4 de setembro de 2011

Amar é compartilhar felicidade!





A psicanálise nos fornece uma preciosa contribuição no que diz respeito ao tratamento das desordens emocionais. Nesse sentido, na fase infantil quando mãe e pai são referências máximas na futura definição de perfis masculino e feminino, distúrbios psíquicos podem interferir nas relações afetivas do filho adulto.

Quando escolhemos o parceiro ou a parceira para um compromisso sério, estamos depositando naquele indivíduo, expectativas de que o suprimento de amor do qual necessitamos seja contemplado nessa relação. No entanto, esse "suprimento" que são as nossas carências afetivas, não inicia na nova relação com o sexo oposto, mas a continuidade do histórico de relações com as figuras materna e paterna que são transferidas para a atual relação.

As carências afetivas tornam-se transferenciais, passam do pai ou da mãe para aquela mulher ou homem cujas expectativas de suprimento que restaram do passado, alimentamos inconscientemente.

Em suma: parceiro não é pai, mas tem que ser um pouco "pai". Parceira não é mãe, mas deve ser um pouco "mãe". Caso contrário, sentimentos não resolvidos com as figuras referenciais da infância, podem emergir com a energia das emoções desequilibradas que acabam por afetar a qualidade do relacionamento.

Portanto, o mais importante nas relações afetivas adultas é ambos encontrarem o ponto de equilíbrio entre a demanda afetiva do passado e a necessidade de suprimento do presente. Não esquecendo, que não basta ser um pouco mãe ou pai se o inerente desejo sexual não for contemplado pelo desempenho dos amantes...

Invariavelmente, o relacionamento íntimo - e sério - entre duas pessoas, envolve a fusão de carências afetivas, desejos e expectativas de crescimento pessoal e mútuo. E na ânsia de preencher o vazio de amor que ficou da relação com as figuras parentais da infância, o volume de energia que acompanha o envolvimento afetivo do casal, costuma gerar conflito de egos.

Se os envolvidos não tiverem um nível aceitável de conhecimento de si mesmos e do que o outro representa na relação, o envolvimento tende a fixar-se na demanda instintual (sexo), que apesar de ser importante no contexto geral, é apenas mais um ingrediente na qualidade do relacionamento.

Amar exige cumplicidade no sentido de compreender as carências que transitam numa relação amorosa. Ignorar é assumir um comportamento infantil ainda sintonizado ao passado. Por este motivo, o risco maior para a relação ocorre quando levamos para a proposta de crescimento mútuo e pessoal, os sentimentos negativos que transferem-se para o outrem em forma de processo obsessivo e asfixiante para ambos, como a dependência afetiva e o ciúme patológico, entre outros.

Quanto mais estivermos focados numa relação afetiva estável, mais libertos estaremos da sintonia do passado para assumirmos a condição de adultos que encaram o amor como uma forma de buscar a completude e a felicidade.



Flávio Bastos





The platters - Only You







22 comentários:

Palavras disse...

Oi Lena,

Bom dia!

Passei para visitá-lá e ler o seu recado. O texto do Flávio Bastos é uma verdadeira aula!

Quando nos envolvemos com alguém, estamos lidando com toda história dessa pessoa e vice-versa. Afinal, somos o resultado da nossa história, somos a nossa própria trajetória. E o relacionamento familiar que vivemos, nos acompanhará pelo resto de nossas vidas através do comportamento, dos nossos traços, das necessidades guardadas em cada um de nós.
Excelente reflexão!

Um beijo e boa semana

Aleatoriamente disse...

São belas palavras.
Lindo texto Lena.
O amor é algo tão extraordinário, que nos motiva sempre a fazer o melhor para a relação.
A minha experiência no quesito homem e mulher, vai apenas no sentimento .
Cada um segue o curso que se sente melhor e está preparado.
Não tive muita instrução na parte que se pode aprender com mãe e pai, então fui aprendendo com a observação ou a leitura.
Mas acho que o amor entre um home e uma mulher, tem de ter acima de tudo AMOR, RESPEITO, SINCERIDADE. Diante disso se consegue ir de maneira plena a essa entrega em qualquer barreira.
Se nisso se coloca uma base, mesmo nos momentos difíceis que surgirem, será resistente o bastante para resistir.
Acredito no amor duradouro, acredito que amor de verdade não se desgasta, se ambos estiverem juntos em diálogos, em melhorar o que precisa.
Meu Deus!
Imagino que Deus não iria unir um casal por unir.
Mas também não pode descer do céu, para arrumar a relação que ambos devem ter um com o outro.
Não se pode depositar expectativas num sentimento se você não apostar em você primeiro.
O relacionamento já diz tudo.
Uma relação entre pessoas.
E nessa relação devemos sempre deixar o amor marcar o primeiro ponto.

Beijinho Lena.
Fernanda

JAN disse...

OI,LENA!
BELÍSSIMO POST E ILUSTRAÇÃO ACERTADÍSSIMA.
CONCORDO EM Nª, GÊNERO E GRAUCOM A FRASE AÍ EMBAIXO:
"...o envolvimento tende a fixar-se na demanda instintual (sexo), que apesar de ser importante no contexto geral, é apenas mais um ingrediente na qualidade do relacionamento."

BJÃO E BOM DOMINGO!

JAN

mfc disse...

Amar é um todo que não se limita a aspectos sectoriais, antes sendo um...total!

ANA ROOS disse...

A cada visita, eu agradeço por ter conhecido seu Blog, muito edificante para mim o seu texto, vou pesquisar mais sobre isso, lendo o artigo encontrei o que talvez seja uma porta... a fim de que eu me encontre!
Mil beijinhos no coração

Célia disse...

Lindo o texto do Flávio Bastos! Cumplicidade e respeito sustentam um grande amor...
Abraço, Célia.

Unknown disse...

Amar é compartilhar felicidade! e amar em liberdade .

Beijo.

Cidinha disse...

Olá, Lena. Extremamente importante tudo que se ralaciona ao relacionamento. Nós carregamos todo o histórico dos pais e é complicado! Se não houver compreeção e nível de conhecimento aceitável, não é possivel manter o relacionamento. Linda mensagem! bjos com carinho e obrigada semple!!

Penélope disse...

Numa relação os dois tem que ser um pouco de tudo, principalmente equilibrados para conseguir exalar a harmonia necessária e tão saudável para qualquer relação.
E isto não é fácil, amiga... nem possui fórmulas mágicas.
Abraços


Ap

lenalima disse...

Oi Lena... lindo esse texto amiga!
o respeito acima de tudo, é a base para a felicidade.
abraços!

Anônimo disse...

Falando por mim que estive 6 meses fazendo sessões..eu nunca acrediti na necessidade disso..mas confesso que me fez muito bem..bj querida..te adoro..

Claudia Caprecci disse...

Esse texto me faz pensar em o quanto é fundamental nosso papel enquanto pais.Todos nós que temos uma convivência mais duradoura com alguém já descobrimos o quanto a nossa família,principalmente nossos pais e a forma como conviveram conosco reflete em quem somos hoje com nossos parceiros e nossos filhos.
Se as coisas não forem bem resolvidas,fica muito difícil uma relação saudável.
Belo texto minha amiga,sério,importante!
O difícil é voltar para trás e apagar o início da história.
Haja terapia!
Beijo minha amada,também estava com saudades.

Gisa disse...

Texto perfeito. Acertou em cheio na fórmula ideal para a vida a dois.
Um grande bj querida amiga

Ingrid disse...

partilhar e compartilhar..
amar!
linda escolha querida..
beijos para um bela semana..

Imaculada disse...

Ótimo texto minha querida!
Não é facil passar essa dualidade masculino/feminino para os filhos de uma forma a suprir os sentimentos, para que não haja interferência no futuro, mas é importante que se faça... Esse tema é amplo, oportuno e muito importante para uma reflexão.
Abraços! Uma feliz e abençoada semana pra ti.

Ivana disse...

Lena,
Tudo bem? Já tinha vindo aqui, mas tive que sair rapidinho sem comentar, mas já estou de volta. Esse excelente artigo me fez lembrar os casais que o marido chama a mulher de mãe e a mulher chama o marido de pai, rsss
Lena, gosto muito desses assuntos,parabéns pela escolha, uma ótima semana, bjs

Toninho disse...

O titulo do texto já define tudo e mai alem, nos fala do equilibrio nas relações afetivas.Conviver é sinonimo de equilirio,pois daí vem respeito e amor pleno e cumplice e atinge a completude.
Belissimo texto de uma mensagem fantastica.
Voce é muito sensivel na escolha, o que admiro muito.
Os textos não são longos e sempre bons de leitura agradavel.
Meu carinhoso abraço Lena.
Uma bela semana a voce e familia.
Bju.

AquilesMarchel disse...

parceiro tbm é um pouco pai

perfeito

e é verdade

Meire Oliveira disse...

Lenita, minha linda Madeirinha, tudo na nossa vida requer equilíbrio. Mas acontece algumas vezes de não notar-se a falta dele, daí a necessidade e a importância de alguém de fora falar algo, pois podemos não enxergar este algo que está bem embaixo do nosso nariz. Fomos feitos para caminhar em liberdade e harmonia com àqueles que amamos, e quando há amor brota sempre a compreensão.
Vc é e sempre será muito importante em minha vida, pelo respeito comigo, pela sinceridade e principalmente de onde tudo isso advém: da sua amizade! Deus te cuide sempre e ilumine cada passo te dando muita alegria e força nessa caminhada.
Te amo muiiiito minha amiga!!!!
bjokitas amadeiradas e além das nuvens :)

Priscila Lima disse...

Belos texto! (como sempre, né! *-*)
Realmente, amar é compartilhar a felicidade!

Beijo flor, ótima semana!

Priscila Lima disse...

Poxa, que legal Lena!
Tbm sou de Campina grande *-*
Espero que um dia vc venha conhecer, provavelmente vai gostar!

Anônimo disse...

A verdade é que quando assumimos um compromisso sério com alguém, ele nao vem despido, mas traz uma bagagem imensa que a outra pessoa vai ter que ir adequando, guardando, moldando, utilizando, descartando... E vice-versa.
Cada pessoa possui sua história de vida e casamos com essa história também, isso é fato, e se assim nao for o relacionamento nao dá certo.
Certo também que marido nao é papai e esposa nao é mamãe, mas ambos tem que ter um pouco desse instinto para suprir a carência do outro.
Adorei o texto Lena. Como sempre você é linda. Te amo flor!
Beijokas doces