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5 de janeiro de 2013

Inspire vida





Você já reparou que sua respiração muda conforme o ritmo em que vive? Normalmente, situações prazerosas fazem com que a inspiração e a expiração aconteçam de forma mais calma, mais lenta, como se o momento, em si, lhe permitisse ampliar a sua capacidade de absorver toda a sensação boa que chega naquele instante. Em contrapartida, diante do estresse, o peito fica ofegante e a respiração fica mais curta e rápida, como se seu corpo quisesse tomar a frente e reagir àquilo que o está afetando negativamente. Por que será que isso acontece?

Bem, a ciência já mostrou que, de fato, o corpo responde ao que a mente lhe apresenta. Se sentirmos alegria ou tristeza, essas emoções certamente serão exteriorizadas; saem do nosso cérebro, de onde nascem, para se transformar em características perceptíveis a olho nu. E, quando isso acontece, a respiração é uma das primeiras a manifestar-se. Não à toa, em algumas tradições médicas (principalmente vindas do oriente), é comum associar problemas cardiorrespiratórios a questões emocionais.

No entanto, quase nunca ficamos atentos aos sinais enviados pelo nosso corpo para dizer que algo vai bem ou vai mal. No caso da respiração, por exemplo, aprendemos desde cedo que se trata de uma atividade naturalmente realizada pelo nosso organismo. Graças a ela, cada uma de nossas células recebe o oxigênio de que precisa para desempenhar absolutamente todas as funções vitais. Isso significa que não há um único órgão capaz de sobreviver sem ar e, portanto, sem respirar. Em outras palavras, nós não precisamos pensar para respirar. Não precisamos pensar para realizar uma das atividades mais imprescindíveis à vida. Mas... por que não pensarmos na respiração?

Pensar para respirar é o mesmo que respirar com atenção. E respirar com atenção nos ajuda a sair do piloto automático e tomar consciência de uma ação que, até então, era feita espontaneamente, ou seja, significa dar o primeiro passo para começar a se olhar com outros olhos, para começar a se enxergar com profundidade.

Já se sabe que a respiração consciente ajuda a afastar o estresse, proporciona bem-estar e estimula habilidades como criatividade, entusiasmo e o raciocínio lógico. Mais que isso, respirar com consciência também lhe dá a chance de parar brevemente antes de tomar uma decisão. É uma ótima maneira de evitar reações impulsivas, quase sempre tão desgastantes. Além disso, uma simples respiração consciente permite a você que entre em contato com sua capacidade de escolha, aquela que nasce na sua melhor parte, e que lhe diz que há mais vida para viver e mais amor para sentir. Exercite e realize. Pare por alguns momentos para se auto-observar:

1. Sua respiração é rápida?
Respirar rapidamente lhe dá pouco tempo ao prazer e ao bem-estar.

2. Você respira pela boca e não pelo nariz?
Nariz "travado" leva menos oxigênio ao cérebro e, consequentemente, você se sente menos disposto. 

3. Como você solta o ar?
É fundamental expirar profundamente para liberar todas as toxinas e completar seu ciclo de oxigenação, beneficiando a sua saúde.

Num momento difícil, respire. Num momento bom, respire. Simplesmente respire com atenção e escute o que está acontecendo com você. Em que está pensando e por que está pensando isso? Quais ações e decisões pode tomar neste momento? Lembre-se: você tem as melhores escolhas... e elas estão dentro de você. Respire para encontrá-las!

Heloisa Capelas

9 de março de 2011

Tudo zen




Existe muito material escrito sobre a meditação e tudo isto pode trazer para nós a sensação de que meditar é uma prática complexa e difícil. Entretanto, há como compreender melhor como a meditação pode nos beneficiar. Vivemos num mundo conturbado e angustiante. Basta ligar a televisão, o noticiário para constatar isto. Mas este é apenas um lado de nossa percepção do mundo. Um ponto de vista bastante sombrio. As pessoas se dizem "realistas". Realista para mim é aquela pessoa que consegue enxergar as coisas do modo mais desgraçado e pessimista possível. "Não sou pessimista" – dizem –"sou realista!".

Mas existe também uma outra forma de compreendermos a realidade, e a meditação nos ajuda a perceber as coisas sob esta nova ótica. Quando meditamos, deixamos de lado o papel do herói ou da vítima do mundo. Abandonamos a postura do depressivo, do pressionado e nos colocamos como "Senhores do nosso Destino". Você não pode mudar o mundo. Mas pode mudar a maneira de encará-lo. E a meditação nos ajuda nisto.

Antes de tudo, é importante compreendermos, mesmo que superficialmente, aquilo que ocorre em nosso cérebro quando meditamos. Se medirmos num eletroencefalograma o seu ritmo cerebral enquanto estiver acordado, conversando, trabalhando ou em alguma atividade, vamos detectar aquilo que os cientistas chamam de "estado beta". Seu ritmo neural está mais ativo, desprendendo mais energia e, de acordo com a intensidade, pode levá-lo ao estresse. É por isso que temos a necessidade do sono. Se permanecermos muito tempo em estado beta, iremos desenvolver o cansaço e a fadiga.

Um simples fechar de olhos já permite a mudança de estado mental. Chamamos este momento de "estado alfa". Nosso estresse diminui, nossa musculatura relaxa e ficamos mais preparados para lidar com os desafios básicos da vida.

A meditação contribui para prolongar os benefícios gerados pelo estado alfa. Uma breve meditação feita após o almoço pode manter o seu bem-estar durante todo o restante do dia, por mais agitado ou estressante que seja o ambiente onde estiver.

Então vamos meditar, do jeito mais simples e descomplicado possível porque, afinal, são as coisas simples que produzem os melhores resultados.

1. Sente-se confortavelmente e feche seus olhos.

2. Preste atenção em sua respiração (Procure perceber qual é o seu ritmo. Está calmo ou agitado? Sua musculatura está tensa? Através da respiração conseguirá detectar todas estas coisas).

3. Procure silenciar seus pensamentos (Esta é a parte mais desafiadora. É como uma barreira do som que precisa ser vencida. Neste momento, uma infinidade de pensamentos podem surgir, como "aquela conta para pagar"; ou "aquele telefonema por fazer"...)

Por mais dificuldade que tenha no início, continue prestando a atenção em sua respiração. Não se deixe impressionar pela agitação mental que pode surgir. Sua mente que nunca pára, fica ainda mais agitada, porque você está tentando silenciá-la e ela pode lutar contra isto. Solte-se completamente. E se um pensamento chega e tira a sua concentração, pacientemente volte mais uma vez a atenção para a própria respiração, sempre calma e tranquila.

4. Mantendo esta postura por algum tempo, abra seus olhos e permaneça agora com o olhar fixo em algum ponto qualquer. Não faça mais nada. Não diga nada, nem force os seus pensamentos. Apenas fique ali, no seu vazio, no seu mundo isolado de tudo. Meditação é, portanto, o "não-pensar". É o abandono da razão. Isto para nós ocidentais é quase impossível. Estamos sempre apresentando justificativas, explicações, conceitos. Na meditação, desistimos da necessidade de impor ou de provar qualquer coisa que seja. É um viver aqui e agora. E quando nos acostumamos a isto, nossa vida toma um novo sentido.

5. Permaneça neste estado por um tempo, pelo tempo que julgar necessário. Algumas pessoas utilizam um despertador para controlar o período em que está meditando. Sua meditação pode durar 10 minutos, ou quem sabe meia-hora. É você quem decide.

De qualquer modo, meditando você ficará mais apto para lidar com os desafios básicos da vida e estará mais predisposto para a calma e a tranqulidade. Vale a pena tentar.


Chris Almeida