16 de novembro de 2011

Mentirinhas na vida a dois... pode?




“Meu marido, sem perceber, conta pequenas mentiras pra não me ver brava. Só que acabo sempre descobrindo. Devo ignorar?”

Você já parou para pensar se existe em nossa sociedade alguém que não minta? Difícil, não é? Existem, porém, mentiras de todos os tipos desde as mais cruéis até as mais inofensivas. Muitas pessoas se vangloriam de serem verdadeiras, falarem tudo o que pensam, sem se preocupar com a reação dos outros mas... Será que essa postura as coloca realmente como mais corretas moralmente? Volta e meia aparecem nos filmes, novelas, literatura, personagens "desbocados", que falam tudo o que pensam e, geralmente são vistos como vilões, não como heróis.

Paradoxo: Pequenas mentiras ou omissões podem até fazer bem à relação. Falar sempre a verdade, embora faça parte de nosso código de ética, às vezes pode significar apenas descuido com o outro, preguiça de encontrar as melhores palavras para transmitir um recado sem ferir. Pequenas mentiras ou omissões com a finalidade de proteger a relação ou evitar constrangimentos e mágoas em geral são benvindas ou até... desejáveis, por mais paradoxal que pareça.

O número de mentiras atenuantes usadas pelas pessoas também depende de um código social que varia de país para país. Quem é o brasileiro que não ouviu dizer que o francês é grosseiro? Ou que os médicos americanos são insensíveis por dizerem claramente ao paciente que ele tem uma doença grave? Sim, sob nossa ótica de brasileiros onde ser gentil é quase mandatório, os franceses, que dizem o que pensam na cara, parecem muito grosseiros. Por outro lado, nós, os simpáticos e gentis para mantermos essa imagem mentimos ou omitimos nossos sentimentos muito mais frequentemente...

Portanto, sua reação depende do que para você é mais importante. Ao ouvir as mentirinhas de seu marido pense que, como você mesma diz, ele faz isso para proteger a relação, não para esconder de você fatos relevantes e fazer você de boba. Saber a verdade você sabe, portanto de que serviria a explicitude? Se você encontrar um motivo que a justifique, talvez valha a pena conversar com seu marido. Se, porém, a relação se mantém estável mesmo com essa linguagem entre vocês, deixe as discussões para assuntos que realmente precisem ser esclarecidos. Mesmo porque se vocês estabelecerem a explicitude como regra e forem discutir todas as "mentirinhas" ou omissões da relação não sobrará tempo para mais nada. E você precisará estar sempre de prontidão para esclarecer questões como, por exemplo, por que fez essa pergunta para nós e não diretamente para ele... 
 



Anette Lewin
 

7 comentários:

Anônimo disse...

Equilibrio em tudo..sempre..bjs querida ...saudades..te adoro.

Rô... disse...

oi Lena querida,

sabe o que eu acho?
mentir não vale a pena,
mas essas mentirinhas de casal,
são compreendidas por mim...
muitas vezes,
vale mais,
uma pequena mentirinha que torna a relação mais leve,
do que duras verdades capazes de magoar e ferir toda a relação...

beijinhos

mfc disse...

As mentiras existem sempre... em maior ou menor grau!
O conhecimento delas é que pode ser destrutivo!
Expliquei-me suficientemente bem?!

Emília Pinto disse...

Bela reflexão! Eu prefiro a verdade e tenho dificuldade em ocultar, seja de quem for a mais pequenina coisa. Às vezes penso em omitir determinadas coisa do meu marido, porque sei que isso o vai aborrece, mas não consigo; claro que antes começo por lhe dizer que pensei em não contar, mas que não consegui; isto acalma e a briga não acontece. Tenho tentado me corrigir dessa minha mania de ser franca demais, de sempre dizer tudo o que penso e tenho conseguido algum sucesso; agora já consigo ficar calada quando sei que a minha opinião vai chocar; às vezes até saio um pouco de junto das pessoas e volto quando a coisa estiver mais calma. Claro que às vezes tem que se usar a mentirinha para evitar discussões maiores, mas, confesso, para mim é muito difícil. Um beijinho e até breve
Emília

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Olá amiga Lena. Quanta saudade de você, menina!!! Nós realmente estamos sempre nos pegando numa mentirinha. Normal. Mas as grandes e maldosas mentiras têm pernas curtas. Beijos.

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Olá amiga Lena. Voltei para lhe dizer que amei o texto que escreveu sobre seu pai em "Minha Inspiração". Lindo e emocionante. Beijos.

Leninha Brandão disse...

Minha querida Lena,boa noite!!!

Estive refletindo sobre o texto,muito bem escolhido por sinal,e sinceramente creio que prefiro a verdade a uma mentira caridosa...minha avó,ao contrário,gostava da confortável situação da ignorância...apregoava isto aos quatro ventos.
Isto,em se tratando de uma traição,de uma deslealdade,para mim impossível de se aceitar.
Em priscas eras isto era perfeitamente aceitável,até louvável...
Não me compete julgar,nem eu quereria...cada um tem seu ponto de vista.
Um ramalhete de flores para você,amiga.
Bjssssss,
Leninha