18 de janeiro de 2011

O poder do diálogo



Acho que vale a pena escrever sobre as coisas que podem parecer banais, pois a banalidade com que lidamos com conceitos nos tira a possibilidade de reinventar a nossa própria história.

Uma das expressões mais banalizadas que acabaram dificultando e não facilitando - como era a intenção inicial - é o diálogo. Principalmente nos momentos quando o que se sente deve ser priorizado como o entendimento, a discussão e a chance de entrar em contato com novas maneiras de ver ou pensar situações, em especial sobre os temas que nos afetam sobremaneira como as relações afetivas e sexuais.

Os consultórios de psicologia estão sempre lotados de queixas de rigidez de conceito e da complexidade de se rever posições, pois o discurso é sempre de que as relações são competições e mudar de opinião geralmente é confundido com capitulação.

Falar de questões delicadas que podem melindrar ou nos colocar cara a cara com nossas dificuldades, fragilidades e erros são os grandes nós das relações.

Obviamente não existe uma receita infalível para responder uma pergunta, resolver um impasse ou mesmo para demonstrar um desejo ou necessidade. Mas há dicas que podem ajudar os casais a encontrarem um caminho, basta ter vontade.

Sobretudo nas questões da intimidade do casal. Questões muito comuns e que, apesar da apologia que se faz do diálogo, muitas vezes são encobertas pelo silêncio.

O grande segredo genérico é que essa fala deve ser norteada pelo desejo e carinho. Contudo, o que se percebe, na maioria dos casos, é a eclosão de tudo o que não foi dito no decurso da relação.

E, se as pessoas se gostam e se desejam, por que a belicosidade? Nessa sociedade em que ainda hoje apresenta homens e mulheres como concorrentes acaba se utilizando desse espaço para mostrar um ao outro o sonho da superioridade, num eterno jogo de sedução e sujeição.

E, quando há competição, com certeza não existe o amor, que representa paz, serenidade e o encontro com o outro.

Sexo e amor são coisas distintas e não podemos confundi-las. Ao separá-las é possível se aproximar das dificuldades sexuais sem a paixão e a urgência do sexo. Mas com a competência que ajuda no entendimento do amor.

Portanto, muito mais do que palavras, o diálogo sincero e objetivo é um estímulo para um encontro verdadeiro dos desejos que, ao caminharem para o mesmo destino se sustentarão numa troca constante. E, certamente, as diferenças de quaisquer ordens perderão o sentido competitivo e a cumplicidade será a força motriz para resgatar aspectos e sensações que ficaram perdidas pelo caminho.


Márcia Atik 

Um comentário:

Anônimo disse...

Lena querida.

"Na minha opinião" o diálogo é TUDO numa relação afetiva e tantas outras.
Nós seres humanos, temos uma ferramenta muito especial, que é o Poder de se relacionar e se comunicar através de atitudes e palavras.
Mas falando sobre as relações afetivas, vou deixar até meu testemunho da minha vida.
Este ano farei 15 anos de união com meu marido, e uma das coisas mais fortes que sempre existiu desde a primeira vez que nos vimos, foi o diálogo.
É incrível como esta palavrinha mágica, transforma vidas.
Somos além de marido, mulher, amigos, companheiros, amantes....somos cúmplices de tudo.
Quem nos conhece nem fala que somos casados, já perguntaram se éramos irmãos, de tanto que conversamos e nos tratamos de uma forma tão unida e natural que não nos parecemos em nada com os casais convencionais.
Falamos sobre tudo: vida, amor, comida, roupas, casa, filhos, educação, escola, espiritualidade, sexo, medos, tristezas, angústias, etc....
Mantemos sempre viva esta relação e esta Amizade que não conseguimos ficar sem compartilhar nada.
Quando acontece alguma "briguinha", não dura muito, porque já sentimos falta Urgente de um falar com o outro.
É muito triste quando vemos alguns casais que se tratam de maneira fria e mudos.
O diálogo é TUDO!!!
Muda vidas e relacionamentos....
Beijo grande em seu coração!