6 de outubro de 2011

Somente o necessário



Embora as pessoas reclamem com imensa frequência daquilo que não possuem, existe outra questão que merece toda a nossa atenção: aquilo que possuímos em excesso. Aliás, os excessos costumam ser mais prejudiciais que as faltas, mas demoram mais para serem percebidos. As faltas nós notamos imediatamente, os excessos só quando despertam a nossa consciência.

Comemos em excesso, trabalhamos em excesso, guardamos coisas em excesso, nos importamos em excesso com a opinião dos outros... Há um excesso de preocupações e acúmulo de “gorduras” em diversas áreas de nossas vidas.

Em geral, possuímos mais do que necessitamos para ser feliz, mas continuamos insistindo na desculpa de que não somos felizes porque nos falta alguma coisa. E de fato falta: falta assumirmos um estilo de vida mais franco, sincero e liberto.

Tudo o que temos em excesso demanda tempo e energia para ser administrado. Roupas demais, CDs demais, bagunça demais, lembranças demais (fique com as que valem a pena), compromissos demais, pressa demais.

Todos nos beneficiaremos com a prática de determinado nível de minimalismo (sem excessos, porque isso também pode ser demais). Podemos reinventar nossa maneira de viver para viver com o necessário. Não precisa ser o mínimo necessário, pode haver algumas sobras, mas sem os exageros de costume.

Viver melhor com menos. Isso traz uma sensação de leveza e felicidade tão maravilhosa que todos devemos, ao menos, experimentar. Na melhor das hipóteses, aprendemos e adotamos um novo estilo de vida. Quem está em processo de mudança, reconhece rápido o quanto acumulou de coisas em excesso, e aprende que pode viver tão bem, ou melhor, com muito menos!

Liberte-se dos excessos de todo o tipo: excesso de informação (aliás, muita coisa é só ruído, nem mereceria sua atenção); excesso de produtos e serviços (consumismo é uma válvula de escape para não olharmos para nossa própria existência e para o vazio que buscamos inutilmente preencher com compras); excesso de relacionamentos (nem todos valem a pena, não é verdade?). Viva mais com menos, experimente algum nível de minimalismo. Permita-se sentir-se livre dos acúmulos e excessos.

Nada é mais gratificante que a liberdade, a sensação de que você se basta sem precisar de um arsenal de coisas, sons e cores a seu redor. Dedique-se a experimentar essa libertadora sensação. Quem sabe viver com pouco, sempre saberá viver em quaisquer situações, mas aqueles que só sabem viver com muito, nas mínimas provações e ausências sofrem e se desesperam. Esses últimos se confundiram com seus excessos... e na falta deles, não se reconhecem.

Nunca sabemos se viveremos com o que temos, com mais ou menos no dia de amanhã, mas se aprendermos a viver com o que é essencial, viveremos sempre bem.

Todo excesso é energia acumulada em local inapropriado, estagnando o fluxo da vida. Excesso de excessos corresponde à falta de si mesmo. E se o que te falta é você, nada poderá preencher esse vazio...



Carlos Hilsdorf 



16 comentários:

Gisa disse...

Excessos significam dispensáveis.
Um grande bj querida amiga

Célia disse...

Lena! Excluir supérfluos e ficar apenas com a essência é uma arte que poucos atingem. Bens materias? Ou espirituais? Abraço, Célia.

Patricia Palleres disse...

HOLA, CÓMO ESTÁS TE ESCRIBO PARA AVISARTE QUE MI BLOG "RINCÓN DE AMIGOS" A CAMBIADO POR "EL RITUAL DE LA AMISTAD" CUYA DIRECCIÓN ES ESTA: http://elritualdelaamistad.blogspot.com/ DADA LA ACCIÓN MALICIOSA DE ALGÚN HACKER HOY NO SE PUEDE ENTRAR A DICHO SITIO.

UN BESO GRANDE!! PATRY

Anônimo disse...

Tem toda razão,tudo em excesso é exagero e se torna descartável,ninguém consegue conviver com excesso..Bjs!!!

Toninho disse...

Esta leveza que sempre devemos buscar amiga,para que a caminhada seja mais leve e prazerosa.
Uma vida no necessario e simples de administrar.
Meu terno abraço de paz e luz.
Bju.

Unknown disse...

Os excessos, podem ser mesmo o preenchimento por não nos conseguirmos encontrar.
E se não nos bastamos, a busca é incessante,quer seja em afectos, ou bens materiais.
No dia em que encontramos a nossa essência, percebemos a futilidade de quanto procurámos.

Beijinhos Leninha

Calu Barros disse...

Salutares conselhos como os trazidos no texto deviam ocupar os outdoors de todas cidades em letras garrafais para facilitar à população uma reflexão necessária em sua afã diária e muitas das vezes,irrefletida. Agora, com a aproximação do dia das crianças e a enxurrada de apelos consumistas , os pais se verão às voltas com gastos, muitas vezes além do permitido e excessos de tralhas em casa. Brinquedos ainda bons desprezados pelo mais novo objeto de desejo.È uma lástima esse nosso mundo excessivamente consumista.
Adorei, linda Lena, a oportunidade de desabafar.Amei o texto, como sempre amo tudo por aqui.
Bjos, Bjos,
Calu

Só pra você disse...

Passei para te deixar um abraço...

Bjs

Ingrid disse...

excesso faz mal.. sempre..
beijos amada..
carinho..

marlene edir severino disse...

E precisamos de tão pouco...

Respirar profundamente,
sorver o instante presente,
estar em contato, conectados conosco mesmo
é tanto!

Abraço, querida!

Tatiana Kielberman disse...

Se nos preocupássemos somente com o necessário, teríamos mais tempo para valorizar o que é realmente importante na vida!!

Lindo, querida...

Saudadona daqui e de você!

Beijo grande!

mfc disse...

Adorei este alerta par uma vida simples, não ascética, mas liberta de muita tralha que só incomoda....e livre também deste consumismo asfixiante que nos está a desgraçar!

Rô... disse...

oi minha linda,

o essencial nos basta,
e seria importante que aprendêssemos a dar valor naquilo que temos,
e não desejar o desnecessário,
os excessos realmente nos deixam estagnados,
sem nenhum crescimento,
nem ambição,para querer melhorar...
perfeito texto...

beijinhos

Meire Oliveira disse...

Estrelinda querida, temos que colocar os ângulos da nossa vida no centro, nem muiiiito pra esquerda, nem muiiiiito pra direita, pq quando isso acontece o desiquilíbrio bate. Temos que entender que ficar demasiadamente preocupados com uma única situação desprende nossa atenção do que está em volta e nossa vida tem muitos ângulos para serem observados com sua devida atenção. É como aquela velha frase muito conhecida: "A diferença entre o veneno e o remédio, é a dose." Só não vale economizar sorrisos, esses podem vir em excesso né?!! :) Então que seu dia seja cheio deles e que possam varrer todas as coisas ruins de perto de ti.
bjokitas recheadas de afeto!

Elisa T. Campos disse...

Lena
Você me fez lembrar da frase de Exupéry: O essencial é invisível aos olhos, que fala do amor incondicional mas, preocupamos muito com coisas materiais, contingência que a sociedade nos impõe. Se víssemos mais com o coração,de quantas coisas descartaríamos?

Lindo texto
bjs

SIMONE PRADO disse...

SEU blog foi indicado pela Marly como os 5 preferidos dela, vim me certificar e me encantei.