30 de outubro de 2012

Como fica o romantismo com a chegada dos filhos?



Embora a biologia explique as tantas alterações e instabilidades que ocorrem no corpo e no humor de uma mulher assim que ela dá à luz um filho, não restam dúvidas de que não é nada fácil, na maioria das vezes, administrar um corpo modificado, mais um bebê exigente, mais um casamento em jogo.
 
 Não que a chegada de um filho seja um evento ruim. Longe disso e muito pelo contrário! Trata-se de uma bênção, uma nova etapa do amor. Mas sejamos honestos: é praticamente como abrir uma nova, grande e importante empresa! Explico! Quando colocamos uma pessoinha tão amada no mundo, queremos que ela dê certo, que ela seja saudável, inteligente, educada, próspera e, claro, feliz, realizada - assim como uma empresa bem sucedida!

Para tanto, não medimos esforços. Na medida do possível, investimos no desenvolvimento dela boa dose de atenção, tempo e dinheiro, todo nosso conhecimento e todas as nossas melhores intenções. Afinal, um filho exige dedicação e comprometimento para crescer de modo satisfatório, principalmente nos primeiros anos de sua vida, ou até ganhar certa autonomia.

Até lá, como fica a relação entre a diretoria? Isto é, como fica a atenção, a paciência, o carinho e o namoro - tão nutritivos e essenciais - entre o papai e a mamãe, entre este homem e esta mulher que, depois de se dedicarem o dia todo para que nada falte ao lindo bebê, encontram-se sozinhos num mesmo quarto?

Sim, podemos imaginar: exaustos, às vezes irritados por não conseguirem dar conta de tudo, ansiosos ao pensarem quanto tempo terão até o próximo choro, até a próxima reivindicação do leitinho da mamãe. Enfim, por vários motivos óbvios, especialmente a mulher tende a se sentir sem o menor clima para romantismos e intimidades mais ousadas.

Começando pela famosa "quarentena", período de 40 dias em que as relações sexuais ficam proibidas para que o corpo da mulher se recupere do parto, passando pelos desencontros do tipo "quando um está dormindo o outro está trabalhando", "quando o outro está disponível o um está ocupado", e assim vai... torna-se realmente complicado encontrar um tempo para retomarem a vida de casal.

Ok, esse cenário é compreensível e aceitável por algum tempo, mas não por muito tempo. Não por tempo suficiente para tornar o seu relacionamento cada dia mais tenso, chato e desestruturado. Certamente, não é isso que vocês querem. Portanto, é hora de se planejar e agir! Amar não é um sentimento abstrato, é um verbo de ação. Pede escolha, decisão e atitude! Algumas sugestões que podem ajudar:

1- Quando sentirem que o bebê já pode passar algumas horas da noite com a babá, a vovó, o titio ou a madrinha - por volta dos três meses talvez - não deixem que a preguiça ou algum sentimento de culpa equivocado impere! Marquem um jantar, um passeio, um cinema, qualquer diversão que inclua só vocês dois! Momento de se olharem, se ouvirem, falarem de seus sentimentos e desejos. Momento de se parabenizarem pelo belo trabalho que têm feito desde que o pequenino chegou.

2- Depois de mais algum tempo, quando o nem tão pequenino assim já puder passar um final de semana longe de vocês, é hora de planejar uma viagem a sós. Pode ser num lugar bem perto, desde que tenham privacidade. Hora de matar as saudades do tempo em que podiam se agarrar, namorar sem medo de fazer barulho, sem medo de ouvir um chorinho ou um "manhêêê" ou "paaaaaaiii". Hora de investir na ousadia, na sedução e na vontade de reconquistar a pessoa amada. Vale a pena. É restaurador!

3- Mantenham a consistência! Ou seja, reservem um tempo só para vocês dois. Que seja uma vez por semana, uma vez a cada quinzena ou uma vez por mês - mais do que isso seria negligenciar uma área muito importante da sua vida - o seu casamento, o relacionamento com quem você compartilha sua vida!

Sei que razões para não tomar essas decisões surgirão muitas: falta de dinheiro, falta de tempo, falta de ânimo e falta de consciência do quanto isso é importante. Porém, posso garantir: aquele ditado sobre o amor ser como uma flor que precisa ser regada para sobreviver é muito sábio e verdadeiro.

Não espere que seu casamento desmorone para somente então se lamentar ou acusar o outro por não ter feito a parte dele. Faça a sua. E faça agora. Afinal, ser mãe e ser pai é mesmo uma delícia, desde que tanto nós quanto eles - os filhos - percebam que por trás desses papéis existe um casal que precisa de tempo, espaço e amor compartilhado com privacidade e intimidade.


Rosana Braga 

Um comentário:

Rô... disse...

oi minha amiga,


dividir o tempo e explicar a verdade,
são duas coisinhas que pratiquei aqui em casa,
e parece que funcionou bem...

beijinhos