11 de dezembro de 2012

Mãe também merece recomeçar e viver um grande amor!



Muita gente continua acreditando que "ser mãe é padecer no paraíso". De certa forma, até é mesmo. Afinal, este papel exige predicados que somente quem gera um filho - seja na barriga ou no coração - e assume seu desenvolvimento, consegue sustentar.

Porém, é preciso derrubar essa ideia de que exista um lugar para as mães que não este aqui, neste planeta, com todos os ônus e bônus que isso possa significar. Porque por mais que os tempos tenham mudado, há ainda quem insista em colocar as mães num lugar irreal. Ou melhor, surreal!

Ser mãe é ganhar em muitos aspectos. Muitos mesmo! Mas é também continuar a ser gente, humana, imperfeita, em busca de alegrias e de realização. Um filho não completa todas as lacunas, como muitos adoram poetizar. E isso significa que mães são mulheres com necessidades senão iguais, muito parecidas com as daquelas que não são!

Isso inclui sentimentos que passam, sim, pela gratidão de poder exercer esse papel, mas também por desejos, carência, confusão, conflitos internos, medos, vontades, entre outros. Vontade de ser cuidada, de ser vista, de se realizar profissionalmente. De cuidar de si, de sua beleza, de seu corpo. De ser amada, de namorar e viver um grande amor, enfim.

Entretanto, muitos se esquecem desses detalhes. E pior ainda quando essas mães não se casaram ou vieram a se separar ou enviuvar. As pessoas tendem a acreditar que o papel de mãe compensa todos os outros. Não, não compensa! Pelo menos não na maioria dos casos!

E que bom que seja assim! Que bom que os filhos não precisam carregar esse peso, essa responsabilidade. Que ótimo que filhos podem ser filhos. Mães podem ser mães. E, no final das contas, todos - mães e filhos - continuam sendo, sobretudo, pessoas. Pessoas que desejam ser felizes, em todas as áreas, em todos os sentidos!

Às mães que, por quaisquer razões, sentem-se pressionadas a abdicarem de sua busca pela felicidade; ou àquelas que são literalmente proibidas por seus filhos ou outros familiares de tentar recomeçar, de arriscar novas amizades, novos relacionamentos ou novos amores, gostaria de ter o poder de oficializar o que chamaria de "carta de alforria".

Sendo assim, que neste dia das mães, todas as mulheres possam se sentir libertas de qualquer cobrança descabida. Que, sendo mães e responsáveis por este papel, possam vislumbrar um novo enredo para suas histórias, um novo amor, quem sabe...

E que possam, principalmente, ser reconhecidas como especiais, sim: mulheres que deram à luz pessoas tão pessoas quanto elas. Mas a despeito de qualquer paraíso que mereçam, que possam também errar, recomeçar, apostar mais uma vez e encontrar nos braços de seus filhos e daqueles a quem elas tanto amam, o apoio para serem apenas e, sobretudo, elas mesmas! Grandes mulheres! Almas em busca de outras almas...


Rosana Braga




7 comentários:

Leninha Brandão disse...

Minha querida Lena,

Você está tão sumida! Tô com saudade de ti...
Quanto ao texto,concodo inteiramente com ele e acho que esta mania de "endeusar" as mães,só tem um único e odioso objetivo: fazer das mais uma espécie de escravas dos filhos e deste "amor sublime",que a tudo cede e se conforma com uma vida de abnegadas renúncias...que as podam e impedem de uma vida plena.

Parabéns pela escolha, amiga!
Bjssssss,
Leninha

JAN disse...

Oi Lena, passo sempre aqui, mas fazia tempo que não comentava...
Hoje, achei esse texto, da Rosana Braga, simplesmente ótimo.
POSTAGEM GENIAL!

Abração
Jan

Sandra Portugal disse...

Rosana tem textos lindos! De alta sensibilidade - e sua também que sempre a escolhe.
bj Sandra
http://projetandopessoas.blogspot.com.br//

Marites Rehermann disse...

Que reflexão maravilhosa e verdadeira, Lena querida! Acima de tudo, não podemos nos esquecer que, além de mãe, somos mulher! E uma mulher tem carências, é um ser humano igual à todos os outros. Nosso papel de mãe é o de orientar e preparar os filhos para enfrentarem o mundo lá fora, assumirem seus compromissos, e seguirem seus caminhos, como nós fizemos um dia.

Beijos!!♥

Unknown disse...

é sempre um enorme prazer passar por aqui.

Beijo.

Elisa T. Campos disse...

Lena
Desculpe-me da ausência. Foram tantas as circunstâncias , mas pouco a pouco volto para apreciar as postagens

Seus textos merecem ser lidos com a atenção que merece, pois são reflexivos e escolhidos por você com muita sabedoria.

Um lindo dia para você
Bjs.

Rô... disse...

oi minha amiga,

mães erram muito,
e tem sim o direito de recomeçar,
afinal não dá pra viver sem amor...

beijinhos