27 de maio de 2012

Um caminho sem volta




Nesta vida, ninguém estaciona nem regride, porque ninguém escapa da experiência do aprendizado. Simples assim. Não há imunidade capaz de nos proteger contra as lições diárias – das mais bobinhas às mais crueis. No amor, por exemplo, o máximo que se consegue é repetir padrões prejudiciais por muito tempo, não por uma vida inteira. Pois a cada repetição sempre fica alguma coisa, nem que seja o cansaço de tanto sofrer, que muitas vezes serve de mola propulsora para o renascimento de outra pessoa, com novos conceitos, mais limites ou menos ilusões, dependendo do que cada um precisa entender.

Indo mais além, será que as pessoas se ligam a outras por afinidades negativas também? Por exemplo, se uma mulher (vale para os homens) escolhe sempre um par dotado de egoísmo exagerado, será que no fundo ela esconde egoísmo proporcional? Ou seria ao contrário? O que dizer da mulher que sempre se apaixona por seres completamente indisponíveis? Alguma chance de ela estar indisponível também e nem se dar conta disso? Sem falar daquelas que buscam os mais belos, os mais ricos, os mais sarados. Gosto pessoal, inveja ou superficialidade?

Ninguém está aqui para julgar, entretanto vale uma autoanálise sobre padrões de escolha que têm se repetido em sua vida e que, claro, fazem muito mal. Como aqueles mais graves em que a mulher se relaciona com homens agressivos ou excessivamente ciumentos (outra forma de agressão). O que estaria por trás disso? Agressividade guardada? Zero de amor-próprio?

Paulo Coelho escreveu no livro 11 Minutos que, no sadomasoquismo, quem manda é o masoquista. É ele quem coloca o limite para o sádico. Isso significa que quem está sofrendo tem de dizer a hora de parar. Bobinhas ou crueis, todas as experiências amorosas são válidas para o aprendizado. E o caminho é sem volta porque, entre tropeços e corações feridos, em algum momento chegaremos mais perto do amor que emana leveza, generosidade e respeito pela individualidade. Enquanto isso, como diz Luiz Gasparetto: “A vida coloca você onde você se coloca”. Assim, seguimos aprendendo!


Fernanda Santos 







4 comentários:

Carol disse...

Texto maravilhoso!!
Agradeço por compartilhar! =)
Bjs

Taaci disse...

ótimo post. também paro mt nessa reflexao sobre os relacionamentos. o livro 11 minutos é encantador. e que nesse caminho sem volta, entre tropeços e coraçoes feridos, seja possivel chegar mais perto do amor. ;)

Célia disse...

Autoestima é a nossa valorização pessoal em qualquer situação!
Abraço, Célia.

Unknown disse...

Excelente texto.

"Perder-se também é caminho."

Beijo.