27 de agosto de 2011

No exercício do amor, você pratica alegria ou tirania?





Estranho paradoxo o que a maioria dos casais experimenta: ao mesmo tempo em que desejam sinceramente serem felizes e fazer com que o relacionamento dê certo, sem se darem conta vão agindo no sentido de armar uma verdadeira guerra um contra o outro. Ou seja, buscam a alegria, mas pelo caminho da tirania. Resultado? Não dá certo!

Alegria é resultado de atitudes leves, que incluem compreensão, ponderação, reflexão, paciência, capacidade de colocar-se no lugar do outro, aprender a relevar, desculpar, não endurecer tanto, não acusar tanto, olhar para si mesmo e buscar um comportamento mais equilibrado... Ao passo que a tirania é a conduta arrogante e prepotente de quem sempre tem razão e é incapaz de aceitar as diferenças, de concordar que o outro pode pensar e sentir de modo adverso e, ainda assim, ambos terem razão. As suas razões.

Claro que muitas pessoas imediatamente reagem a esse tipo de acusação dizendo que não são assim, que não se consideram sempre certos. Porém, pergunto: se você está brigando e discutindo com alguém, o que mais está fazendo senão tentando provar que ele está equivocado e que você está certo? Afinal, esta é a base de qualquer crise - um discordar do outro!

Não estou querendo insinuar que num relacionamento nunca haverá discordâncias. Isto é impossível. O que proponho é uma reflexão sobre o quanto elas são recorrentes e o quanto têm se tornado um jeito de exercitar o amor. Sim, porque muitas pessoas terminam considerando as constantes brigas e discussões como "normais". E embora sintam o peso deste clima, a tensão e a falta de alegria continuam presas nesta dinâmica doentia e destrutiva.

Como mudar? Como sair deste círculo vicioso? Como para a maior parte das perguntas sobre relacionamentos, começaria dizendo que a solução é simples, mas nem por isso fácil! Aliás, por ser tão simples, mas tão profunda e exigir tanta autenticidade, não é mesmo nada fácil. Mas é possível e, sobretudo, vale muito à pena!

Comece considerando a única verdade sobre relacionar-se: é preciso que você faça a sua parte e se responsabilize por ser o melhor que pode, a cada dia. Isso quer dizer que enquanto você continuar discutindo, gritando e tentando convencer o outro de que está com a razão, bem pouco vai adiantar e dificilmente vão se entender!

Pare e ouça. Sim, ouça o que o outro está dizendo. Se não entender, pergunte! Interesse-se por descobrir o que ele está sentindo, o que está pedindo, do que sente falta, o que quer, como quer, quanto quer! Nenhuma solução pode ser encontrada se você não souber e compreender exatamente o que está acontecendo no seu relacionamento.

E acredite: não se trata de submissão ou de fazer o que você não quer. Não se trata de se desrespeitar ou ignorar seus limites. Não! Trata-se de flexibilizar, crescer, rever conceitos e crenças. Trata-se de aprender e evoluir! Isto é relacionar-se de verdade.

Cada vez que você se disponibiliza a pelo menos tentar (mas tentar de verdade, com todo seu coração) a conciliação, em vez de se desgastar apontando os erros e as limitações do outro, você está, de fato, praticando o exercício de amar!




Rosana Braga 



Michael Jackson - Smile




 

21 comentários:

Gisa disse...

Flexibilidade, conversa, ponderações e respeito são os ingredientes certos para um relacionamento duradouro. Ao menos nos meus 27anos de experiência a dois tem dado resultado.
Um bj

Paulo Francisco disse...

Exercício diário. O respeito, a confiança e principalmente não se deixar contaminar.
Caramba! são poucos os que conseguem ter o equlíbrio para manter uma vida a dois por tanto tempo.

Um beijo grande

Anônimo disse...

LENA: a pergunta título, dá margens as 2 respostas. No exercício, pode entender-se tb pela prática sexual e/ou arte de amar. De qq maneira, o título é bem sugestivo, assim como vc é criativa. Abrçs. Roy Lacerda.

Imaculada disse...

Minha querida!
Ótimo texto... Como é preciso
ser flexivel e estar sempre revendo conceitos senão, não há relacionamento que dure.
Abraços e linda tarde pra ti.

Anônimo disse...

BUENO. NUNCA HE ESTADO CASADO, NO SABRÍA QUÉ DECIR.
UN ABRAZO

Caca disse...

Não nascemos prontos e nunca terminamos a nossa própria obra, eu acho. Por isso também quando nos relacionamos outras pessoas são elementos que entram na construção e não a encerram, pelo contrário, podem melhorá-la ou transformá-la num labirinto difícil de se sair e que nos oprime, inquieta, revolta e modifica nossas ações prejucicialmente a nós mesmos e ao noutro.

Sabe, Lena, depois de ter me casado por três vezes até hoje eu fico me perguntando o porquê de as pessoas modificarem-se tanto depois que passam a morar juntas. Dá uma sensação de uma conquista (um desafio) que fizeram para si e daí em diante elas é que tem que ser donas da situação.

Abração e parabéns pelas escolhas sempre de textos muito agradáveis.

Célia Gil disse...

Mais um excelente texto! Penso que a base de tudo é a entrega, a confiança e a fidelidade, tudo o mais vem por acréscimo: o respeito, a amizade, a partilha...sem anular o outro! Bjs

Anônimo disse...

Manter um diálogo saudável sempre e principalmente saber respeitar as diferenças de opiniões é fundamental para qquer tipo de relacionamento.
Belo texto, como sempre Lena!

Beijo grande em seu coração..
Verinha

A.S. disse...

Lena...

O amor está sempre presente no mais simples gesto...


Beijos,
AL

Smareis disse...

Oi amiga, a Rosana Braga sempre com textos que nós ensina muito. Acho que o principal e o respeito, a confiança, a sinceridade, e a fidelidade.Um exercício de todos os dias que faz ter o equilíbrio certo. Ótimo texto Lena, como sempre coisa boa pra saborear. Ja te disse adoro ler seus post, são de muita qualidade e muita sabedoria. Parabéns.Um beijo e ótimo fim de semana!
Smareis

Lulú disse...

Olá Lena.
Gostei do texto e também lí os comentários.
Gostaria de dizer que tenho cinquenta anos de cazada e que durante esses anos ví vários cazamentos se desfazerem e os casais entrarem em outros relacionamentos. São rarissimos os que deram certo. Eu digo a meus filhos, genros, noras e netos cazados, que não adianta trocar de parceiro ou mesmo viver sozinhos porque assim vocês só estão trocando de problema. Se já conhecem este, arrumem a solução para este que já conhecem.
Beijos.
Maria Luiza(Lulú)

Anônimo disse...

O exercício de se relacionar deve ser constante, pois somos seres mutáveis e por isso inacabados quanto nossa maneira de pensar, analisar e se relacionar.
Creio que respeito, confiança, flexibilidade,ponderação e bom humor são os elementos que nao podem faltar num relacionamento, seja ele qual for, mas principalmente no relacionamento a dois.
Beijokas doces querida amiga Lena e que seu domingo seja de pura tranquilidade minha flor mais linda do jardim.
Ando meio sumida pq esses dias estou colocando gás no meu projeto, aí fico meio sem tempo, mas estou vindo sempre ler-te.

Meire Oliveira disse...

Madeirinha doce, ótimo texto, para ler e entrar na cabecinha e num sair mais. Esse lance de se colocar no lugar do outro é muito importante numa relação. E ter sempre o cuidado pra num perder a cabeça e falar mais do que deveria, ou falar sem pensar, isso é um perigo e podemos ferir gravemente quem amamos. Compreensão é a palavra chave!

Não poderia deixar de cumprimentar seu Amadeirado hj, não sei se vc sabe, mas hj é Dia do Psicólogo. E esse seu cantinho nos faz sempre refletir sobre as atitudes que temos diante da vida, das pessoas e com a gente mesmo. Acho que ele é um pouco de um divã Amadeirado, no qual refletimos, sorrimos, choramos, nos lembramos de muitas coisas, repensamos outras e saímos sempre nos sentindo melhor e acolhidos. :)

Deus te abençoe por proporcionar a todos que passam por aqui a oportunidade de crescer a cada texto. Vc é muito especial amiga, bjokitas com mega carinho que tenho por ti. Te amo muito EstreLeninha que brilha!!!!

Sandra Portugal disse...

Lena querida, mais um texto extremamente forte e importante para muitos, inclusive para mim!!!
Amanhã deixei um presentinho para você lá no Projetando!
bjs Sandra
http://projetandopessoas.blogspot.com//

Anônimo disse...

Lena,
amor tem disso, né: beber da mesma fonte, mas sempre sentindo um gosto diferente e sem jamais turvar a água.
Ótima noite de sábado!

Bemsei disse...

Se não houver, numa relação, flexibilidade...ela está condenada. Este texto é riquíssimo e muitos casais deviam lê-lo em conjunto e ...meditar! Se cada um for intansigente não vai resultar! H´que ser tolerante, ver o ponto de vista do "outro" e vice-versa! Claro que não se trata de submissão: pelo contrário- é uma forma inteligente de compreender o "outro", de valorizar o que é importante e desvalorizar aquilo que só "atrapalha"!
Bj grande.

Peônia disse...

Acho que na maioria das vezes exerci a tirania, mas por completa imaturidade... Se o tempo voltasse agiria hoje de forma completamente diferente.

Beijos querida!

AquilesMarchel disse...

onde voce acha esses textos
"amar é um exercicio de coisas leves"

mas creio que uma hora ou outra somos tiranos no relacionamento por pura insegurança
eu ja fui
e ja fui tiranizado
mas vamos buscando o melhor né

alegria alegria

Cidinha disse...

Lindo amiga, Lena. Ponderação conciliação ingredientes essenciaes para a prática do amor e da paz. Obrigada amiga pelo carinho da sua amizade. Tenha um lindo domingo! Bjokitas mil master no seu coração.

Ingrid disse...

no amor e para amar,se nos deixamos simplesmente ser.. tudo flui..
beijos perfumados amiga..

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Lena. Ótima postagem. O que acontece é que a maioria das pessoas não tem o hábito de ouvir o outro. É preciso praticar a "escutatória". Beijos.