16 de dezembro de 2010

Bom humor é tudo!



Para falar a língua zás-trás desses tempos de Twitter, vou tentar dar meu recado em quatro palavras: bom humor é tudo. Consegui fazer isso em apenas 17 caracteres? Se me concedem mais 103, sigo em frente. Até meu espaço acabar. Quem me inspira hoje é a criatividade bem-humorada.

Estava tomando um café num shopping, numa dessas pequenas lanchonetes. Uma delas é tão pequena que o dono inventou um jeito diferente de acomodar seus clientes. Em vez de providenciar mesinhas, ergueu uma pequena arquibancada de cimento. Os garotos compram seus sanduíches e se acomodam nos degraus como se estivessem em um estádio. O lugar é tão descontraído, que o rapaz mandou fazer uma caricatura dele e do ajudante, e colocou a inscrição: “os piores funcionários do mês”. Quando vi o cartaz, comecei a rir. Quem passou por mim deve ter se perguntado quem era aquela maluca que ria sozinha.

É muito bom encontrar gente que não se leva a sério, que sabe rir de sua pequenez, da nossa pequenez. O pequeno empreendedor da lanchonete sabe rir de seu despojamento. Aposto que o bom humor e a sinceridade o ajudam a atrair clientes. O meu olhar ele fisgou.

Se o bom humor é fundamental nas relações sociais, na vida a dois ele não pode ser um opcional. Deveria ser um item de série, daqueles que acompanham os casais desde sempre – assim como os carros populares que já saem da fábrica “equipados” com volante, rodas e freio. O padre, na hora do casório, deveria dizer: “Se alguém sabe que esse fulano é mal-humorado, diga agora ou cale-se para sempre”.

Ninguém merece conviver com um parceiro que não tem senso de humor. Para mim, esse é o pior dos castigos. As pessoas se preocupam tanto com atributos como fidelidade, riqueza, beleza e se esquecem de checar se o parceiro tem o básico do básico. Se ele é capaz de rir de si mesmo e de fazer rir.

Casamento é feito de coisas deliciosas. E também de grandes chatices. Quem aguenta, anos a fio, fazer supermercado, compartilhar o banheiro, botar o lixo pra fora, trocar lâmpada, abrir vidro de palmito, se não souber rir dessa porcariada toda? O lado B da vida a dois exige bom humor. O lado A também.

Quem escolhe o bom humor lucra de várias formas. Uma delas diz respeito à saúde. Estudos sugerem que o riso traz benefícios: redução dos níveis dos hormônios do stress; fortalecimento dos músculos do diafragma; mudança de foco mental e interação social (o riso é contagioso, não é mesmo?). A maior parte desses estudos, porém, trouxe resultados inconclusivos. Não representam evidências inequívocas, embora o senso comum nos ensine que uma boa risada só pode fazer bem.

No campo dos relacionamentos, os estudos sobre humor parecem ser mais consistentes. Já se avalia que o humor é um fator a ser considerado no momento da escolha dos parceiros e que várias características tornam uma pessoa mais interessante aos olhos do outro (juventude, beleza, status etc). E que o humor, sozinho, é capaz de tornar uma pessoa atrativa.

Se a felicidade ou a diversão são um objetivo para determinada pessoa e se o bom humor do parceiro cria essa situação, o senso de humor diretamente contribui para a realização de um objetivo maior.
 
Ou seja: o que você viu naquele cara ou naquela menina pode ser muito simples. Como também pode ser tudo.

Cristiane Segatto
 
Texto resumido por Lena Simões

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