29 de novembro de 2010

Legomania virou arte



Que atire a primeira peça retangular de Lego quem nunca sonhou, durante a infância (ou mesmo depois dela), em ter como profissão a deliciosa e terapêutica tarefa de montar esculturas enormes usando os famosos bloquinhos coloridos? O artista americano Nathan Sawaya foi muito além da mera vontade e transformou o brinquedo em seu trabalho.

Radicado na cidade de Nova York, Nathan foi advogado em um bem conceituado escritório de Manhathan durante anos. Neste ambiente formal, em um concurso que encorajava os advogados a encontrarem um novo uso para objetos já consagrados, as pecinhas de Lego entraram em sua vida de vez - e, claro que ele ganhou a competição.

Suas peças são feitas inteiramente do brinquedo educativo e cada uma delas pode consumir centenas ou até milhares de bloquinhos, dependendo do tamanho. Atualmente em cartaz na Galeria Agora de Nova York, com a exposição “Red”, o escultor desenvolve principalmente esculturas e retratos, que têm formas quase que primárias e tridimensionais.

Em uma mistura de pop art e surrealismo, os trabalhos recentes apresentados na galeria têm uma pegada mais biográfica e introspectiva, representando muitas vezes algumas ideologias e sentimentos íntimos de Nathan.

Além disso, é uma vertente do mundo das artes que atrai, mesmo que por motivos distintos, pessoas das mais diferentes idades, desde crianças que brincam com as peças no dia a dia, até adultos que se sentem nostálgicos ao lembrarem sua meninice com o brinquedo de infância.

A habilidade de Nathan em transformar simples blocos de plástico em esculturas, que apesar de serem complexas na fase de produção, passam um sentimento de simplicidade quase orgânica quando estão prontas, mostra que de fato não são necessários elementos mirabolantes para se fazer arte de qualidade.

O artista, que já trabalha em novas ideias para as duas mostras que pretende abrir em 2011, confessa possuir mais e 1,5 milhões de peças de Lego em seu estúdio. É ou não é o sonho de qualquer criança e de muito marmanjo por aí?

Caru Ares

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