13 de outubro de 2010

Mulher: paga ou não paga?

Em Nova York, uma polêmica cerca o entretenimento: são legais, nos dois sentidos, os descontos ou a gratuidade para a presença das mulheres em bares e festas noturnas? Permitir mais mulheres é uma infalível forma de atrair os homens e lucrar mais e este tipo de promoção existe no mundo inteiro. Aqui no Brasil, os locutores de rádios costumem berrar a todo pulmão o famoso “mulher não paga!”.



Don Hollander, um advogado que se diz defensor dos direitos dos homens, entrou com uma ação na Justiça alegando que tais promoções são inconstitucionais, porque os cidadãos devem ter direitos iguais em bares que têm licença pública. Afirmou ainda que descontos para mulheres são “resultado de 40 anos de feminismo”.

Foi apoiado por muita gente. Mas recentemente a Corte de Nova York rejeitou o pedido. Hollander disse que ainda vai tentar a Suprema Corte e declarou à imprensa que “protegerá os direitos dos homens antes que eles não tenham mais direito algum”.

Hollander é um radical? Será que os homens, em geral, estão incomodados com isso? Há mulheres que estão. No site Salon, a articulista Tracy Clark-Flory diz que as promoções noturnas ofendem não os homens, mas as mulheres – por questões “políticas e filosóficas”.

Clubes promovem descontos para atrair mais mulheres porque isso significa que mais homens vão aparecer. Acredito que o termo técnico para isso seja: sexo vende. Então os caras acabam pagando o preço integral na entrada e nos driblam e, de certa forma, eles estão pagando para estar com mulheres, seja isso explícito ou não. É mais ou menos como deixar um desconhecido pagar seu drink – ele está pagando pelo seu tempo e por sua atenção. Um monte de mulheres se sente confortável com isso. Outras, nem tanto. E há algo consistente a ser discutido aqui.

É bem interessante perceber incômodos de naturezas opostas sobre o mesmo tema. Gênero é, de fato, uma grande questão do nosso tempo. E você, homem ou mulher, o que acha?

Martha Mendonça

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