10 de outubro de 2010

A crise da meia idade começa aos 30

Antes, ela chegava por volta dos 50 anos. Pelo menos, era no que se acreditava. Era uma insatisfação com os rumos que a vida havia tomado, com as decisões que você tinha feito, um certo medo do futuro, da velhice. Agora, sugere uma nova pesquisa, a crise da meia idade chega antes, pouco depois do primeiro terço das nossas vidas – considerando que a expectativa de vida está batendo nos 80 anos e muitas pessoas já chegam aos 90. A insatisfação nos arrebata lá pelos 35 anos anos. A conclusão é de um estudo realizado pela Relate, uma organização britânica que se descreve sem fins-lucrativos e diz “promover saúde, respeito e justiça nas relações conjugais e familiares”.

A pesquisa ouviu mais de 2 mil adultos por telefone. O resultado apontou que o grupo menos satisfeito com a vida é o das pessoas entre 35 anos e 44 anos. Eis os motivos escolhidos pelos voluntários como razão para o descontentamento (eles podiam escolher mais de um):

1º) 40% dos entrevistados afirmaram terem sido traídos pelo parceiro

2º) 30% queriam trabalhar menos horas. Eles acham que isso os ajudaria a manter uma relação melhor com os familiares

3º) 28% relataram ter pedido demissão recentemente após se desentender com um colega da empresa

4º) 22% afirmaram já ter sofrido de depressão por causa de uma relação mal-sucedida

5º) 21% das pessoas disseram se sentir sozinhas

É claro que uma pesquisa com 2 mil pessoas não consegue mapear com precisão como toda uma faixa etária se sente (se é que alguma pesquisa consegue fazer isso. Às vezes, nem a gente mesmo entende o que está sentindo). Está cada vez mais claro que o auge das mulheres é aos 28 anos. É quando estamos mais satisfeitas com o corpo e a vida sexual. Aos 29, o ponto forte é a carreira, aos 30, o relacionamento, aos 32, a vida familiar e aos 33, a nossa situação financeira. A partir daí, entraríamos em fase de dúvidas existenciais, ou seja, o momento chatinho da vida, apontado pela pesquisa.

É quando a velocidade das conquistas devem diminuir. No começo da carreira e da vida afetiva, tudo é uma descoberta e caminhamos a passos largos. O único caminho a seguir é para frente. Mas, a partir do momento em que nos estabelecemos e as novidades deixam de aparecer a todo momento, prestamos mais atenção nos problemas (que sempre vão existir, em todas as fases da vida). E bate aquele medo de ter tomado as decisões erradas, de encarar um futuro que não parece promissor.

A notícia boa é que a maturidade chega para trazer a felicidade. A reboque dos 50 anos, vem a paciência, o controle das emoções, a consciência de que o importante é viver bem a vida e a sabedoria de que ela não sai do jeito que a gente quer.

Acho que a lição dessas pesquisas, estejam elas certas ou não, é que é preciso ter tranqüilidade para passar por todas as fases da vida. Ter noção de que tudo é passageiro – a felicidade e o sofrimento. Que nada é perfeito. E saber achar graça de tudo isso. Das pesquisas e da vida.
Marcela Buscato

Um comentário:

Sandra Portugal disse...

Gostei de ler sobre essa pesquisa.
Para mim a crise mesmo veio aos 50!
Mas cada vez mais as pessoas estão insatisfeitas com suas vidas mais cedo mesmo!
Tenho preocupação com os jovens de 32 anos que alcançam cargos de VP, de diretoria e não se satisfarão em permanecer nessa cargo por 3-5 anos, e que depois acostumados aos altos salarios se frustrarão quando não conseguirão se manter na crista da onda por mais de 30 anos!!!
paarbéns pelo texto
bjs Sandra
http://projetandopessoas.blogspot.com//
bjs Sandra
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