28 de agosto de 2012

Quando o amor está longe dos olhos...



Na era do mundo globalizado, já não existem fronteiras para as conexões de qualquer ordem. E muito menos para o coração! Há algum tempo, relacionar-se com alguém que morava longe era raridade, coincidência, quase impossível. Hoje, as chances de você se descobrir completamente apaixonado por alguém a quem nunca sequer viu pessoalmente são bem grandes!

Como tudo na vida, esta situação tem seus prós e contras. Para alguns, bem mais contras, e é fácil compreender os motivos. Estar longe de quem a gente ama, realmente não é algo que se quer. Porém, como o coração não escolhe cidade, amar alguém à distância requer novas crenças, quebra de alguns paradigmas e muita disponibilidade para fazer dar certo!

Se existe algum segredo para isso, eu diria que tudo começa com a confiança! Se você não acredita no que o outro fala, no que ele diz que faz e no que ele diz que sente (ou vice-versa), dificilmente haverá paz neste encontro, seja ele virtual, por telefone ou esporadicamente ao vivo. E amor sem paz não é amor, é vício!

Mas sabemos que a confiança pode ter bem pouco a ver com a realidade dos fatos e muito mais a ver com insegurança, ciúme, baixa autoestima e medo. Sim! Medo de perder o controle da situação e sofrer uma decepção ou ser traído pelo outro. E, infelizmente, é exatamente esse o maior problema da distância: pré-ocupação.

Isto é, um dos dois ou os dois terminam desperdiçando tempo, energia e romance com pensamentos paranoicos, tentando evitar que algo de errado aconteça e que possa estragar o que está tão bom, o que está dando tão certo, o que nenhum dos dois gostaria de perder!

Quer saber de uma verdade in-dis-cu-tí-vel? Não temos controle sobre o outro. A vida acontece a despeito de nossas vontades e de nossos medos! Não podemos prever o futuro! Não podemos evitar a chegada do amanhã! Mas podemos, com certeza, viver o hoje, o agora, o presente da melhor maneira que sabemos, com o melhor de nós! Podemos ser coerentes com o que sentimos sem passar a vida toda tentando não sofrer!

Sofrer faz parte, em qualquer circunstância, a qualquer distância. Sofrer é humano! No mais, deve servir para nos fazer crescer e amadurecer. Para nos fazer entender que relacionar-se com alguém é a maior chance de aprendizado que podemos ter durante toda a nossa história. Além disso, sofrer é só uma parte. O resto tem de ser alegria, desvelo, prazer!

Portanto, se você está vivendo um amor à distância, aproveite! Exercite sua capacidade de investir neste dia, neste momento. Fale do que sente agora, fale de você, fale do outro, para o outro e escute-o como uma carícia! Pare de "viajar na maionese" ou de insistir em responsabilizar o outro pelas "minhocas" que são suas. Sugira parceria e não briga!

Conte sobre seus medos e até sobre sua insegurança. Revele o quanto esse encontro é importante para você e o quanto gostaria de fazer dar certo. Tire suas dúvidas. Pergunte, mas não intime! Não pressione ou exija garantias! Amor não é feito de garantias e, sim, de desejo. Desejo de ver, de ficar mais perto, de ultrapassar limites, de quebrar muros e vencer os quilômetros.

E saiba que, mais cedo ou mais tarde, quando se sentirem prontos, terão de encontrar um modo razoável para minimizar e, por fim, acabar com qualquer distância entre vocês. Porque, afinal de contas, amor consolidado pede compromisso, cumplicidade e intimidade. Pede olho no olho, mão na mão, corpo no corpo. Amor de gente grande é aquele que a gente compartilha integralmente, pouco a pouco, e sem restrições. Deste modo, espere o tempo que julgar necessário e justo, ame à distância enquanto assim for preciso, mas tenha em mente o que sente e o que quer! E atenda à voz do seu coração!
 
 
Rosana Braga 
 
 

4 comentários:

Rô... disse...

oi minha querida,

amor consolidado pede compromisso, cumplicidade e intimidade. Pede olho no olho, mão na mão, corpo no corpo.

concordo totalmente com essa afirmação,e sou testemunha que acontece assim mesmo...

beijinhos

Graça Pereira disse...

Como diz a canção :" Ninguém é de ninguém"...Mesmo no amor presente, vivido dia a dia, ninguém tem o controle sobre o outro. A confiança e a abertura deve existir em qualquer modalidade de amor: perto...à distância.
Conheci um amor platónico, vivido intensamente pelos dois, por carta e telefone (naquela época, não havia mais meios) Eu acompanhei esta felicidade que durou anos...Um dia, ela recebeu uma carta com uma letra diferente e soube então que ele tinha partido.
Fez o luto que qualquer esposa faz e...por incrível que pareça...continuava feliz, com o mesmo olhar apaixonado!
Beijos
Graça

Sobre o Tempo disse...

Mais uma vez, muito bom Lena! Uma ótima terça! Bjs

ELIANA-Coisas Boas da Vida disse...

Lena sempre com belos textos que nos faz refletir adorei esse!
Muito difícil enfrentar os medos e dizer tudo que sentimos!!
Abraço