7 de junho de 2011

Quando a mania vira doença





Quando é que uma mania inofensiva vira obsessão? O que separa o capricho de querer ver uma casa limpinha de uma doença? O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) já atinge 4% da população mundial. O que o portador de TOC almeja é uma condição mental que o permita ter organização, senso crítico, capricho, persistência, responsabilidade. São características positivas, que muita gente gostaria de ter. O problema é o exagero, o desequilíbrio.

Há doença quando esses pensamentos obsessivos, sempre negativos, começam a influenciar no dia-a-dia de maneira significativa. A vida fica impossível de ser vivida e é necessário buscar tratamento.

Existem os transtornos leves, como a tensão da véspera de uma prova importante, até algo como uma síndrome de pânico – que está no extremo de uma curva pontiaguda de ansiedade. O TOC pode ser caracterizado como um platô no ponto máximo da ansiedade. É o pior – o tempo todo. O sofrimento é enorme. As pessoas são reféns delas mesmas.

Antes de tudo, para que se desencadeie o TOC há o fator genético. Parentes de primeiro grau de alguém que sofre de TOC têm 35% de chance de também ter. Os de segundo grau têm entre 15% e 20% de chance. A doença está esperando o momento de sair. Mas é preciso um gatilho, um trauma, para que ela comece a se manifestar.

As estatísticas sobre o aumento dessa doença refere-se ao fato dela estar sendo mais reconhecida. As pessoas com TOC tinham um sentimento solitário, achando que aquilo só acontecia com elas. Nos anos 90, quando lançaram o filme Melhor Impossível, com Jack Nicholson, houve uma explosão de diagnósticos nos Estados Unidos. As pessoas pensaram: caramba, eu imaginava que só eu tinha isso. Aqui no Brasil, os diagnósticos aumentaram muito depois que Roberto Carlos admitiu que tinha a doença, há cerca de oito anos.

O TOC também dá sinais na infância. Os pais devem prestar atenção nos comportamentos obsessivos. É importante dizer que toda criança tem uma fase, por volta de 6 a 8 anos, em que tem pensamentos obsessivos. Muito pequena, a criança pensa que ela e a mãe, o pai, são a mesma coisa. Quando ela começa a perceber que não, ocorre a ansiedade de separação. Então o menino ou menina não quer desgrudar da mãe, chora quando ela demora a chegar, etc. Isso é normal. Mas se essa ansiedade continuar se transformando em medo de ficar sozinha, em pesadelos repetidos, já se acende uma luz vermelha para mostrar que a ansiedade está maior que o normal.

Mais tarde, na adolescência, outros sinais podem ocorrer. Medo de sair, a não ser que seja com os pais, não quer andar pela rua sozinho, faz perguntas repetitivas. Também aparecem tiques: roer unhas ate sangrar, morder cabelo, arranca sobrancelhas e cílios. Talvez seja hora de começar o tratamento. É preciso sempre remédio, além de terapia, para tratar a doença, mesmo que sejam crianças. Na maioria das vezes, antidepressivos, associados à terapia cognitivo-comportamental. Não se corta o ciclo do pensamento de um doente de TOC apenas com terapia. A tendência dos rituais é sempre ir aumentando. Não há caminho de volta natural.

As compulsões mais comuns do TOC são:

Limpeza e lavagem: lavar-se em excesso a ponto de irritar a pele; banhos intermináveis.

Ordenação e simetria: rituais desgastantes para que as coisas fiquem absolutamente organizadas ou simétricas, sem necessidade.

Verificação: conferir inúmeras vezes janelas, portas, fogão, torneiras, bicos de gás, ou se o despertador está mesmo programado, etc.

Contagem: contar até dez em ordem crescente ou decrescente; ou até determinado número para expulsar pensamentos ruins; ter que repetir uma ação um determinado número de vezes.

Colecionamento: entulhar a casa com caixas, jornais, vidros, manuais, garrafas plásticas, laços de presentes, restos de lápis.


 
 
Martha Mendonça


36 comentários:

SOL da Esteva disse...

Lena

Excelente tratado da Martha Mendonça, sobre o TOC.
Por mim, acho que comecei tarde, mas já dei início a uma parte da doença, guardando memórias de Vida.
Sabes, sinto-me feliz...

Beijo

SOL da Esteva
http://acordarsonhando.blogspot.com/

Anônimo disse...

Bom dia!

É melhor ser alegre
que ser triste
Alegria é a melhor
coisa que existe.


Vinícius de Moraes


Uma linda e abençoada semana.
Doce Beijo.

Vivian disse...

Bom dia,Lena!!

E tem tantas pessoas sofrendo destas doenças !!! O pior é que a maioria não se trata...
Parabéns pela informação!
Beijos!

♥ Rita de Cássia,a menina dos olhos de Deus♥ disse...

OI LENA BOM DIA!
OBRIGADA POR PARTILHAR TÃO IMPORTANTES INFORMÀÇÕES PARA NÓS.
EU JÁ OUVI MUITAS COISAS SOBRE ESTA MANIA QUE ACABA VIRANDO OBSESSÃO MESMO.OBEIGADA POR ESCLARECER MAIS SOBRE O ASSUNTO.BEIJOS,TENHA UM OTIMO DIA...

Ray* disse...

Gostei muito do texto. Muito vezes ultrapassamos o limite do 'normal' e nem nos damos conta. bjos querida

Meire Oliveira disse...

Lena, minha linda, qualquer coisa que saia do nosso controle começa a virar doença, se nos faz sentir mal, sofrer, tem alguma coisa errada. Ainda bem que hoje em dia as pessoas pedem ajuda, quando querem ser ajudadas, claro. Vc tem uma escolha melhor que a outra, a gente se delicia por cá!

Amiga, ficar com criança é delicioso, mas trabalhoso também ainda mais que seus afilhados são pequeninos tem que ficar hiper ligada! Espero que sua cabeça esteja ótima hj, enxaqueca é horríveeeeeeeeel! Se cuida direitinho ai.
A festa foi muito boa, eu gritei, cantei, pulei, dancei até chorei de emoção, a guria é a homenageada e eu que abro o berreiro, vê se pode!! Ah, até coloquei no album Shine Life lá do face uma foto da minha amiga com o cadernito que fizemos, se vc quiser ver depois :) E esse mês ainda tem mais b-day por aí, eu adoro um niver rsrs
E quanto a peça que tu comprou da Ma, amiga eu quero ver /o/ já fiquei curiosa, ela é mesmo mega talentosa :) E outro "achado" aqui nessa blogosfera!

Estrelita, fico tão contente que goste do que eu escrevo, sua opinião é master importante para mim :) meu coração dá pulinhos de alegria.
Ahhh quase ia me esquecendo, agora que nossa querida Cris ensinou como colocar música me aguenta porque vai ter música para dar e vender lá no Crystal rsrs (ieba)

Vc é linda, te amo de montão. Tenha uma ótiiiima terça, cheia de pessoas com cheiro de orquídea ao redor, bjokitas e meu carinho sempre!!!! :)

CIELLO disse...

oi! antes de mais nada, obrigado por seguir minhas Cronicas liricas! adorei...
e...
eu já tive um namorado bipolar... é um assunto tão delicado como as nuances de nossas potencialidades cerebrais... e variações químicas!

bjo

Hellen Caroline disse...

Lena,
É um assunto bem complexo,muitas pessoas sofrem disso e pensam ser a coisa mais normal desse mundo e não vai atrás,e ai acaba piorando e piorando que nem enxergamos.
Ótimo texto!
Um beijo enorme pra ti,Amada.

Diana Carla disse...

Otimo texto...

Um problema sério que muitas pessoas não se dão conta do que está acontecendo!

bjinhus...

Ale disse...

Lena,

Acho que estamos tão envolvidos nesse mundo capitalista e individualista, que não cuidamos do corpo e da alma...
E algumas doenças "modernas" vem dessa falta de cuidado conosco,

Lamentável,


Um beijo

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Olá Lena. Muito bom falar desse assunto, pois muita gente possui TOC e não sabe. Pensam ter comportamentos exagerados, quando na realidade já se tornaram refém de si mesmas. O portador de TOC sofre muito. É preciso procurar ajuda. Beijos amiga e até amanhã.

Só pra você disse...

Essas informações foram muito importantes de saber, as vezes temos manias que não explicamos. Obrigada querida Lena, amo os teus textos.

Beijocas

Ah, obrigada pela visita amável.

mfc disse...

Dos 4 filhos... tenho uma assim!
Noto-lhe sobretudo a 2ª e 3ª característica e a 1ª em menor intensidade!

Unknown disse...

"A doença deve ser combatida ao nascer."

Beijo.

Eva disse...

Oi Lena,seus posts são sempre produtivos, atingem uma dimensão bem profunda do humano e...tantas coisas que acontecem e não tem uma explicação lógica, e a doença pode se instalar de forma arrasadora, aí que entra a consciência de que se está doente para procurar ajuda. Vi um especial na tv acabo que falava e mostrava graus de acumulação que as pessoas iam adquirindo, pessoas que entulhavam a casa de coisas e viam se perdidas e isoladas vitimas de si mesmas,precisam de ajuda e precisam enxergar isso. Somos frageis e ninguem está livre disso.bjos querida.

Calu Barros disse...

Linda Lena,
excelente"toque" para todos.Esse mal(TOC)já aflige um grande nº de pessoas e como diz a Martha no texto, muitas nem sabiam que sofriam de uma doença que pode e deve ser tratada.È preciso estarmos alertas para a tênue linha que separa hábitos de manias nocivas.
Por aqui temos importantes temas de conversa.
Amo muito tudo isso.Uma linda noite p/ ti, minha querida.
Bjo grande,
Calu

Vera Lúcia disse...

Oi, Lena,
O texto é bastante elucidativo e pode auxiliar muito no diagnóstico da doença.
Acho importante que tais informações sejam divulgadas.
Eu, por exemplo, não sabia que o fator genético tinha influência sobre o TOC.
Beijo carinhoso.

Renata Marengo disse...

Oi Lena! Vim retribuir sua visita! E achei esse texto que me ajudou a perceber que tenho uma pessoa na família com esse problema... é complicado, pois ela acha que isso não é doença! Obrigada por compartilhar assuntos tão interessantes quanto este! Beijoss

Anônimo disse...

Lena querida,

EXCELENTE postagem.
Um assunto que está muito atual.
Pode parecer que não, mas esta geração de hoje já está convivendo com muitas Energias de ansiedades e preocupações, até por conta da própria tecnologia.
E inevitavelmente estão propensas a algumas síndromes.
Este texto foi muito esclarecedor, pois com palavras bem simples descreveu como podemos ficar atentos.

Um enooooorme beijo em seu coração querida!!!

Ingrid disse...

não deve ser muito bom isso..
muito bom post Lena..sempre atual.
beijos..

Débora Andrade disse...

Coisas que antes nos faziam bem, passam a nos fazer mal devido a obsessão que desenvolvemos por elas.
O texto nos abre bem os olhos. Li um livro faz pouco tempo e, gostei muuuuuito, da Martha Mendonça por sinal. "Canalha, substantivo feminino", uma maravilha!

Beijos linda Lena,
Débora.

Anônimo disse...

Lena, já passei por issoe sei quanto é difícil superar. Eu levantava no meio da noite para ajeitar uma roupa na gaveta,pois minha consciência martelava dizendo que tinha sido relapsa com a atividade. Conferia portas trancadas umas 10 vezes, colocava na cabeça que tinha deixado o ferra de passar ligado, a panela no fogo...
Hoje me sinto vitoriosa quando durmo sem conferir portas, ou se vejo uma mancha em algum local e a ignoro.\0/
Tem-se que ter mais atenção a isso mesmo, pois a compulsão tira sua paz de espírito e a dos que estão à sua volta.Ótimo post.
Beijokas doces Lena.

MA FERREIRA disse...

Leninha..hj cheguei tarde..mas estou aqui!!
Tudo certinho a questão do pagamento viu?
TOC.
Assunto sério. Dificil ver o outro lado. Vc conviver com pessoas possuidoras desta `SINDROME`, pq por falta de conhecimento vc acaba julgando a pessoa uma chata, quando na realidade ela esta doente.
Mesmo em escala menor do que esta colocada, mostra um sinal de ansiedade exagerada e desiquilibrio.
E a pessoa portadora, muitas vezes acaba negando o problema, e deixando de procurar ajuda.
Eu tenho tOC ao contrario.rsrs sou super desorganizada.. acabo sofrendo com isso tb.
Dificil hj amiga e encontrar alguem totalmente equilibrado!!
Bjkas..eu tb te amo viu
Ma

Claudia Caprecci disse...

Boa noite Lena querida!
Adoro passar por aqui.Sempre encontro temas interessantes.
TOC é uma doença muito complicada,faz a pessoa sofrer muito e muitas vezes ela ainda é ridicularizada por quem não entende o que está ocorrendo.
Não só a pessoa sofre,muitas vezes os que convivem com ela também.
A sorte é que hoje as pessoas tem mais acesso a tratamentos e à informação.
Linda noite prá você!
Beijinhos.
Claudia.

Carla Farinazzi disse...

Oi Lena,

Muito esclarecedor esse seu post. Simples, claro, objetivo e que explica um problema bem sério, e, até pouco tempo atrás, do qual as pessoas tinham certa vergonha, ou não compreendiam. Mas é a tal história, o difícil é assumir o problema, como por exemplo fez o Roberto Carlos. E que serviu de exemplo pra muita gente, meio que desmistificou o assunto.

Beijos, querida

Carla

Marina disse...

Essa doença é séria e deve ser disgnostica e não ignorada, as pessoas que passa por isso muitas vezes não se da conta do que está acontecendo, é preciso que a família, amigos, pessoas próximas estejam atentas e a ajudem... na minha época de faculdade de psicologia, na parte clínica acompanhamos alguns casos de TOC, e algumas pessoas eram obssessivas ao extremo, requer atenção e cuidado. Boa iniciativa em divulgar artigos que edificam as pessoas. Um beijão grande pra ti e um dia bem florido, por aqui é primavera, então minha casa está florida...Gio

Marina disse...

Ah. gostei da sua presença no blog Memórias, to tentando me organizar com as fotos e mensagens, da caixinha de memórias... quero publicar aos poucos as fotos de viagens, os cartões postais...qualquer tempo fica completo. bj Giovanna

Artes e escritas disse...

Eu tinha assistido uma entrevista com o Roberto Carlos, que se trata do problema. Bem lembrado. Um abraço, Yayá.

Antônio Aruanda disse...

Minha querida, seja bem-vinda! É um prazer tê-la em meu blog (em minha vida) e também seguí-la. Tenho TOC. Depois da terapia, aprendi a lidar melhor com ele e hoje vivo mais feliz. Vc conheceu meu irmão? Beijo.

Mixha Zizek disse...

Conozco muchas personas que son obsesivas y de algún modo yo lo soy un poco. Eso creo. Pero lo olvido escribiendo y leyendo. Tal vez sólo tengo la idea. Pero es un tema muy importante al menos en estos días. Conozco gente que llega a serlo a tal nivel que es irritante realmente. Sobre todo cuando involucran en sus obsesiones a sus hijos o seres queridos. excelente entrada, besos

Aleatoriamente disse...

Para tudo há um termo, mas exagerar já é duvidoso.
Belo texto Lena, e eu queria poder comentar como merece, mas já devo ir.
Vim apenas deixar um beijinho.
Volto outra hora.

Com carinho.
Fernanda

Anônimo disse...

Lena, interessante e esclarecedor seu texto, tenho uma amiga que tem TOC, é um sofrimento pra ela, filhos e família... demorou pra aceitar, mas hoje se trata com medicamentos e sente-se melhor, mas sabe que ainda assim, ela tem umas manias que não consegue superar...
Beijos moça e obrigada pelo carinho! Su.

eva mooer disse...

talvez todos tenham uma porcentagem mínima do toc.O duro é extrapolar as razões e deixar-se alienar pela mecânica atitude. Gosto da simetria,e vivo consertando os quadros,cúpulas de abtjours,tapetes etc...Já esqueci a porta aberta várias vezes,hoje nem sei se é toc ou não,mas volto duas vezes para confirmar rsrsrs...mas esses são sintomas que devem sim ser percebidos. Tomando os devidos cuidados e em casos mais extremos,ajuda médica.
Perceber que é um problema enão uma simples atitude.
Bom dia para vc

Vivian disse...

Olá,Lena!!

Deixo um beijo de bom dia!!
Que seu dia seja ótimo!

vanessa cony disse...

Lena,querida .Estou em falta com vc e com muitos amigos...Tive alguns problemas com o blogger e nem sei se tudo está resolvido mesmo.Fiz até um lá no wordpress pra deixar meus posts registrados.Fiquei até um pouquinho desanimada,mas vim aqui te deixar um carinho...
Beijos no teu coração.

Tatiana Kielberman disse...

Infelizmente, ainda assistimos muito isso acontecendo em nossas vidas, quando menos percebemos...

Ter um olhar atento e de fora é sempre essencial!

Beijos!