19 de junho de 2011

Onde foi que perdemos nossa espontaneidade




Recentemente me encantei com a forma que uma criança, de mais ou menos seis meses, expressou-se ao ver uma pessoa que gostava...

Mostrou alegria e contentamento com tanta espontaneidade que era visível o entusiasmo que estava sentido por ver aquela pessoa... e fazia tudo para demonstrar isso na forma que podia... mexendo os bracinhos... sorrindo... e dentro da sua linguagem, fazendo os sons que mostravam claramente sua alegria...

Pensei em quantos de nós, depois de adultos... ainda se manifesta espontaneamente sempre que a presença de alguém ou de alguma coisa lhe toca sinceramente o coração...

Somos sujeitos a tantas regras de comportamento... tantas memórias de dor por termos exposto nosso sentimentos com verdade... que quase sempre essa manifestação espontânea de apreço... de admiração, passa primeiro pelos muitos filtros e... no final, o que sobra pode ser só um cumprimento polido...

Todos querem nos colocar regras para que possamos nos inserir dentro da sociedade... dos grupos... das religiões... e, com isso, não cabemos mais em nós mesmos...

Vamos nos encolhendo daqui... acrescentando ali... para nos adaptar as muitas exigências que fazem para nos incluir nisso... ou naquilo...

Parece que temos que aprender como nos comportar para sermos aceitos como membros dos muitos grupos que andam por aí... só que esse padrão leva em conta regras estabelecidas por outros... e podem podar a espontaneidade e a nossa expressão mais genuína.

Sempre julgamos o outro a partir do nosso limitadíssimo ponto de vista, cujo exemplo somos nós mesmos.... Se alguém faz coisas que fogem ao nosso altíssimo padrão de exigência de como as pessoas devem ser, já excluímos ou taxamos de inadequado.

Porque não observar o outro... assim como observamos uma criança... e mesmo que sua ação fuja aos nossos padrões de normalidade... tentar ver a beleza que existe nas diferenças...

Quanto mais aceitamos o outro, mais aceitamos a nós mesmos porque o outro sempre está... também... dentro de nós.

Que limites estamos julgando estar sendo ultrapassados?

Quem colocou esses limites leva em conta o controle ou a fidelidade à alma?

Vamos seguindo cegamente... tantas coisas... sem nem questionar o que estamos seguindo e quem criou essas regras..

Elas são mesmo o que nos toca o coração ou estamos sendo seguidores cegos de pessoas e ideias que não levam em conta a espontaneidade de cada um... o expressar-se com a alma.

Voltando à criança... como seria bom se ao invés de ensinar a elas o que é feio e o que é bonito... de acordo com as muitas regras duvidosas que aprendemos... tivéssemos o cuidado de não podar o que elas têm de mais puro... tivéssemos o cuidado de não colocar artificialidade e imitação, no lugar da espontaneidade e da alegria natural... de quem se expressa com a inocência... de quem ainda se lembra das estrelas...



Rubia A. Dantés

Stevie Wonder - Isnt She Lovely


 


25 comentários:

Vivian disse...

Bom dia,Lena!!

Lindo este texto!! Eu sou uma rebelde...rsrsrs
Conservo minha espontaneidade, procuro ser sempre gentil, mas jamais faço algo apenas por conveniência,penso que isso é hipocrisia... sou verdadeira com as pessoas, e espero que sejam comigo.
*Mas claro que se tem alguém de quem não gosto não vou tratar mal...isso seria falta de educação, não espontaneidade,né?!!rsrsrs
Beijos!!! Bom domingo!

Hellen Caroline disse...

Lena,
Que texto lindo!
Se agissemos com espontaneidade e nos doassemos mais tempo para as alegrias da vida,talvez as dores seriam tão menores a nossa visão!
Lindo viu?
Beijos

Ale disse...

Lena,

Creio que no meio de tantas coisas impostas, e com vergonha de ser a gente mesmo, usamos máscaras para tudo e todos... Perdendo, dentre tantas coisas, a espontaneidade.

Uma pena.

Deveríamos permanecer com a graça de criança eternamente, e isso inclui a espontaneidade.


Um ótimo domingo,


Beijo

Rô... disse...

oi Lena,

vir aqui nesses quatro meses,
é ser mais feliz,
mais humana,
e mais Rô,
é me deliciar com suas palavras,
e ter vontade de voltar rapidinho,

obrigada pelos
quatro meses
do Somente amor...

beijinhos

Gisa disse...

Lena faço eco para as queridas amigas que já comentaram: Que texto lindoooo!!!
Um grande bj e um lindo domingo para ti.

Unknown disse...

"A desconfiança faz as pessoas perderem a espontaneidade e a frescura, tornando-se cínicas e tortuosas."

Beijo.

mfc disse...

Nunca nos libertaremos do colete de forças que nos foi imposto pela "educação" que provamos!

Ingrid disse...

perfeito Lena,
mas infelizmente a vida vem, a convivência com outros.. e tudo vai mudando..
beijos linda..

Ingrid disse...

querida,
obrigada pelo carinho..
quando "sumo" é porque estou viajando a trabalho e aí já viu né..
canseira.. quando chego ao hotel é só banho e sono...
beijos e bom domingo..

SOL da Esteva disse...

Lena

Se expurgarmos da nossa conduta a falsa nobreza, jamais teria sentido a frase "La noblesse oblige"(A Nobreza Obriga).
As atitudes desviantes, pelo conceito de ser "BEM", retiram a espontaneidade e a naturalidade.

Beijo

SOL da Esteva
http://acordarsonhando.blogspot.com/

Meire Oliveira disse...

Minha estrelinha tão amada, crescemos aprendendo a mascarar nossos sentimentos e o que ganhamos com isso? Respeito? De quem? se quem nos ama nos conhece e sabe muito bem como somos! Do resto né, e o pior é que esse resto importa, porque infelizmente não temos uma vida legal se não agradamos um pouco esse resto. Como diz uma amiga minha "tem que fazer a social". Eu vou te falar uma coisa amiga eu não consigo fingir muita coisa, não nasci para ser atriz e se quer ver eu me dar mal é fingir que gosto de uma pessoa quando não fui com a face dela, sei que tem gente que temos que "engolir", e ai tenho que fazer aquele santo esforço, mas mesmo assim a pessoa saca que de mim não vai ter muito! Da mesma maneira que quando gosto não faço cerimônias e num tenho medo nem vergonha de demonstrar carinho, a vida passa rápido demais para adiarmos carinho a quem amamos.
Quando eu te conhecer vou apertar sua bochecha pode?? rsrs vc é de uma fofura sem fim!!! Amo vc e seu sorriso tem que estar sempre estampadinho no seu rosto para iluminar quem passar por ti!!! :)

Compotinha, suas escolhas musicais são divinas!!! You rock!!! Essa música agora vai sempre me lembrar vc :)

Te amo, bjos caramelizados!

SimplesmenteEu disse...

Adorei esse texto, Lena.
muito tocante...
Beijos querida!!

Unknown disse...

Lenamiga

Textos como este deviam ser tomados na devida conta por todos nós, mas, sobretudo, oferecidos às crianças para que aprendessem a ler por eles. E disse...

Foi a nossa Amiga Arroba que me trouxe até aqui, felizmente, porque este teu blogue é um verdadeiro achado. Dou-te os parabéns.

Adoro escrevinhar e ganhei quase sempre a minha vida a fazê-lo tão honesta, independente e correctamente quanto me foi possível (o corrector automático também ajuda muito…, mas antes não existia). Por isso, vou aqui voltar. Quando? Verá-se, como diz o ceguinho…

Espero-te lá na esquina da Travessa

Qjs = queijinhos = beijinhos

C. disse...

De uma espontaneidade imensa esse texto, amiga, amei!
Tantas vezes nos algemamos... a conta de quê, meu Deus?
A alma tem que ficar confortável também para folgar nossas emocoes e elas fluírem naturalmente...

Compotinha, você arrasa com a escolha de textos, quando leio, minha vontade é de reencaminhar todos, já que muitas vezes as pessoas que encaminho, nao gostam de blogs, o que é uma pena, né!

Já respondi suas palavritas no cantinho protegido e de amor e de ouro e de divã ;) (até acho você tava lá naquele mesmo momento)

Anônimo disse...

Rô conforme fui lendo, fui analisando as ações nossas de cada dia. Realmente podamos nosso entusiasmo, nossa espontaneidade,nossa pureza de coração, nossas demonstrações simples de carinho e amizade.
Que pena, que não nos expressamos como as crianças que tem o sorriso mais puro, são sinceros nas suas palavras e tem uma noção de beleza que vai além do físico limitado que muitas vezes enxergamos.
Texto maravilhoso Lena. Amei
Que tenhas uma semana de muita paz e amor.
Beijokas doces!

Anônimo disse...

Não há nada mais delicioso do que depararmos com pessoas espontâneas, onde deixam transparecer o seu verdadeiro eu!

Super beijoca em seu coração Lena e um lindo início de semana para você!

Verinha

Unknown disse...

Lena


Depois de ler e de fazer a minha análise, concluo que tenho muito de criança em mim.

Quer seja com os seus textos, quer seja com os que aqui partilha, faz-me sempre reflectir.

Beijinho

brisa48@bol.com.br disse...

Boa Noite
Lena
vim conchecer teu cantinho e achei lindo esse texto crinça é verdadeira. amei teu blog. Aguardo tua visita no meu cantinho .Se vc me permitir voltarei outras vezes.
Te desejo nesta semana...

Paciência para as dificuldades
Tolerância para as diferencias
Benevolência para os equívocos
Misericórdias para os erros
Perdão para as ofensas
Equilibrios para os desejos
Sensatez para as escolhas
Sensibilidades para os olhos
Delicadezas para as palavras
Coragem para as provas
Fé para as conquistas
E amor para todas as ocasiões…

Que Você tenha uma Semana Maravilhosa!

Tatiana Kielberman disse...

Lindo texto, Lena querida!!!

Eu luto todos os dias para não perder a espontaneidade, que é um dos meus valores mais preciosos...

Que assim seja!

Beijo carinhoso!

MA FERREIRA disse...

Leninha..só te digo uma coisa.
A melhor coisa é sermos nós mesmas.
Cansei de ser o que esperavam de mim. Me decepcionei com algumas pessoas, perdoei mas me afastei.
Não gosto de ser julgada..mas tb não gosto de julgar.
Eu gosto de comer azinha de frango, sem talher.
E dai?
sou grossa por causa disso?
Claro que não... mas as vezes somos julgadas por sermos autenticas.
Hj..resolvi que eu sou eu e pronto.
Quem quiser que me goste assim.

Um bj

Ma

Eva disse...

Oi Lena, é importante estar presente sempre na vida, é importante resgatar-nos diariamente no que temos de mais lindo. Adorei teu texto nos faz reletir sempre, beijinhos e boa semana.

Mixha Zizek disse...

Lena

Quando você perde sua espontaneidade? é uma pergunta difícil, por vezes, pensar. Eu sinto quando a pessoa começa a se integrar na sociedade. No seu post você fala sobre o filho nascido aceita e feliz em seu mundo. Mas apenas quando ele começa a crescer é cara a cara com as regras, taxas, formas estabelecidas e da famosa "dizem outros" e um está ligado ao que os outros fazem ou irão impor e escolas não só perder a sua espontaneidade, mas o seu autenticidade. É um proeblema vejo em muitas pessoas e não vou negar que em algum momento da minha vida eu senti que fino fio que está começando a quebrar reagi. É um aviso interno de que empurra você para dizer hey você é apenas uma verdade é como você.

Eu amei este post, beijos

Shirley Brunelli disse...

Belo texto, Lena. Passamos mesmo por muitos filtros, infelizmente. Bjs

Meire Oliveira disse...

Precious, te respondi lá no CP ;)
bjs e mais bjs.

Artes e escritas disse...

A educação entre os limites e as permissões, um tema bastante complexo e para os dias de hoje. Um abraço, Yayá.