30 de novembro de 2010

O jogo está justo?



Tá bom, príncipe encantado não existe. Mas você pelo mesmo tem certeza de que ela está tão feliz com a relação quanto você?

Tem casais que dividem a parada do dia a dia meio a meio. Cada um tem sua carreira, cada um tem seu salário e sua conta corrente. E dividem também as responsabilidades que envolvem a casa e os filhos. De modo geral, mesmo nessa perspectiva igualitária, a mulher fica com mais tarefas domésticas em sua conta e o homem fica com mais peso de prover sobre seus ombros. Esse modelo funciona para um monte de gente – especialmente para casais que ganham parecido, cuja renda familiar necessita dos proventos de ambos e que não abrem mão de ter, individualmente, tanto independência financeira quanto participação na gestão da casa e na criação dos filhos.

Tem casais que dividem a barra de um outro jeito. Um dos dois, geralmente o homem, se dedica a ganhar dinheiro. E o outro, geralmente a mulher, se dedica a cuidar do resto. Um cuida do faturamento do casal. O outro funciona um pouco como um "chefe" da casa. É um modelo mais tradicional, de certo modo. E acontece em geral quando um dos dois ganha realmente bem, a ponto de liberar o outro da função de fazer dinheiro. Não é tão róseo quanto parece: não raro, quem está na rua se distancia da rotina da casa. E quem está em casa se aliena em relação ao mundo lá fora. Ainda assim, esse modelo persiste. Então deve funcionar minimamente bem para quem tem condições de adotá-lo.

Em uma e em outra situação, cabe sempre uma pergunta: sua mulher está cuidando bem de você, dos seus filhos, da sua família, da sua casa. Mas será que ela está cuidando bem de si mesma? Sua mulher está feliz dobrando a jornada para cuidar de tudo? Você está mesmo dividindo a faina com ela? Sua mulher não está se apequenando perigosamente ao se dedicar apenas à família e não mais a uma profissão, a um projeto pessoal, autônomo, independente?

Enfim: sua vida vai bem, está tudo certinho, correndo direito. Você agradece? Você reconhece? Você retribui? E do outro lado, onde habita a sua parceira ou o seu parceiro, o jogo está equilibrado, está justo, é sustentável para o longo prazo? É muito boa a sensação de estar sendo bem tratado, de ver sua prole e sua roupa bem tratadas. É muito bom ver que ela (ou, repito, ele) cuida tão bem da agenda do casal, do planejamento da viagem, das festas de fim de ano, da escola e do aniversário das crianças. 

Mas… e você, amigo, como você está cuidando dela?

Adriano Silva

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