14 de dezembro de 2010

E se... o mundo fosse governado pelas mulheres?


Visão feminina 

O mundo seria mais doce, na opinião das próprias mulheres. Elas estariam dispostas a dividir o poder com os homens, que as dominaram por milênios. Nessa nova sociedade prevaleceriam governantes do sexo feminino, porém mulheres e homens teriam os mesmos direitos e também as mesmas oportunidades. 

Os homens não seriam prejudicados nesse universo cor-de-rosa. As mulheres podem ascender ao poder, mas não dominar o mundo. Opinião parecida tem a socióloga Heleieth Saffioti, um dos maiores nomes do feminismo brasileiro: "Se fosse assim, estaríamos só trocando o sinal do sexismo". 

Ambos os sexos poderiam desenvolver suas potencialidades – no trabalho, na vida familiar ou na vida social. Enquanto a mulher trabalhasse para garantir o sustento da família, o homem cuidaria do lar e dos filhos. Ou o contrário. "O importante é que haja uma divisão das tarefas e que ambos tenham os mesmos direitos", afirma a uruguaia Lucy Garrido, coordenadora da Articulación Feminista Mercosur.

Os homens só teriam a ganhar com essa novíssima ordem mundial. Eles pagam caro para dominar a cena. Só para dar dois exemplos: não podem brochar e têm de garantir o leite das crianças. No mundo feminino, eles poderiam relaxar e dar mais vazão à sensibilidade. Eles poderiam expressar melhor suas emoções e se cuidar mais, ou seja, ter características mais ‘femininas’. 

A sensibilidade feminina também poderia dar um fim permanente às guerras. As mulheres poderiam tentar solucionar conflitos por meio do diálogo e da negociação". 

Visão masculina 

Os homens temem um mundo governado por mulheres. Na opinião deles, elas mostrarão suas garras e virarão o jogo, deixando o sexo masculino em posição de inferioridade. Para o psicanalista Jacob Pinheiro Goldberg, a era feminina chegará em breve. "Estamos à beira de uma revolução feminista. O modo de vida masculino está falido", diz. É natural que haja uma inversão de papéis. Os homens perderiam os melhores postos na economia, na política e – o pesadelo supremo do machão – ficariam encarregados das tarefas domésticas, como limpar a casa e cuidar dos filhos. 

Assim, na visão masculina, é provável que o relacionamento entre os sexos fique ainda mais complicado. Os homens ainda estão acostumados com a idéia de serem a fonte de sustento da família e vão relutar em aceitar a nova realidade. A compreensão da família ainda não mudou. E vai mudar muito vagarosamente. No México, por exemplo, a taxa de divórcio é brutal na fronteira com os EUA, pois lá a mão-de-obra favorece as mulheres, e os homens ficam de lado. Isso causa um conflito familiar. 

Em uma coisa os homens concordam com a visão feminina desse mundo imaginário: a vida seria mais pacífica caso elas governassem. As mulheres entendem melhor as relações humanas e costumam valorizar mais a negociação e o diálogo. Não é por acaso que elas já ocupam, hoje em dia, cargos políticos tão importantes.


Eliza Muto e Stefan Gan 

Texto resumido por Lena Simões 

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