Há alguns dias, tendo de tomar uma importante decisão no meu universo profissional, comecei a me sentir incomodada com algo, mas sem saber o que, exatamente. Sentia-me sem vontade de trabalhar, me dispersando por qualquer motivo, improdutiva. Resolvi me observar; queria descobrir o que estava me deixando irritadiça, como se estivesse contestando alguém ou alguma coisa.
Numa tarde, conversando com uma amiga descobri! Enquanto contava sobre como vinha me sentindo nos últimos dias, inclusive porque ela mesma dizia perceber que eu não estava dando o retorno de sempre, ‘a ficha caiu’: estava me sentindo refém!
Mergulhei neste sentimento... Refém de quê? De quem? A troco de quê? Quanto deveria ser pago pelo meu resgate, a fim de que eu me sentisse livre? Quem pagaria?
Segundo o Aurélio, ‘refém’ significa: Pessoa importante que o inimigo mantém em seu poder para garantir uma promessa, um tratado, etc.. Achei esta definição perfeita, formidável. Era exatamente isso que estava acontecendo. E fiquei pensando que a maioria de nós se torna refém de algum inimigo durante boa parte de nossa vida.
Mas que inimigo? Não tenho inimigos!, você poderia argumentar. E eu afirmo, com certeza, que se não estivermos atentos, teremos um inimigo em potencial muito mais perto do que imaginamos: uma parte de nós mesmos, seja em forma de pensamentos negativos, de crenças limitantes, de promessas ultrapassadas, de tratados que já não fazem sentido, ou simplesmente de desejos que não valem o preço do resgate.
Traduzindo melhor, esses inimigos podem ser escolhas que garantem aquisição de bens materiais – uma casa ou um carro, por exemplo; podem ser comportamentos para obtenção de fama ou reconhecimento de alguém ou a crença de que agindo de determinada forma seremos amados; a aceitação inconsciente da ilusão de que somos o que vestimos, o lugar onde frequentamos, e assim por diante.
Claro... tudo isso tem sua importância, sem dúvida! Mas desde que você seja sempre o mentor de cada uma dessas crenças e afirmações. Desde que você seja comandante de suas ações, dirigente de seus passos e tutor de suas escolhas – cada uma delas – durante todos os dias de sua vida, lembrando que a sua verdade de hoje pode simplesmente se tornar uma mentira amanhã... e que isso, na maioria das vezes, se observarmos com os olhos do coração, não é de todo ruim.
Por fim, é bom começar a considerar que a partir do momento em que você age sem respeitar seus verdadeiros sentimentos, sem levar em conta sua missão, seus dons e seus valores, torna-se refém de si mesmo, torna-se seu próprio inimigo. Abdica deliberadamente do seu direito de questionar o caminho que tem seguido e, se for o caso, mudar de idéia, de perceber que nada é garantia nesta vida, além da chance encantada de viver...
Deste modo, quando algo nos incomodar, que tal nos interrogarmos: quem disse que só existe esta saída? Quem disse que eu só poderei me sentir feliz deste jeito, neste lugar, com esta pessoa ou neste trabalho? Quem disse que eu tenho de ter isso ou aquilo? O que eu realmente quero? O que tenho feito para seguir a minha verdade, ainda que ela seja diferente da verdade de ontem? E, por fim, o que tenho feito para apostar diariamente naquilo em que eu genuinamente acredito?!?
Assim, estou certa de que valerá a pena pagar o preço do seu resgate. Sim, porque é você, sempre você, quem terá de pagá-lo. Afinal de contas, você é uma pessoa importante e não pode permitir que o inimigo – ainda que seja você mesmo – o mantenha em seu poder para garantir uma promessa, um tratado, etc. Se uma promessa se torna um cativeiro, é hora de pagar o preço por sua liberdade e retomar o caminho da felicidade, o seu caminho!
Rosana Braga
13 comentários:
Minha querida amiga que linda post,,
pelo resgate de uma alma de uma vida
pela liberdade,vale todo o sacrificio
de resgate,sem nunca nos deixar-mos
nos aprisionaramiga passei para avisar que tem um lindo selinho para voce,no meu bloguinho,novo
(mimoseselimhos.blogspot.com)
espero que aceite e que gostebjs marlene
Eu sou refém, mas não vou dizer de que. Desta vez guardo segredo. rsrs Abraço.
Oi Lena!!
Muitas vezes somos reféns de nós mesmas. De nossos medos, receios, conceitos!
Para dar um salto ao vazio é muito difícil, mas por vezes é o necessário para uma grande e bela mudança!
Beijos
Mais um questionamento oportuno que vc nos traz, Lena.
Acredito, como a autora, que vamos nos fazendo reféns por períodos distintos da vida, nos quais esquecemos de nos questionar se esta ou aquela situação é válida, se aquele ou este objetivo tem razão em ser atingido,enfim se nossas crenças modernas ajudam ou pioram nossa vivência diária e como armadilhas sutis nos enredam nas certezas, muitas das vezes, já obsoletas ou inúteis.
Òtimo tema.Excelente escolha,amiga.
Bjinhos,
Calu
A pior coisa que pode existir e nós fecharmos em nós mesmos.
Nos tornarmos prisioneiros de nós enquanto toda a VIDA e LIBERDADE corre lá fora...
Uma postagem belíssima.
Abraços
"Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. O que existem são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles." (Augusto Cury)
Um grande abraço!!!
Os sentimentos levam-nos ser reféns.
Beijo.
Concordo plenamente. Temos por vezes de colocar essas questões a nós mesmos para seguirmos em frente.
Beijinhos
Somos reféns de tantas coisas!
E como nós mesmos somos os carrascos, é mais difícil sermos libertos.
Bjus Lena
Oi Lena
Infelizmente sou refém do cigarro, mas ainda pago o resgate para me libertar.
Bjux
Sim Lena, o TCosta é de nacionalidade portuguesa.
Bjux
Boa noite, querida amiga Lena.
Eu já fui refém do amor, durante muitos anos. A auto-estima me libertou.
Um grande abraço.
Tenha uma linda noite de paz.
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