1 de novembro de 2012

A comparação





Desde crianças fomos comparados e desrespeitados com relação à nossa própria individualidade e forma de ser e agir. Aprendemos por imitação e, inconscientemente, nossos pais nos motivaram a sermos educados como o priminho, bom aluno segundo o fulaninho e assim aprendemos a nos basearmos em exemplos externos e não vivenciamos o nosso discernimento.

Mas a verdade é que crescemos e não podemos mais sofrer por não sermos nós mesmos. Muitas pessoas se sentem fracas e sem capacidade para resolver determinadas questões da vida por buscarem sempre referenciais externos. Se o seu referencial de responsabilidade do que fazer ou não, está baseado na sua mãe, por exemplo, quando sua mãe não mais existir a casa cairá, pois você se sentirá incapaz de tomar decisões. Várias pessoas se tornam dependentes de pessoas tais como marido, mulher e amigos e mantém, muitas vezes, relacionamentos doentios, por não conseguirem se experimentar, serem elas mesmas e conhecerem suas próprias capacidades. Precisam dos outros para tudo. Só que o universo é muito sábio e de repente, tira a muleta dessa pessoa para que ela se depare com seus potenciais e cresça.

Em qualquer sociedade é estimulada a igualdade de forma errônea. Colocam a igualdade de direitos para pessoas que não são iguais em deveres. Deveríamos reavaliar o conceito do ‘igual’. Não precisamos ser igual ao outro para sermos aceitos. Se fosse assim, já nasceríamos iguais e com impressões digitais iguais também. Não acontecendo isso já há um conflito de aparência A aparência já denota o conceito das crenças de cada um de nós. A forma como nos vestimos, vivemos, ousamos e amamos, produz um mix de pais, com professores, com o bairro onde nascemos e não pararmos para reavaliar a importância para nós de cada escolha e jeito de viver. Quantos vão fazer amor e se sentem travados pois levam os pais juntos para a cama, ou seja, levam as crenças, culpas e modos de agir dos pais?

Muitos se apaixonam pela aparência, muitos julgam erroneamente pela aparência. Infelizmente a crença do diferente denota que é errado. Por isso tantos conflitos de religiões, raças, estilos de viver, idade, etc. Vivemos isso nos nossos relacionamentos afetivos. Alguns procuram por pessoas com afinidades e outros buscam por opostos. A maioria não sabe conviver com a ideia de igualdade ou diferença como sinônimo de respeito e, principalmente, de aprendizado.

As pessoas abertas a novos conceitos e novas ideias são pessoas abertas à evolução sem dor. São pessoas abertas ao próprio questionamento de suas verdades que são impermanentes, afinal o que é amadurecer senão reavaliar e aprender?

Como disse anteriormente, nos ensinaram que ser diferente é complicado, mas isso não é motivo de não podermos reavaliar essas posturas. Quantas pessoas tiveram e ainda tem dificuldade de mexer no computador? Preconceito do novo ou preguiça de acompanhar a evolução? È mais fácil continuarmos do mesmo jeito mecânico sem termos que pensar, refletir e reavaliar. Não estou absolutamente dizendo que computador seja certo ou errado, mas precisamos nos dar a chance de conhecer.

A comparação e o diferente existem para reavaliarmos o que somos e o que queremos para a nossa própria vida, e por isso vivemos em um mundo tão heterogêneo. Quantos homossexuais ainda são discriminados por serem diferentes? Não aceitamos o diferente!!!! Se não é igual e não conhecemos, não existe.

Se, por um lado nos ajustamos ao nosso padrão social, familiar e cultural, por outro, perdemos a nossa criatividade e a nossa evolução pessoal. Quantas pessoas seguem a profissão que os pais escolheram e são infelizes. Quantos de nós não tomamos atitudes pensando nos outros e não ouvimos nossos corações? Aliás, esse é o mal do ser humano atualmente. Pessoas que perderam a conexão com suas próprias essências entram em depressão, tem síndrome do pânico e perdem o chão com sensações de morte. Na verdade, realmente já estão mortas para a vida pois foram abandonadas por elas próprias seguindo caminhos que não são verdadeiros.

Graças a Deus também existem muitas pessoas lúcidas e que não estão dormentes nessa vida. Muitas dessas pessoas morreram por serem diferentes mas mantiveram a dignidade de assumirem que são únicos. Graças a esses seres que reconheceram a sua unicidade é que temos hoje aviões, computadores, medicina avançada e equipamentos de tanta utilidade para a nossa qualidade de vida. Porém, o mais importante de tudo não é somente o desenvolvimento tecnológico mas sim a felicidade do ser humano que se aceita como único e a partir daí desenvolve-se com maior prazer, com mais rapidez e sem sofrimento.

Quem se compara, sai do seu próprio caminho e perde a sua própria graça. Quem se compara e quer copiar o outro o tempo inteiro é infeliz porque sempre vai achar que o outro é melhor nisso ou naquilo. Quem é o que é e segue seu próprio caminho tem sua beleza brilhante e irradia felicidade e dignidade. Quantas vezes olhamos para uma pessoa e, aparentemente a achamos feia e quando a conhecemos acabamos nos apaixonando por ela?

Enfim, vale a pena voltarmos ao nosso eixo e ousarmos nos perguntar sempre: no fundinho, no fundinho do coração, o que realmente queremos para a nossa própria vida? Ouse ouvir a resposta e principalmente ouse ir em busca da realização dessa resposta. Nossa mente, nada mais é do que o administrador e organizador de formas para atingirmos nossos sonhos que vem de nossa alma. Lembre-se sempre também de buscar o que você realmente quer, mesmo que no momento, pareça impossível a sua realização. Quem alcançou seus objetivos não os tinha prontos quanto imaginou e, segundo Walt Disney: se você sonhou, você pode realizar.



Simone Arrojo 
 
 

2 comentários:

Rô... disse...

oi minha amiga,

esse é um texto que vai exigir mais algumas lidas,
mas posso dizer que concordo com Disney,
se sonhou,pode realizar...
delícia!!!

beijinhos

Carol disse...

Amei o texto!
Somo seres únicos, por isso somos diferentes...Não podemos nos comparar por isso.
Bjs