17 de janeiro de 2012

As prisões de cada um




Todos cometem pequenos ou grandes delitos. E no amor, como fica esse balanço? Uns nem imaginam que fizeram faltas com consequências tão graves; outros acham que estão no máximo do pecado e se julgam criminosos hediondos, quando na verdade ninguém foi prejudicado a não ser eles mesmos. O amor tem leis próprias e uma infinidade de jurisprudências. Só que o coração é o juiz, o poder supremo – ele prende, liberta, absolve, perdoa, pune. Há que respeitá-lo, pois nele ninguém manda. No máximo, podem afrontá-lo de forma dura, ou enganá-lo por vias escusas. Quem tem essa capacidade? A razão, sem dúvida. Embora não tenha poder absoluto, é dotada de força avassaladora, já que é ela quem, de fato, descumpre as ordens do coração. Essa conversa está muito burocrática né? Tudo isso para dizer que o coração tem razões que a própria razão desconhece; que a razão sufoca, invade, invalida e, acima de tudo, aprisiona o sentimento de um jeito implacável. Infelizmente, não dá para sair por aí fazendo tudo o que o coração quer, mas tornar-se refém da razão também não está entre as dez atitudes mais saudáveis do mundo. Outro dia li uma frase que diz mais ou menos o seguinte: quando alguém está na sua cabeça é porque ainda não saiu do seu coração. Existem pessoas que esmagam o coração alheio sem entender que o primeiro a ser machucado é o delas. Assim como existe gente que brinca com o coração do outro sem esperar que o seu próprio um dia lhe pregue uma peça. E finalmente ainda há aqueles que são sinceros, mas acabam engolidos pelo aprisionamento da razão. Choram em silêncio, travam uma disputa desleal entre o querer e o não poder, não arriscam, não extravasam, apenas sentem um ritmo acelerado, tão acelerado que, a qualquer momento, vencem a barreira da razão e se permitem transgredir. Resta saber se esse coração será punido ou absolvido. 




Fernanda Santos




9 comentários:

Fê Iasi disse...

Adorei isso... Pra se pensar... Bjo!

shan-Tinha disse...

oi Leninha querida!
pois é, o amor,ah o amor, quando ele nasce, quando ele acontece é uma batalha porque não se sabe de antemão onde vai dar, se vai durar, se vai ser correspondido, se vai sobreviver a tantas situações, e como é bom amar, ser amado então e muito bom!!! bj querida e ótima noite estrelada!!!

Mafalda S. disse...

Creio que a virtude está no equilíbrio entre a razão e o coração.

Beijo

Célia disse...

Não dá pra brincar com coisas do amor: Ame ou deixe... Qual a finalidade de machucar o outro? Quem ama, liberta!
Abraço, Célia.

Lilá(s) disse...

Amar e ser amado é bom, mas para se conseguir manter esse amor é preciso muita dedicação de ambas as partes...
Lindo post!
Bjs

Mara Melinni disse...

Ah, o coração...!

" [...] Só que o coração é o juiz, o poder supremo – ele prende, liberta, absolve, perdoa, pune."

Hoje eu falo com propriedade desse conflito, pois vivo na pele...

Apesar dos pesares, querida Lena, hoje o meu blog completa 1 ano e gostaria de encontrar vc por lá...

Sua amizade é meu maior presente!

Um bjo e fique c/ Deus!!!

mfc disse...

Há dois planos distintos... o da racionalidade e o dos sentimentos!
Por vezes há uma mistura dos dois, mas muito episodicamente.

Anônimo disse...

Viver não é brincadeira não!
Bjs.

angela disse...

Só sei que doí e como doí.
beijos