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3 de fevereiro de 2011

Ração humana

A receita circula pela internet e muita gente experimenta o suplemento nutricional que promete eliminar toxinas do organismo, auxiliar na perda de peso e, de quebra, diz que tem ação antioxidante. A chamada ração humana está à venda em casas de produtos naturais e, garante o rótulo, não faz mal nenhum. Nutricionista, no entanto, faz ressalva sobre o uso desses compostos na hora de substituir as refeições.

A terapeuta natural Lica Takagui, responsável pela ração humana, afirma ter reunido, de uma vez só, todos os ingredientes necessários para garantir uma boa alimentação. São 16, ao todo e a receita é rebuscada. Mistura quinua real, agar agar (uma gelatina proveniente das algas marinhas), açúcar mascavo, aveia em flocos, cacau em pó, farelo de aveia, farinha de arroz integral, fibra de trigo, fubá de milho branco, farinha de soja, gergelim, cálcio, gérmen de trigo, guaraná em pó, levedo de cerveja e, por fim, semente de linhaça.

Assim como a grande quantidade de ingredientes presentes na fórmula, os benefícios também são muitos, afirma Lika. Segundo ela, a ração humana regula as funções intestinais, aumenta a disposição física, equilibra as funções do organismo, ajuda a combater a flacidez, regula as funções cardiovasculares, retarda o envelhecimento das células, ameniza os sintomas da menopausa, pois é rico em isoflavona, e ajuda na redução de peso.

A receita do suplemento se espalhou rapidamente, e assim, muitas composições que circulam são versões caseiras. Em algumas delas o valor nutritivo é bem menor. Na versão original, vendida em lojas de produtos naturais, não há contraindicações. Recomenda-se a ingestão diária de 40 gramas, ou duas colheres de sopa. De preferência, substituindo uma refeição diária. A ração humana é indicada para pessoas que não se alimentam bem e desejam complementar o valor nutricional das refeições.

Na opinião da nutricionista da Universidade de São Paulo (USP) Neila Moura, a inclusão do produto na dieta deve ser bem pensada. Para ela, é preciso ter cautela, pois substituir uma refeição não é a melhor opção para quem deseja manter uma boa alimentação. Se o indivíduo tiver uma alimentação adequada, com a ingestão de porções de todos os grupos de alimentos, estará contemplando suas necessidades. A pessoa deve estar preocupada em ter uma dieta saudável, e não ficar apenas com olhos focados na rápida perda de peso.


Maria Fernanda Schardong



16 de dezembro de 2010

"Coma menos, viva mais". Será?


Todos nós queremos viver mais e melhor. No século 21, nos apegamos à esperança de que a tecnologia e o avanço da medicina vão nos permitir enganar a morte. Ou, pelo menos, adiá-la. 

É por isso que caímos na tentação de aceitar toda e qualquer dica sobre como manter a saúde. E ainda espalhamos os conselhos por aí. Quanto mais simples mais irresistível a dica nos parece. Tenho a impressão de que ocorre um rebaixamento de nosso senso crítico quando a notícia nos traz esperança. Nunca paramos para pensar que ela parece boa demais para ser verdadeira. Pensamos justamente o contrário: a dica é tão boa e simples que só pode ser verdade. 

Um dos conselhos de saúde, na internet e fora dela, que mais me intrigam é o defendido pelos admiradores da restrição calórica. Segundo eles, um corte de 25% nas calorias consumidas diariamente prolonga a vida. Como assim? A quantidade de alimentos ingeridos a cada dia é um fator tão importante a ponto de interferir na longevidade? Quem come pouco vive 100 anos? 

Resolvi entender de onde surgiu esse conselho. Descobri que até hoje ninguém conseguiu provar que uma menor ingestão de calorias prolonga a vida humana. Desde os anos 30 essa hipótese é estudada pelos cientistas. Até o momento, os animais submetidos à restrição calórica são mais saudáveis e vigorosos. Parecem destinados a viver mais. 

Por que, então, até hoje ninguém conseguiu provar a mesma coisa em humanos? A primeira razão: é muito difícil resistir à vontade de comer coisas deliciosas e que extrapolam os limites dos pesquisadores. A segunda razão: como os pesquisadores vão controlar o que as pessoas de fato comem dia após dia? Não somos cobaias de laboratório. Temos liberdade, vontades e meios de obter todo tipo de comida. Ainda assim, pesquisas tentam superar essas dificuldades e explicar qual é, afinal, o papel da restrição calórica. 

O processo de envelhecimento, também chamado de envelhecimento “primário” refere-se aos danos que se acumulam em nossas células à medida que envelhecemos. Já as doenças que acompanham o processo de envelhecimento, chamado de envelhecimento “secundário”, são os problemas bastante prevalentes na velhice, como câncer, diabetes e doenças cardiovasculares. 

Nesse aspecto, a restrição calórica parece funcionar muito bem. Quem come menos e com mais qualidade corre risco mais baixo de sofrer desses males. Desta forma, muitas mortes precoces podem ser evitadas. Isso significa que a restrição calórica é capaz de evitar o envelhecimento celular e estender os limites da longevidade humana? Isso ninguém conseguiu provar. Quem acredita nisso pode estar superestimando o papel da alimentação no processo de envelhecimento. Você é o que você come. Mas não somente isso. Outros fatores (como genética, atividade física, tabagismo, qualidade da dieta) determinam de que forma e por quanto tempo vamos viver. 

Se comer menos não vai nos fazer viver 120 anos, pelo menos poderia nos fazer viver melhor os 70 ou 80 anos que os atuais índices de expectativa de vida nos reservam, não é mesmo? Que tal então promover a ideia da restrição calórica para toda a população? 

Reduzir 25% das calorias consumidas por dia requer grande esforço pessoal e recursos de aconselhamento médico e nutricional que a maioria das pessoas não têm. Mais importante do que se preocupar em contar e cortar calorias é seguir uma dieta rica e variada. E, claro, sem esquecer do prazer que pequenas transgressões alimentares nos proporcionam e nos fazem sentir vivos. A ilusão da imortalidade alimentada por ideias como a da restrição calórica é sempre atraente. Mas de que nos adianta viver muito se não soubermos viver bem? 

Cristiane Segatto

Texto resumido por Lena Simões

5 de dezembro de 2010

Dieta boa é fazer a própria comida



Já falei muito aqui sobre a importância de ler e comparar os rótulos dos alimentos para fazer as melhores escolhas e montar uma dieta equilibrada. Mas confiar apenas nos rótulos não funciona muito. Especialistas dizem que é muito mais fácil extrapolar nos teores de sal, açúcar e gordura comendo alimentos industrializados do que preparando tudo em casa, a partir de ingredientes frescos. Há que haver algum grau de conhecimento, bom senso e equilíbrio tanto no supermercado quanto na cozinha.

Eu não fui educada para ser dona de casa. Minha mãe trabalhava fora, e quem fazia meus almoços e jantares era a empregada. Mesmo nos finais de semana, ela não gostava muito do fogão, portanto também não tinha muito que ensinar. Resultado: até sair de casa, aos 17 anos, eu só sabia fritar ovo.

Meu primeiro arroz saiu quando eu já estava na faculdade e morava com uma tia. Depois, outra tia me ensinou a fazer molho de tomate, com tomates italianos. Mas as duas oportunidades que tive de aprender com elas não renderam muitos pratos. Por um bom tempo, o arroz e o macarrão ao sugo foram acompanhados por hambúrguer, salsicha e ovo frito. E foi de tanto ver aquela gordura branca grudada na frigideira depois de fritar o hambúrguer que eu entendi que não saber cozinhar era uma armadilha. Ou eu aprendia novas receitas, ou iria me alimentar mal.

No segundo semestre da faculdade, fui morar num pensionato. Já não tinha minha tia por perto para me dar lições culinárias, então só me restava improvisar. Comi muita comida sem graça até conseguir os primeiros acertos. Fiz sopa aguada, bife duro, frango seco. Com o tempo, descobri que meu arroz integral era melhor que o branco, porque nunca virava papa. E que nas saladas era muito difícil errar. E que minha comida era mais magra do que a que eu comia na casa da minha mãe. Minha cozinha foi se transformando no meu laboratório rumo à dieta ideal.

Fazer dieta é manter o controle sobre o que se come. É saber do que é feita a comida e escolher só o que vale a pena. É fazer as adaptações necessárias para alcançar os objetivos do momento. Preparar a própria comida é uma maneira poderosa de manter esse controle.

Tudo começa na hora da compra. Quando vou ao supermercado, tenho a péssima mania de espiar o que as pessoas na fila do caixa estão levando. Devo fazer uma cara suspeita quando vejo um carrinho lotado de garrafas de refrigerantes, pratos prontos congelados, sem quase nenhuma fruta. Um carrinho de compras desequilibrado é o primeiro passo para uma alimentação doméstica desastrosa.

Ultimamente, tenho feito minha lista de compras depois de examinar meus livros de receitas. Primeiro eu escolho quais pratos vou querer comer na semana; depois verifico quais ingredientes preciso comprar. As receitas precisam ter pouca gordura, pouco sal e pouco açúcar, incluir vegetais e ser fáceis de fazer. Já sei que não adianta escolher uma receita toda elaborada que depois não vou ter tempo nem paciência para executar.  As compras  tem de se encaixar na minha dieta ideal e caber no orçamento.

Mas é na prática que a gente descobre as verdades. Quando você separa as porções de cada ingrediente e prepara tudo do início ao fim, ganha uma noção muito melhor de como as comidas são feitas. Percebi isso depois de testar minha diarista como cozinheira. Por algumas semanas, eu fazia as compras e ela cozinhava, com base nas receitas que eu escolhia. Só percebi que a torta de espinafre que eu tinha encomendado levava óleo demais quando comi. Não bastava, portanto, escolher a receita. Era preciso dominar todo o processo.

Embora cozinhar dê trabalho e tome tempo, é bacana a gente se sentir inteiramente responsável pelo que vai comer. Se algo der errado, a culpa é nossa. Se algo der certo, o mérito é nosso. Se o corpo engordar, a culpa é nossa, e a conclusão provável será que está na hora de trocar o livro de receitas, refazer a lista de compras ou mudar o jeito de preparar a comida.

Também me surpreendi ao experimentar fazer em casa sobremesas sem adição de açúcar. Frutas assadas ao forno são um espetáculo, porque ficam macias e muito doces. Nem precisam de sorvete para acompanhar. Não é à toa que suco de maçã serve para adoçar geleia: já tem açúcar de sobra.

Eu não diria que fazer comida em casa é fácil. Ainda vou demorar para me considerar uma boa cozinheira. Mas gosto de tentar e de ir acrescentando conquistas no meu currículo culinário. Gosto principalmente de ser a maior responsável por proporcionar a mim mesma uma alimentação saudável e cada vez mais prazerosa.
Uma vez que a gente aprende a planejar as refeições conforme as próprias necessidades, a palavra “dieta” ganha outro significado.

Francine Lima

25 de outubro de 2010

Dia Mundial do Macarrão


 
No dia em que se celebra mundialmente o macarrão, uma boa notícia: o prato é, sim, essencial para o cardápio do brasileiro e não deve ser banido nem mesmo durante as dietas. 

Assim como o arroz, os pães, batatas e as demais massas, o macarrão é fonte de carboidratos, indispensáveis por produzir energia para o corpo para atividades como andar, correr e pensar. Por isso seu consumo é essencial para a saúde. 

Com tanta importância, especialistas recomendam que o consumo de macarrão seja reduzido - e não eliminado - da dieta durante os regimes. O macarrão é mais calórico que o arroz, por exemplo, e faz digestão mais rápido também, então a pessoa sentirá fome mais cedo. Com a redução de carboidratos durante a dieta, o organismo passa a usar as proteínas para produzir energia, causando possível perda da massa muscular. 

Os nutricionistas, atualmente, indicam consumir de 6 a 11 porções de carboidrato por dia. Uma porção, por exemplo, equivale a 250 gramas de macarrão cozido. Mas não se deve comer apenas macarrão, é necessário mesclar com pães, arroz. 

Pessoas que têm triglicérides alto precisam tomar cuidado com o consumo do prato, que deve ser controlado por quem não quer engordar. Cada pessoa tem uma necessidade energética. Se ultrapassá-la, vai ganhar peso. 

O macarrão é composto por farinha de trigo e água, mas deve conter também ácido fólico e ferro, como preconiza a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O integral tem acréscimo de vitaminas e fibras, por isso é o mais saudável. As fibras melhoram a sensação de saciedade e são indicadas a quem tem prisão de ventre. 

O molho ideal para o prato é o feito com tomates naturais. O industrializado tem mais sódio e corantes. Já o tomate tem licopeno, que previne câncer, além de ser um ótimo antioxidante. O molho à bolonhesa também é indicado, pois alia o licopeno à carne, que é fonte de proteína. 

Já os molhos brancos devem ser evitados porque são feitos à base de manteiga, farinha de trigo, leite e creme de leite. São alimentos que contém gordura saturada, que podem entupir as artérias e causa enfartos. É importante ressaltar também que molhos à base de queijos e creme de leite são mais calóricos. 

Já entre os ingredientes, é melhor deixar a calabresa de lado e optar por legumes ou verduras como brócolis, tomate picado e manjericão, espinafre e ricota, milho, ervilha e cenoura, e atum e cebola. 


Aline Mustafa

24 de julho de 2010

Carne, a vilã das dietas



Comer menos carne pode ser a chave para ajudar a manter um peso saudável, dizem especialistas. Um estudo europeu com quase 400.000 adultos descobriu que a alimentação da carne está ligada com o ganho de peso, mesmo em pessoas que ingerem pequenas quantidades de calorias. A associação mais forte foi encontrada na carne processada, como salsichas e presunto. A pesquisa é do Imperial College, de Londres, na Inglaterra.



O estudo sugere que dietas baseadas em proteínas podem não contribuir para se atingir o peso ideal a longo prazo. Os resultados, publicados no periódico American Journal of Clinical Nutrition, foram obtidos com base em análise de dados de adultos participando de um projeto maior, que procura entender a ligação entre dietas e o câncer.



Participantes de 10 países europeus foram pesados e medidos no início da pesquisa e depois solicitados a informar o peso cinco anos depois. Além disso, eles completaram um questionário detalhado sobre sua alimentação. No geral, os pesquisadores descobriram que o consumo de carne está associado ao ganho de peso nos homens e nas mulheres.



Análises mais detalhadas mostraram que a ligação é ainda mais significativa depois de considerar a quantidade total de calorias ingeridas, atividades físicas e outros fatores que poderiam ter influenciado os resultados. A equipe calculou que, em pessoas que comiam a mesma quantidade de calorias, uma quantidade adicional de 250 gramas de carne por dia — equivalente a um pequeno bife — levava a um ganho adicional de peso de 2 quilos num período de 5 anos.



Isso vai contra a teoria de que dietas com grandes quantidades de proteínas e pequenas quantidades de carboidratos promovem a perda de peso. Embora não esteja claro porque a carne levaria ao ganho de peso em pessoas comendo o mesmo número de calorias, uma teoria aponta que alimentos que proporcionam muita energia, como a carne, alteram o modo como corpo regula o controle do apetite.



Mas pode haver outra explicação, ligada ao estilo de vida e dieta, para aspectos que não foram considerados pelo estudo. A coordenadora da pesquisa, Anne-Claire Vergnaud, disse que recomendaria que as pessoas "controlem o consumo de carne para manter um peso saudável e uma saúde em bom estado durante a vida”. Ela acrescentou que “diminuir apenas a quantidade de carne não é uma estratégia adequada para perda de peso”. Mas concluiu que os resultados são interessantes. “Consumimos mais carne do que precisamos”.



“Digo aos meus pacientes para pensar com variedade: comer ovo ao invés de bacon no café da manhã, queijo no almoço ao invés de presunto e peixe no jantar”. Ela recomenda que as pessoas comam muitas lentilhas, cereais integrais, frutas, vegetais e peixes, além da carne. “A quantidade é outra coisa importante. Uma porção de carne deveria ser mais ou menos do mesmo tamanho de um baralho”.



É difícil não consumir carne vermelha, mas não é impossível...

Fonte