O que deveria ser o aviso de um problema, muitas vezes acaba se transformando no próprio problema. E os números são alarmantes. Estima-se que 30 a 40% da população brasileira sente dor crônica, que representa um dos principais fatores de afastamento das atividades de rotina. Também é comum para muita gente conviver com uma dorzinha aqui e outra ali, que mesmo parecendo insignificante, pode ser um sinal de que o corpo não está em plena forma. Embora ainda não seja avaliada com a importância devida, a dor começa a receber a atenção de especialistas e a ser combatida de forma correta.
A dor é um instrumento de defesa do organismo, porque alerta para a possibilidade de doenças e infecções, entre outros males do corpo. Desta forma, ela é benéfica porque faz com que o indivíduo procure se livrar da dor eliminando aquilo que a causa. A dor é fundamental para a vida.
O ligeiro incômodo passa de amigo a vilão quando fica mais tempo do que o necessário e com uma grande intensidade. Nesse caso, é hora de procurar o médico e abrir mão da auto-medicação, prática perigosa em muitos casos. Mesmo em proporções menores, a dor pode alterar o cotidiano de muitas pessoas. Uma cefaléia que não passa ou a famosa LER (Lesão por Esforço Repetitivo) são capazes de acabar com o bom humor de qualquer um.
A dor também torna-se um problema grande para aqueles que acabaram de se submeter a uma cirurgia. O paciente fica deprimido e não se alimenta direito. Além disso, ela pode desencadear alteração na circulação sangüínea, aumento da pressão cardíaca e stress, o que prejudica a recuperação.
Mas há luz no fim do túnel. Cerca de 95% das dores são tratáveis ou amenizadas graças à evolução da medicina nessa área. Os analgésicos e antiinflamatórios desenvolvidos atualmente são mais seguros e podem ser combinados com outros medicamentos sem causar efeitos colaterais ao paciente. Já os remédios antigos foram relançados com novos modos de liberação – ou seja, se antes o efeito tinha duração de quatro horas, hoje ele pode chegar a 24 horas. Os fármacos derivados da morfina também foram reavaliados e, atualmente, os efeitos colaterais são reduzidos.
Além dos medicamentos, também foram desenvolvidos outros meios de combate à dor. Adaptar o indivíduo ao ambiente de trabalho, por meio de métodos ergonômicos, é uma forma de evitar o incômodo causado pela LER.
Hoje a dor foi agregada aos quatro sinais vitais da rotina de um diagnóstico, que são as medidas de pressão arterial, frequência respiratória, batimentos cardíacos e pulsação. Isso significa que os médicos devem acompanhar, no pós-operatório, a dor do paciente. Nas consultas, também há consciência de que é importante perguntar ao indivíduo se ele está sentindo dor e qual a sua intensidade. E isso é só o início de uma longa estrada para evitar os males da dor no homem.
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