Já reparou como o estresse se transformou, nas últimas décadas, em sinônimo de eficiência e sucesso? Parece praticamente impossível pensar em alguém bem-sucedido, com uma vida minimamente interessante e, ao mesmo tempo, tranquilo, relaxado e com tempo suficiente para se dedicar às várias áreas da vida.
Fomos enganados pela interpretação de como o tempo funciona. Quiseram nos convencer de que precisamos viver com pressa, desejando tudo para ontem, para que nos sintamos fazendo a vida realmente valer a pena, fazendo o melhor que podemos. E sabe o que é pior? Conseguiram. A maioria de nós está redondamente enganada!
Não é nada disso e, à custa de doenças como alergias inexplicáveis, crise de enxaquecas e gastrite nervosa, além de distúrbios como ansiedade, obsessão, ataque de estresse e depressão, temos descoberto - talvez ainda de modo bastante inocente - que algo dentro de nós está definitivamente fora de ritmo, fora de sintonia.
Temos negligenciado o que realmente importa sem sequer nos lembrarmos, muitas vezes, do que faz parte do nosso kit "o que realmente importa". Sim, eu sei, temos contas a pagar, aluguel, cartão de crédito, transporte, escola dos filhos, roupas e acessórios que nos inclua no grupo dos socialmente aceitos e admirados, entre tantas outras demandas que, se nos distrairmos, o estresse parece mesmo fazer muito sentido! Parece ser inevitável.
Tudo bem, em alguma medida, tudo isso também importa. Por isso, longe de mim estar aqui para sugerir que nos tornemos algum tipo de eremita, completamente desapegados, ou que adotemos uma postura absolutamente socialista. A questão é: você está consciente do que realmente quer para sua vida ou está simplesmente reproduzindo desejos de outros, indiscriminadamente?
Conseguiria fazer uma lista com duas colunas colocando de um lado "o que importa" e, de outro, "o que REALMENTE importa"? É uma questão de escolhas, de valores, de reconhecer o que existem coisas que servem para trazer algum conforto e eficiência para seu dia a dia, mas tem coisas, ou melhor, pessoas e relacionamentos que são imprescindíveis, absolutamente partes de sua felicidade e de sua alegria de viver. São o que dão sentido para sua existência.
E quando tiver noção do que lhe é caro e imprescindível, talvez pare para analisar o seu comportamento. Tem voltado para casa sempre cansado, irritado, sem ânimo, nervoso, intolerante e brigando com todo mundo? Tem deixado para depois o momento de ouvir, de abraçar e de dar afeto aos que estão ao seu redor? Tem se negado a rir e se divertir com a pessoa amada? Tem feito amor sem paixão, sem olhar nos olhos e sem realmente amar, com gestos e atitudes?
Tem deixado, enfim, que os problemas e as cobranças do trabalho interfiram direta e negativamente sobre sua vida pessoal, tornando-a uma pessoa amarga, sem brilho e desinteressante? Sei de verdade que não é fácil mudar e fazer diferente, mas leia agora uma realidade nua e crua: se você não cuidar do que realmente importa, vai perder! Vai ficar sem! E daí, talvez seja tarde demais para acordar ou se arrepender!
Além disso, trata-se sobretudo de uma decisão. A decisão de reservar duas ou uma hora que seja por dia para se dedicar aos seus amores (seu par, seus filhos, sua família, suas flores, seus cachorros e gatos, passarinhos, sobrinhos, vizinhos ou quaisquer outras vidas!). Trata-se, por fim, de nos lembrarmos da brilhante assertiva de Leo Buscáglia, autor do livro Vivendo, Amando e Aprendendo: "primeiro as pessoas; depois as coisas".
Rosana Braga
3 comentários:
oi Lena querida,
adorei a dica das listas,
vou começar hoje mesmo...
beijinhos
Oi Lena,
Verdade....Temos que ser vigilantes para enxergarmos a vida de maneira mais leve, apesar dos compromissos,problemas,etc.
Se não a vida passa e perdemos momentos simples,mas importantes.
Bjs
O segredo é escolher o que a gente mais gosta e ama, e valorizar. Pode parecer egoísta fazer só o que gostamos, mas eu penso diferente..porque todo mundo é interesseiro, por que eu também não posso ser? kkkk. Me faz bem fazer algo bom para alguém que eu ame, se me faz bem eu faço, se não, não faço. Não é um egoísmo, é uma escolha.
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