15 de dezembro de 2011

Ou muda, ou muda



“Quando a dor de não estar vivendo for maior que o medo da mudança, a pessoa muda”. A frase é de Freud, o pai da psicanálise, e diz respeito à vida de todos nós, sem exceção.Ninguém nasce pronto. E vamos nos acomodando diante dos acontecimentos para sobreviver e nos proteger daquilo que nos feriu mortalmente em outros tempos. Assim criamos nossa rotina. Nossa vidinha. Caminhos, horários, amizades, queixas, amores, comidas, trabalho… E seguimos diminuindo nossas possibilidades na mesma proporção em que deixamos essa rotina nos comandar. Quanto mais trilhamos caminhos conhecidos, menos desenvolvemos nossas potencialidades. E, quando não as desenvolvemos, minguamos.É lícito andar por trilhas seguras, com nossas armaduras à prova de sofrimento, já que qualquer passo em falso pode nos arrebentar. E não há mal algum em passar a vida dentro da bolha confortável que moldamos à custa do nosso penar.Porém, isso é anti-vida e dificilmente alguém consegue essa façanha por muito tempo. É como flor que morre sem desabrochar – ela não exala seu perfume, não encanta, não emociona, não nutre. Ninguém engana a vida que carrega dentro de si. Disfarçamos, fingimos que dá para controlar. Bobagem. Cedo ou tarde, ela, a vida, mostra que existem dezenas de outras possibilidades bem melhores do que as opções que tatuamos no cérebro. Às vezes, de uma forma muito cruel, é verdade, e a gente se esborracha do mesmo jeito.Dentro de nós mora alguém – alma, espírito, coração, consciência… chame do que quiser – que simplesmente precisa viver, desabrochar, evoluir. Vai avisando de mansinho, mandando recadinhos. Aperta daqui, sufoca dali. Se a gente não dá bola, os recados se tornam mais explícitos e dolorosos.Daí que o sábio Freud tirou a ideia de que, quando a dor de não estar vivendo for maior que o medo da mudança, a pessoa muda. Ou muda, ou morre. A flor que morreu antes de desabrochar talvez passe impune diante da lei natural da vida. Nós mortais, com certeza, seremos obrigados a prestar contas ao morrer em vida. Unicamente a nós mesmos. É por isso que dói tanto. Mas sabe de uma coisa? Não precisa esperar a dor se tivermos amor por nós mesmos.



Fernanda Santos







8 comentários:

JAN disse...

LENA,PASSEI PRA DAR UM 'OI!".

ABRAÇÃO
JAN

AquilesMarchel disse...

as vezes passamos por momentos de imobilidade, medo de nos machucar mais ainda em face da mudança


mudanças sao dolorosas e alguns espiritos temem sucumbir as aflições

otimo texto bjus Lena

Denise Carreiro disse...

Lena, Emmanuel nos diz q existe dois caminhos para o aprendizado, um é pelo amor, o outro, pela dor. O certo é q precisamos aprender sempre. Cabe a nós escolher o melhor caminho. Muita paz!

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida
Flor que morre sem desbrochar, não por vontade dela, fica "perdoada"...
Bjm de paz

Calu Barros disse...

Lindona,
há situações que este quadro se torna caótico, outras que com pequenos giros dos ponteiros, conseguimos realizar mudanças até significativas.
Então, acho melhor seguir este conselho de Freud e não esperar doer e nem ultrapassar os limites da vida em sua plenitude.
Muitos bjos,
Calu

Sandra Portugal disse...

Vamos nos amar!
Queridona no domingo venha me visitar pois terei um presentinho para vc lá no bloguinho!
bjs Sandra
http://projetandopessoas.blogspot.com//

Gisa disse...

O que doi faz pensar.
Um grande bj querida amiga

Cidinha disse...

Olá Lena. Bela reflexção! Grandes ensinamentos tão necessários para o nosso aprendizado. Aprendemos com a dor... más podemos seguir com força e coragem! Bjos perfumados e todo carinho sempre.