assistido. E rápido!

Capitão Nascimento

Ele está 15 anos mais velho, já não sobe mais o morro atrás dos traficantes e não coloca nenhum morto na conta do Papa. Ainda assim, Roberto Nascimento está mais incisivo e violento. Depois de se envolver em uma ação polêmica em um presídio, ele se torna subsecretário de Segurança Pública no Rio de Janeiro e encontra um tipo de bandido muito mais ardiloso e preparado: os políticos corruptos e os policiais sujos que se envolvem com milícias e traficantes. Para piorar, sua ex-mulher está casada com um ativista dos Direitos Humanos que luta contra suas práticas pouco ortodoxas. A nova situação dá mais profundidade para o duro e controverso homem da lei, vivido com muito vigor por Wagner Moura.

Trama densa

Ao tirar Nascimento do front de batalha, o roteiro aponta para problemas mais complexos da violência urbana. A guerra nos presídios, os esquemas intrincados nos quais políticos e policiais se envolvem para conseguir mais dinheiro e poder, o papel da mídia na glamorização da agressividade e a potencial ineficiência dos direitos humanitários são mostrados. É um filme que entretém, mas também faz pensar.

Cenas de ação

Ainda que o foco não seja o confronto direto, as cenas de ação estão muito presentes e são primorosas. O trabalho de câmera e o ritmo empregado nos trechos de combate são empolgantes, assim como a fotografia que completa o clima com eficiência. Além disso, explosões, tiros e ferimentos ganham mais realidade no filme.

Momentos cômicos e frases de efeito

“Tropa de Elite” transformou falas como “O senhor é um fanfarrão”, “Você não é caveira, você é moleque” e “Bota na conta do Papa” em verdadeira febre nas ruas. O novo longa tem frases tão politicamente incorretas e grudentas quanto essas, como “Tá de pombagirice?” e “Quer me f...? Então me beija na boca”, que devem se transformar em gírias populares em poucas semanas. Alguns dos maiores criadores de bordões são também os responsáveis pelos alívios cômicos do roteiro: o corrupto, covarde e hilário Capitão Fábio (Milhem Cortaz) está de volta e divide espaço com Fortunato (Andre Mattos), um apresentador de telejornal sensacionalista que se torna um político inescrupuloso.

Catarse

Não fique mal ao sentir um certo prazer no momento em que Nascimento surra com vontade um deputado corrupto. Por mais que a atitude do personagem seja reprovável, o roteiro conduz o espectador de tal maneira que é impossível não participar um pouquinho daquele momento de vingança. Polêmica na certa.


Thais Kuzman



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