Você já reparou que sua
respiração muda conforme o ritmo em que vive? Normalmente, situações prazerosas
fazem com que a inspiração e a expiração aconteçam de forma mais calma, mais
lenta, como se o momento, em si, lhe permitisse ampliar a sua capacidade de
absorver toda a sensação boa que chega naquele instante. Em contrapartida,
diante do estresse, o peito fica ofegante e a respiração fica mais curta e
rápida, como se seu corpo quisesse tomar a frente e reagir àquilo que o está
afetando negativamente. Por que será que isso acontece?
Bem, a ciência já mostrou
que, de fato, o corpo responde ao que a mente lhe apresenta. Se sentirmos
alegria ou tristeza, essas emoções certamente serão exteriorizadas; saem do
nosso cérebro, de onde nascem, para se transformar em características perceptíveis
a olho nu. E, quando isso acontece, a respiração é uma das primeiras a
manifestar-se. Não à toa, em algumas tradições médicas (principalmente vindas
do oriente), é comum associar problemas cardiorrespiratórios a questões
emocionais.
No entanto, quase nunca
ficamos atentos aos sinais enviados pelo nosso corpo para dizer que algo vai
bem ou vai mal. No caso da respiração, por exemplo, aprendemos desde cedo que
se trata de uma atividade naturalmente realizada pelo nosso organismo. Graças a
ela, cada uma de nossas células recebe o oxigênio de que precisa para
desempenhar absolutamente todas as funções vitais. Isso significa que não há um
único órgão capaz de sobreviver sem ar e, portanto, sem respirar. Em outras
palavras, nós não precisamos pensar para respirar. Não precisamos pensar para
realizar uma das atividades mais imprescindíveis à vida. Mas... por que não
pensarmos na respiração?
Pensar para respirar é o
mesmo que respirar com atenção. E respirar com atenção nos ajuda a sair do
piloto automático e tomar consciência de uma ação que, até então, era feita
espontaneamente, ou seja, significa dar o primeiro passo para começar a se olhar
com outros olhos, para começar a se enxergar com profundidade.
Já se sabe que a
respiração consciente ajuda a afastar o estresse, proporciona bem-estar e
estimula habilidades como criatividade, entusiasmo e o raciocínio lógico. Mais
que isso, respirar com consciência também lhe dá a chance de parar brevemente
antes de tomar uma decisão. É uma ótima maneira de evitar reações impulsivas,
quase sempre tão desgastantes. Além disso, uma simples respiração consciente
permite a você que entre em contato com sua capacidade de escolha, aquela que
nasce na sua melhor parte, e que lhe diz que há mais vida para viver e mais
amor para sentir. Exercite e realize. Pare por alguns momentos para se
auto-observar:
1. Sua respiração é
rápida?
Respirar rapidamente lhe
dá pouco tempo ao prazer e ao bem-estar.
2. Você respira pela boca
e não pelo nariz?
Nariz "travado"
leva menos oxigênio ao cérebro e, consequentemente, você se sente menos
disposto.
3. Como você solta o ar?
É
fundamental expirar profundamente para liberar todas as toxinas e completar seu
ciclo de oxigenação, beneficiando a sua saúde.
Num momento difícil,
respire. Num momento bom, respire. Simplesmente respire com atenção e escute o
que está acontecendo com você. Em que está pensando e por que está pensando
isso? Quais ações e decisões pode tomar neste momento? Lembre-se: você tem as
melhores escolhas... e elas estão dentro de você. Respire para encontrá-las!
Heloisa Capelas
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