A meditação tem despertado cada vez mais interesse no Ocidente, sendo, inclusive, objeto de estudos e pesquisas científicas na área da saúde. Contudo, ainda há muita falta de informação e são grandes os mal-entendidos que cercam esse ensinamento tão antigo quanto a própria humanidade, enraizado e disseminado no Oriente.
Embora seja um tema difícil de ser explicado, uma vez que se trata fundamentalmente de uma experiência interna, subjetiva, proponho-me a abordá-lo a partir da minha própria vivência.
Meditação é conexão com a vida, interna e externa. Meditação é silêncio interior. E o silêncio só se manifesta se a pessoa aceitar e acolher o momento presente tal como é, dentro e fora de si. Se isso não acontece, prevalecem os conflitos, as tensões, as divagações mentais e não o silêncio. A aceitação da natureza da vida com compreensão é transformadora, ajuda a descomplicar, a relaxar e a equilibrar o nosso viver, conectando-nos com o estado interior natural de harmonia e felicidade.
E fazer meditação é diferente de estado meditativo, o qual é a nossa natureza. Meditação é o conceito mais incompreendido. As pessoas estão perguntando a partir de uma compreensão equivocada, ou mal-entendido: concebem a palavra meditação como uma técnica, como algo para fazer.
Fazer meditação como uma técnica é uma coisa e meditação, em sentido real, é outra. São entendimentos diferentes. Quando usamos a palavra meditação, em sentido real, referimo-nos a um estado meditativo, que é o nosso estado natural, o qual não pode ser trazido através de nenhuma técnica, esforço ou qualquer coisa que se faça. Ele já está lá, mas tem sido escondido ou suprimido por causa de algo, e esse algo é a mente.
O estado de meditação é o estado de relaxamento. Ele o relaxa muito e lhe dá um silêncio interior profundo. E este silêncio é a expressão desse estado. Assim, você está absolutamente naquele estado além da dor, além do prazer. Esse é o estado de bem-aventurança.
E o que é o estado de harmonia? Harmonia é o fluxo do amor que a aceitação da vida traz.
Quando você começa a aceitar a vida do jeito que ela é, esta aceitação lhe traz de volta a harmonia. E harmonia é o fluxo do amor. Então, você não precisa de nenhum outro poder".
Os sábios dizem que, quando oramos, nós falamos com Deus. E, quando meditamos, nos silenciamos para ouvir a voz de Deus. Assim, não se trata de refletir, de rezar ou entoar mantras. Meditar não é concentrar, pois não é ação mental. É atenção sem esforço, o que é diferente de concentração. Meditar também não é pensar ou visualizar algo e, sim, ir além dos pensamentos e imagens. Simplesmente estar presente, consciente e testemunhar o que acontece internamente, mantendo um desprendimento do que quer que se perceba: sensações corporais, pensamentos, imagens, desejos, emoções, humores, sentimentos. Nessa observação silenciosa, sem apegos e julgamentos de qualquer natureza, corpo e mente se acalmam, aquietam-se e a paz se manifesta em nossos corações. A confusão desaparece e a ordem interna se instala.
Outro aspecto que vale a pena esclarecer é que meditação não é somente sentar-se em postura de lótus, fechar os olhos e assim ficar por um determinado tempo, sem proposição de metas a serem alcançadas. Se um indivíduo colocar a totalidade do seu ser em qualquer tarefa do cotidiano, entrará em estado meditativo. É uma consequência de estarmos inteiros, presentes, motivados e sem conflitos naquilo que fazemos.
Um dos segredos para se atingir patamares de excelência em qualidade, seja na elaboração de produtos ou na prestação de serviços é gostar e estar presente total naquilo que se faz. Nessas condições, o trabalho deixa de ser um fardo e pode transformar-se em meditação que acontece naturalmente, sem esforço. Dessa forma, a pessoa adquire mais e mais clareza mental, torna-se assertiva e também mais sensível, criativa, integrada ao seu entorno de maneira mais equilibrada e harmônica.
Porém, na loucura da pressa, na luta pela sobrevivência, do ter que fazer, envolvidas por um turbilhão de atividades, as pessoas se esquecem até da própria existência; rígidas e identificadas com a tensão do fazer, permanecem num movimento automático e mecânico, tenso e inconsciente, que lhes tira o sabor de estarem vivas.
Por outro lado, a sabedoria, a criatividade e o amor manifestam-se como uma dádiva para as pessoas que adquiriram qualidade e totalidade de presença em tudo o que fazem, seja riscando um palito de fósforo, seja acendendo o fogo de uma grande fornalha.
Enildes Corrêa
6 comentários:
Minha querida Lena,
Este belo e instigante texto me lembrou Pessoa no seu Para ser Grande:
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive
Uma linda e completa primavera para vc.
Bjssssss,
Leninha
Saudade, Lena!!!
Uma postagem muito interessante! Me fez refletir...
Beijos,
Nel
deve ser maravilhoso..
linda escolha querida Lena..
beijos e uma bela semana..
Gostei do conceito de harmonia.
Bj Sandra
http://projetandopessoas.blogspot.com.br//
Olá querida, como vai?
O SO PRA VOCê quer lhe agredecer de um modo especial, preparei 3 selos para lhe presentear, venha pegá-los, vc faz parte do meu coração. Obrigada por todo o apoio, graças a vc, minha amiga que meu blog existe.
Abraços e um ótimo domingo.
Auxiliadora RS
Maravilhoso Lena! esse texto esclarece e instrui, praticamos a meditação, praticamos o "silenciar para ouvir a voz de Deus"!
lindo isso! bj carinhoso!
Postar um comentário