5 de novembro de 2010

A música e a estação de metrô


Em vários países do mundo, entrar em uma estação de metrô pode ser uma prazerosa experiência musical. Cidades como Nova York e Seul selecionam anualmente artistas para se apresentar para os usuários do transporte público. Mesmo em Pequim e Moscou, onde não há apresentações oficiais, a presença dos artistas é tolerada pelas autoridades e incentivada pelo público. 
 
Nas cidades brasileiras a cultura da música no metrô ainda não existe, e as raras tentativas de torná-la popular esbarram na necessidade de pedir autorização – processo que pode demorar até dois meses.

A primeira edição do festival Red Bull Sounderground é, até agora, a tentativa mais ambiciosa de importar a música de metrô para o (sub)solo brasileiro. Entre os dias 8 e 12 de novembro, 11 artistas de países como Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos deixarão o metrô de seus países para tocar nas estações de São Paulo. A eles se juntarão nove músicos de rua brasileiros, selecionados a partir de vídeos enviados pela internet. “É algo que, se for benfeito, será bom para os músicos, para o público e para o metrô”, diz o produtor cultural Marcelo Beraldo, responsável pela seleção dos artistas.

Para músicos que moram no país, pode ser uma oportunidade de convencer o público a valorizar a música nas estações. “As pessoas ainda não estão acostumadas a parar e ouvir música no caminho para o trabalho”, diz o fagotista russo Vadim Klokov, radicado no Brasil há 12 anos. 
 
Além de conquistar o espaço, os brasileiros poderão aprender os segredos da profissão com artistas como o inglês Lewis Floyd Henry, cujos números no metrô de Londres são reconhecidos até mesmo por músicos consagrados. “Em uma de minhas apresentações, vi um sujeito que me parecia familiar”, diz. “Depois reconheci: era ninguém menos que Jimmy Page, do Led Zeppelin.” Se até Page gosta...


Danilo Venticinque 
 

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